Remador da Seleção, Lucas Verthein celebra ano de superação: ‘Sonho todos os dias com os Jogos Olímpicos’

Após seis meses parado, atleta olímpico participou de quatro competições, disputou um total de nove provas e subiu ao pódio em todas elas

lucas verthein
Atleta foi bronze nos Jogos Sul-Americanos 2022 (Foto: Arquivo Pessoal)

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A temporada 2021 foi das mais marcantes na vida e na carreira de Lucas Verthein, ao conquistar o melhor resultado da história do remo brasileiro em Jogos Olímpicos, o 12º lugar no Single Skiff. Logo na virada do ano, porém, o atleta recebeu uma punição do Tribunal Brasileiro de Justiça Antidopagem (TJD-AD).

A defesa conseguiu convencer os auditores de que Lucas teve seu suplemento alimentar contaminado por oxandrolona. Com isso, o atleta do Botafogo e da Seleção acabou recebendo a pena mínima de seis meses. O TJD-AD entende que o atleta tem responsabilidade por tudo que consome, mesmo que não tenha sido feito de forma intencional.

Superado o episódio, Lucas teve um ano que impressiona e mostra por que ele é apontado como o principal nome do Remo no país. Depois de mais de 180 dias sem nem sequer poder entrar num barco para treinar, o que é uma angústia interminável para um atleta de alto rendimento, foco, força de vontade e uma enorme dose de superação foram os ingredientes que o fizeram se reerguer.

Apenas nos quatro últimos meses de 2022, visto que só voltou a competir em setembro, participou de quatro competições, disputou um total de nove provas e subiu ao pódio em todas elas – só não venceu duas. No Estadual, pegou as duas últimas regatas e foi ouro no 2 SEM e no 8 COM, justamente a prova que confirmou o título do Botafogo.

Nos Jogos Sul-Americanos, em Assunção (PAR), foi bronze no Single Skiff. No Brasileiro, atingiu os 50 títulos nacionais ao vencer no Double Skiff, no 8 COM e no Four Skiff – ainda foi prata no 4 SEM. Por fim, disputou o Campeonato Uruguaio e foi campeão no 4 SEM e no 8 COM.

- Foi um ano de muitos desafios. Passamos por testes na vida e 2022 veio para mostrar o quão forte eu sou, o quanto eu realmente amo o remo e quero estar nesse esporte, sonhando todos os dias com uma vaga nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris. Tenho treinado muito, fazendo de tudo para estar entre os melhores do mundo novamente e buscar essa medalha olímpica. De uma maneira geral, tive ótimos resultados depois que voltei. O que eu considero bem marcante foi ter alcançado os 50 títulos nacionais - analisou Lucas, que tem apenas 24 anos.

Outro fato importante e emocionante destacado por ele foi a retomada da hegemonia do Botafogo nas raias da Lagoa Rodrigo de Freitas pelo Campeonato Estadual. Depois de o clube conquistar o hexacampeonato, de 2013 a 2018, viu o Flamengo quebrar essa sequência histórica, com os títulos em 2019 e 2021 – não houve competição em 2020 por conta da pandemia. O que mexeu com o brio não só de Lucas, mas de todos os envolvidos de ambos os lados. Voltar a vencer sob os olhares do Cristo Redentor era uma questão de honra.

- Podemos chamar de batalha entre Davi e Golias, onde o Botafogo era o Davi. Com uma estrutura bem inferior à do Flamengo, com um grupo enxuto, com atletas que contamos nos dedos para cada prova, superamos todas as adversidades e fomos campeões de verdade. Nos unimos em prol de um bem maior e mostramos o quão forte nós somos, independentemente de tudo. E isso se deve, principalmente, ao nosso treinador Paulo Vinícius, o Paulinho, e a todo departamento de remo, que trabalha incansavelmente todos os dias”, desabafou.

Em 2023, Mundial, Jogos Pan-Americanos e olho em Paris
O desempenho e os resultados em 2022 foram muito bons, acima de qualquer suspeita, mas o que esperar de 2023? Será um ano ainda mais importante pelo simples fato de já haver chance de classificação para Paris-2024. Além disso, a oportunidade também de quebrar um incômodo jejum do Remo brasileiro em Jogos Sul-Americanos, como bem lembra Lucas Verthein, obstinado por uma medalha dourada que o país já não ganha há 35 anos.

- Serão vários desafios em 2023, uma temporada repleta de competições importantes, como o Mundial, que já será a primeira oportunidade de classificar o barco para Paris-2024. Em janeiro, o ano começa com uma qualificação visando ao Pré-Pan-Americano, em março, classificatório para os Jogos Pan-Americanos, em Santiago, no Chile, em outubro. Lembrando que o Brasil não vence uma regata nos Jogos desde 1987, e o nosso remo precisa muito dessa medalha de ouro. Durmo e acordo todos os dias pensando nisso. Só quero agradecer por tudo que já passou e, agora, trabalhar por tudo que está por vir - completou.

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