Delatores afirmam que Cabral exigiu propina nas obras do Maracanã

Ex-governador do Rio de Janeiro teria cobrado 5% de “contribuição” para Andrade Gutierrez entrar no consórcio e a permanência da Delta no grupo

Maracanã (Foto: Vanderlei Almeida/AFP)
Maracanã foi reformado para a disputa da Copa do Mundo de 2014 (Foto: Vanderlei Almeida/AFP)

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O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi acusado de permitir que a Andrade Gutierrez se associasse às empreiteiras Odebrecht e Delta no consórcio que disputaria em 2009 a reforma do estádio do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. Segundo a revista "Época", o nome do político foi citado em delação premiada da Operação Lava Jato por Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo, ex-presidentes de empresas do grupo Andrade Gutierrez.

No depoimento, que ocorreu em março, os delatores afirmaram que Cabral cobrou pagamento de 5% do valor total do contrato. A obra do estádio, que inicialmente fora orçada em R$ 720 milhões, se encerrou com um custo superior a R$ 1,2 bilhão.

"A conversa foi franca, mas o pedido de propina foi veiculado com o uso de outra palavra, que pelo que o depoente se recorda foi contribuição", diz o trecho da delação de Rogério Nora de Sá, divulgado pela "Época".

Rogério Nora de Sá afirmou ainda que na reunião com Cabral, ele teria concordado com a entrada da Andrade Gutierrez na disputa do consórcio, mas não abria mão da presença Delta no negócio. O ex-presidente declarou ainda que a Odebrecht a Delta já estavam acertadas informalmente para disputarem a situação.

Os pagamentos foram feitos a partir de 2010 e ocorreram apenas até o ano seguinte. Segundo os delatores, como a obra começou a gerar prejuízo, eles interromperam a propina. Os valores não foram revelados.

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