Recurso do MP-SP atrasa retomada de bandeiras com mastro nos estádios paulistas

PM alega que protocolo para liberação dos adereços está em elaboração

torcida São Paulo
Torcedores do São Paulo usam bandeiras com mastro na porta do Morumbi (Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC)

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Autorizada em um primeiro momento, a volta das bandeiras com mastros nos estádios de São Paulo ainda não tem data para acontecer. Segundo o LANCE! apurou, a Polícia Militar, contrária à medida, aproveitou o recurso interpelado pelo Ministério Público paulista contra a decisão do juiz Fabrício Reali Zia para paralisar o debate sobre o assunto.


O recurso contra a decisão judicial foi feito pela promotora Regiane Vinche Zampar Guimarães Pereira, sob a motivação de que autoridades policiais 'não têm legitimidade para tratar sobre o assunto'.

A decisão de Zia foi dada por conta da recomendação da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva, que alertou para o fato do Estatuto do Torcedor, uma legislação federal e que autoriza a entrada de bandeiras em estádios, ter poder maior que a lei estadual que veta os adereços homologada em 1996 pelo então governador Mário Covas (PSDB).

- A autoridade policial não é titular do direito subjetivo pleiteado, qual seja, o ingresso nos estádios portando bandeiras com mastros. O direito subjetivo que se busca reconhecido pertence ao torcedor, posto que invocado com base no estatuto de mesmo nome (do torcedor)... Assim, a referida ação está maculada por falta de legitimidade de parte... - destacou a promotora no recurso.

O episódio mostra o racha das autoridades sobre o tema. O L! apurou que desde o início do ano delegados do Drade tratam sobre a liberação das bandeiras de mastro nos estádios paulistas com as torcidas organizadas. Promotoria e PM, contudo, são contra.

- Se a proibição de entrar com bandeiras e mastros perdura desde 1996, com o advento da Lei Estadual nº.9.470, não há urgência para se conceder o direito de ingresso nos estádios portando tais instrumentos de forma imediata e perene neste momento... - escreveu Regiane em seu recurso.

Pelo menos quatro reuniões sobre o tema foram realizadas entre as autoridades sobre o tema. Apenas uma contou com representantes das organizadas.

Em sua decisão, o magistrado ressaltou que a responsabilidade de elaboração de um protocolo para definir formatos e afins sobre os adereços a entrarem nos estádios seria feito pela PM, que oficialmente alega que as normas estão em elaboração.

Até o julgamento do recurso, a liberação é considerada judicialmente válida. A corporação, contudo, quer avaliar como seria feita a liberação das bandeiras nas arenas modernas, como as de Palmeiras e Corinthians, justificando assim a demora na liberação.

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