Gustavo explica impasse por renovação: ‘Não tive respostas antes’

Zagueiro do Santos disse que queria renovar com o clube há um ano, mas não foi chamado pela diretoria. Camisa 6 também afirmou que recusou propostas de times do Brasil

Gustavo Henrique, Santos
Gustavo Henrique ainda não assinou a renovação com o Santos (Foto: Ivan Storti/Santos)

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O zagueiro Gustavo Henrique veio esclarecer dúvidas e desabafar sobre a novela de sua renovação com o Santos. O atleta deixou claro que queria assinar um novo vínculo com o Peixe há um ano, mas não foi chamado pelo presidente José Carlos Peres. Jogador do Peixe até janeiro de 2020, ele já pode assinar um pré-contrato com outra equipe.

Em resumo, Gustavo ressaltou a vontade de atuar na Europa no futuro e disse ter recusado todas as propostas do Brasil nas últimas semanas. Recentemente, contudo, o defensor foi oferecido ao Palmeiras.

- Sobre o contrato, vim para esclarecer algumas coisas. No final do ano passado eu estava querendo renovar e não obtive respostas, comecei o ano na incerteza sobre ficar. Muitos sabem que Sampaoli não estava nos planos dele, eu coloquei na minha cabeça que tinha condição de jogar aqui e com Sampaoli. Tivemos final de ano ruim, talvez ele deve ter visto nossos vídeos, meus e de outros jogadores fora dos planos. Eu coloquei na minha cabeça que queria ficar, mostrar a mim mesmo que poderia jogar. Trabalhei duro, fizemos Campeonato Paulista bom, fui um dos melhores zagueiros. Esperava a procura pela renovação do contrato, faltavam sete meses e não fui chamado. Continuei trabalhando, nosso treinador é muito bom, que aumentou o nível de todo mundo. Creio que estou fazendo um ano, um dos melhores, talvez o melhor da minha vida. Só eu sei o que sofri para superar as lesões. Minha família sabe. Esperava o reconhecimento de me chamar antes, fui chamado faltando dois meses para poder assinar um pré-contrato - falou o zagueiro, em entrevista coletiva, nesta quarta-feira, no CT Rei Pelé. 

- Sempre manifestei meu desejo de jogar um dia na Europa e fui procurado por alguns clubes do Brasil, não abri negociação, esperei o Santos tentar melhorar ou algo assim. A partir do momento que fui chamado para receber a proposta de renovação eu estava com a cabeça de que iria sair, porque não havia sido chamado antes. Meu pensamento era a Europa, quem não quer? Foi desde pequeno isso. A gente começou a ficar nessa divisória de ir para a Europa ou renovar. Quando recebi a proposta, pedi para meu empresário viajar para Europa para que algum clube pagasse algum valor, multa é impossível. Mas clube da Europa não vai pagar multa sabendo que ia sair em dois meses. Meu desejo de jogar na Europa é real e recebi de outros clubes. Estamos nessa, de esperar um pouco mais, sem ter pressa. Vou escolher o que for melhor para mim e para minha família. Se eu ficar, vou continuar trabalhando. Se sair, vai ser de cabeça tranquila. Sei que sempre dei meu melhor - emendou o camisa 6.

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Com contrato até o fim de janeiro de 2020, Gustavo Henrique não deu pistas sobre seu futuro, mas afirmou que se sair do Peixe, deixará o clube pelas portas da frente. 

- Vou pensar na minha felicidade e da minha família. Se eu for ganhar milhões e não ser feliz, vou viver dentro de um aquário e não conseguirei sair de lá. Claro que o financeiro é importante, estou com 26 anos, tenho família, mais oito ou 10 anos de carreira e tenho que pensar no financeiro, sim. Não quero extorquir, extorquir não. Não quero pedir além, sei o que o Santos pode pagar, é salário bom, mas não se compara com outros mercados que vieram atrás de mim. Vou pensar no melhor para mim. Sempre me dediquei muito a esse clube. Se um dia eu sair, vai ser com cabeça erguida, pela porta da frente. Vou pensar muito. Aqui se valoriza muito quem vem de fora, não valorizam quem realmente se importa com o clube - disse.

Mesmo com a indefinição do contrato, Gustavo Henrique deve ser titular contra o Ceará, nesta quinta-feira, às 19h15, na Vila Belmiro, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. Ele foi bancado pelo superintendente de futebol, Paulo Autuori. 

- Comigo aqui, ele vai jogar. E a única pessoa que pode dizer que não joga é o técnico. Enquanto eu estiver aqui, vai jogar. Tem história no clube, já renovou três vezes e se não houver continuidade, foi por erro de planejamento do clube, sem fazer com a antecipação necessária. Não quero saber de onde vem a notícia, se for de dentro comigo. Se querem afastar e não jogar, que primeiro me afastem. Enquanto quiser colocar para jogar, o técnico vai colocar. Reconhecimento a um profissional de altíssimo nível, de caráter, e futebol não pode cometer injustiças. Deu a vida pelo clube enquanto esteve aqui e que ainda pode estar. É só especulação, não há nada - concluiu Autuori.

* Sob supervisão de Vinícius Perazzini

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