Histórico em promover jovens ajuda Baptista no resgate da Ponte
Técnico da Ponte Preta tem histórico de bons trabalhos em mesclar juventude e potencial de atletas
O que Gonzaguinha e Eduardo Baptista tem em comum? Os dois levam fé na rapaziada. Como dizia no trecho da música "Acredito na rapaziada" de Gonzaguinha, o técnico pontepretano segue nesse ritmo o processo de reconstrução da Macaca nesta temporada. Depois da vitória sobre o Corinthians no Pacaembu pelo placar mínimo, gol de Felipe Saraiva (cria da Ponte), com time recheado de garotos da base, ele acredita no elenco para mais uma partida difícil, agora diante da Linense, neste domingo, às 19h30, no retorno ao estádio Moisés Lucarelli, pela segunda rodada do Paulistão 2018. Baptista ressaltou a mescla entre trabalhar com a juventude e atletas experientes durante suas entrevistas nesta temporada:
- Uma das minhas exigências era priorizar a base. As contratações são para equilibrar na questão de amadurecimento. Queria jogadores jovens e competentes. Se analisar os atletas que vieram, o que não é jovem, é líder, de caráter, capitão nos seus times. Esse é o meu desafio – disse o comandante.
O histórico de Baptista com o lançamento de jogadores jovens nos clubes onde passou é extensa e com bons resultados. Nesta lista temos alguns atletas que foram indicados ainda na base ou resgatados por Baptista como: Danilo Fernandes, Samuel Xavier, Renê; Rithelly, Lucas Lima (em 2013, vindo do Inter), Joellington André e Marlone (todos no Sport); Antonio Carlos, Nino Paraíba, Maycon (emprestado pelo Corinthians na Ponte em 2016), Clayson, Pottker, Roger (todos na Ponte), Nogueira, Leo Pelé e Richarlison - indicado por Baptista no fim de 2015 e contratado pelo Flu no América-MG - todos do Fluminense. São alguns dos jogadores indicados e lançados pelo olhar cirúrgico de Eduardo Baptista que deram certo:
Se não lançou alguns desses atletas citados, Eduardo foi buscar e resgatar o futebol deles em algum momento. Veja o caso de Lucas Lima, agora no Palmeiras. Pinçado por Eduardo no Internacional, o meia chegou em baixa por empréstimo em 2013 para jogar no clube pernambucano. Se destacou e o Santos o contratou em 2014, despotando no cenário nacional.
Outros nomes como Richarlison, indicação de Baptista na época, tinha realizado um bom Brasileiro série B pelo América-MG, contratado pelo Flu, atualmente brilhando no Watford-ING. O lateral-direito Nino Paraíba (resgatado pelo treinador do Vitória para Ponte Preta) e outros também foram escolhidos por Baptista que teve ao seu lado, o auxiliar técnico e fiel escudeiro, Pedro Gama.
- Em 2016, fizemos a melhor campanha na Série A com meninos. Tínhamos Maycon, Clayson, Pottker. Ou experientes como o Roger, que tinha uma identidade. Se tem uma coisa boa, é a Ponte colocar o pé no chão e fazer o que sempre fez - afirmou.
O discurso de Eduardo faz parte da ideia de seguir botando fé na "fé da moçada, que não foge da fera e enfrenta o leão", assim como nesse trecho de Gonzaguinha, Eduardo e Pedro vão matando um leão por dia na Ponte Preta. O clube teve suas cotas reduzidas nesta temporada em relação a 2017. Apesar da desconfiança da torcida e da mídia antes da estreia contra o Corinthians, no Pacaembu, o treinador bancou a rapaziada e a vitória veio pelo placar mínimo. Emblemática. Deu moral. Entre as cartas lançadas, duas fizeram a diferença: o goleiro Ivan, que pegou um pênalti de Jadson e o autor do gol, Felipe Saraiva.
– A única responsabilidade que eles (mais jovens) têm é fazer o que eu estou pedindo. Foi assim a conversa com os jovens que vão iniciar a partida amanhã (quarta-feira). Pressão por resultado eu assumo, a responsabilidade é minha - explicou na coletiva pré-jogo diante do Timão no Pacaembu.
Assim, a Ponte Preta saiu da capital paulista com os três pontos. Logo mais, entrará em campo brigando para se manter na liderança isolada do grupo B no Paulistão, mas confiando nessa moçada que "vai à luta com essa juventude e não corre da raia a troco de nada".
