Barbieri admite jogo ruim do Vasco e atribui desgaste como fator determinante para a eliminação
Treinador reitera que o time está em processo de construção e sai em defesa de Pedro Raul, que perdeu mais um pênalti
O técnico Maurício Barbieri reconheceu que o Vasco não fez um bom jogo contra o ABC, que rendeu a eliminação do time na segunda fase da Copa do Brasil. O treinador admitiu que a equipe teve dificuldade contra a retranca do adversário, mas citou também o desgaste sofrido nos últimos jogos.
- Eu consigo te apontar fatores que contribuíram para o resultado, que é decepcionante para todos. Não vou conseguir dar uma explicação simples para isso. Não fizemos um bom jogo, não criamos oportunidades, mas também por méritos deles. Estávamos vindo de decisões, vários jogos assim. Jogo contra o Flamengo, Bangu para ter a vantagem na semifinal e o próprio Flamengo. Isso contribuiu e apresentamos um desgaste. Estamos ainda no processo de construção e é preciso bater nessa tecla. Andrey e Capasso jogaram poucos jogos, Marlon Gomes foi titular só agora. A expectativa nossa era maior, então a gente sai chateado e frustrado. - afirmou Barbieri, que completou.
+ Após perder o terceiro pênalti pelo Vasco, Pedro Raul é apontado como o vilão da eliminação
- A gente vinha se caracterizando por ser uma equipe intensa, agressiva. É difícil ser intenso com pouco espaço. A gente conversou sobre isso, de buscar mais chutes de fora da área. Faltou a gente conseguir chegar com mais jogadores. A área ficou mais vazia do que poderia. As segundas bolas, os rebotes, não conseguimos pegar. Não conseguimos encontrar soluções. A ideia de contar com o Marlon é para ter a flutuação e o drible, mas ele cansou. E por isso colocamos o Erick e o Orellano para conseguir ter o drible, mas não foi o suficiente.
A frustração também tomou conta dos torcedores, que se organizaram antes da partida em protesto por causa do aumento do preço dos ingressos. Por causa disso, as arquibancadas estava sem faixas, bandeiras e bateria, mudando o clima de caldeirão de outros jogos. Barbieri sentiu a falta do apoio incondicional habitual de São Januário, mas afirmou que isso não foi determinante para o resultado negativo.
- Tudo aquilo que a gente enfatizou, por muitas vezes é o que acontece. Quando a torcida está com a gente, ficamos mais fortes. Não estou atribuindo o resultado a isso. É um grupo que se doa bastante, mas ninguém quer ouvir isso, mas sim ver o resultado. Poderia estar mais cheio, poderia estar melhor, poderia, mas temos que saber lidar com isso.
A eliminação caiu sobre o atacante Pedro Raul, que perdeu o pênalti que daria a classificação ao Vasco, sendo o terceiro erro de penalidade seguido dele pelo clube. Barbieri explicou como foi a escolha dos batedores.
- A gente sempre treina as penalidades, a gente avalia os que estão batendo melhor. Colocamos outros para bater na frente dele neste contexto. Antes dele poderia ter batido o Léo, que é um zagueiro. Olhamos o histórico de cobradores em decisões de pênaltis e ele estava bem ranqueado nisso, como o Miranda e o Nenê, que entraram para bater. É hora de dar força para ele. Procuramos o gol e isso nos dá um sentimento de injustiça. O mais importante é como reagiremos a isso. É levantar a cabeça para o próximo jogo que também é decisivo.
No próximo domingo, o Vasco enfrenta o Flamengo, e para Barbieri, é preciso virar a chave rapidamente.
- A gente chega precisando do mesmo resultado simples. Temos que virar a chave, não podemos fazer mais nada pelo que aconteceu aqui. Apesar do resultado (no jogo de ida), conseguimos fazer um jogo parelho (ao Flamengo). Temos que virar a chave e seguir em frente. Ficou curto o tempo das decisões e isso a gente não controla. Precisamos nos preparar - finalizou.
