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Finanças do Corinthians explicadas: receitas batem recorde, mas não resolvem ‘fantasma’ da dívida

Clube mantém investimento elevado e estabiliza dívida em patamar próximo a R$ 1 bilhão

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As finanças do Corinthians explicadas (Arte Lance!)

Lance! - 23/06/2023 - 06:10

Lance! - 23/06/2023 - 06:10

O Lance!Biz dá sequência, nesta sexta-feira (23), à série especial sobre as finanças do futebol brasileiro. Em parceria com a Pluri Consultoria, o estudo se baseia nas demonstrações contábeis mais recentes, referentes a 2022. A terceira matéria analisa as contas do Corinthians.

Destaques:

> Timão arrecadou mais de R$ 770 milhões na temporada 2022 - maior faturamento na história do clube;

> Receitas foram impulsionadas pelo retorno da bilheteria e pela performance esportiva;

> Endividamento do clube se estabiliza, mas segue no patamar de R$ 900 milhões.

Panorama geral das finanças do Corinthians

O primeiro indicador da saúde financeira é a comparação entre receitas e dívidas. Pelo critério adotado pela Pluri Consultoria, o Corinthians terminou 2022 com o endividamento líquido 1,16 vezes maior que o faturamento total - uma melhora em relação ao ano anterior, no qual a proporção era de 1,81.

Como o Corinthians bateu recorde de receitas?

Com R$ 779 milhões faturados, o Corinthians teve a terceira maior receita do futebol brasileiro em 2022. O faturamento do Timão teve um acréscimo de 55% em comparação ao ano anterior, atingindo o maior índice na história do clube.

As receitas foram impulsionada por três fatores: (1) o retorno completo do público aos estádios, (2) a venda de atletas e (3) o bom desempenho esportivo, especialmente na Copa do Brasil.

Como na maior parte dos clubes brasileiros, os direitos de transmissão representam a maior parcela do faturamento corintiano (41%). Um ponto positivo, no entanto, é que a diretoria conseguiu diminuir a dependência desta linha de receita em relação a 2021.

Por que a dívida do Corinthians não diminui?

Apesar das receitas em alta, o Corinthians ainda convive com o "fantasma" das dívidas. É verdade que o endividamento vem se estabilizando, depois de uma expansão entre 2018 e 2020, mas o nível ainda está em um patamar elevado, próximo a R$ 1 bilhão.

Por ter um endividamento elevado, o Timão gasta uma fortuna todos os anos com despesas financeiras, como juros de empréstimos, por exemplo. Em 2022, foram R$ 76,2 milhões.

Além disso, outro fator que impede a diminuição efetiva da dívida corintiana é a estratégia da diretoria de manter os altos investimentos na formação de elenco e na estrutura do clube. Ao todo, o clube teve despesas totais de R$ 764 milhões em 2022.

Análise do especialista

- A receita do Corinthians bateu recorde em 2022, puxado pelo aumento do volume de vendas de atletas. Essa melhora permitiu reduzir a relação de endividamento proporcionalmente às receitas, apesar da estabilidade da dívida líquida em patamares acima de R$ 900 milhões, sem incluir o montante relativo à NeoQuímica Arena. Permitiu também que o clube apresentasse um pequeno superávit, que só não foi maior devido ao forte crescimento das despesas com futebol. A questão central é que o clube não parece estar se estruturando o suficiente para fazer frente a Flamengo e Palmeiras, já que não consegue melhorar sua estrutura financeira, tampouco os resultados dentro de campo - analisa Fernando Ferreira, sócio-diretor da Pluri.

Apesar do tamanho do clube - que permitiria ambicionar resultados muito superiores nas frentes financeira e esportiva - a falta de um processo de reestruturação efetiva parece apontar para um distanciamento ainda maior em relação aos rivais mais estruturados.
Fernando Ferreira, sócio-diretor da Pluri
Torcida Corinthians - Neo Química Arena

Torcida do Corinthians na Neo Química Arena (Foto: Tiago Garcia / Ag. Corinthians)

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