Guardiola se rende a Cruyff: ‘Ele foi a revolução que nos ensinou as coisas’

Holandês foi a referência do técnico do Bayern de Munique na carreira de técnico

Cruyff - Barcelona
Cruyff (à direita) jogou no Barcelona (Foto: STF / AFP FILES / AFP)

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Johan Cruyff segue sendo homenageado um dia após a sua morte, aos 68 anos, vítima de câncer de pulmão. Nesta sexta-feira, Pep Guardiola falou sobre o ex-comandante na época de Barcelona. O técnico do Bayern de Munique disse que o holandês foi uma de suas grandes referências na carreira de treinador e que foi ele que o ajudou a aplicar o estilo de toque de bola e o jogo ofensivo no Barcelona.

Em entrevista à rádio "RAC1", Guardiola disse ainda que tenta imaginar como Cruyff reagiria diante de situações adversas, como ocorreu na partida diante da Juventus, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões, quando o Bayern perdia por 2 a 0 para a Juventus e chegou ao empate em 2 a 2, conseguindo a vitória por 4 a 2 na prorrogação.

- Foi um privilégio poder aproveitar sua generosidade para compartilhar conhecimento. Nos deu até uma gramática para entender o esporte. O Barça é mais que Johan, evidentemente, mas ele foi a revolução que nos ensinou a fazer as coisas. Chegou e disse: vamos fazer assim. Isso tem um mérito tremendo, e é dificílimo. Tem que ter uma fé imensa para convencer as pessoas. Não é casualidade que ele tenha dado origem a tantos treinadores, porque nos ajudou a entender este jogo. Penso muito no que faria Johan.
Contra o Juventus, pensei quando estava com a corda no pescoço. Sempre era especial no ponto de vista, era instintivo, e te guiava para seguir seu instinto. Penso muitas vezes: 'o que ele faria?' diante de situações complicadas, e isso reconforta - comentou Pep.

Cruyff
Cruyff é um dos maiores ídolos do Barcelona (Foto: Barcelona)

O treinador falou ainda da revolução que Cruyff trouxe ao futebol, tanto como jogador como técnico. Ele exaltou o perfil do holandês, que está eternizado no Barcelona e no Ajax como jogador, antes de levar os catalães à primeira conquista da Liga dos Campeões de sua história.

- Diante de um jogo tão indecifrável como esse, nos deu ferramentas para dominá-lo, coisa que é impossível a não ser que chame Messi. Eu era um jogador com talento para jogar, mas não entendia para nada este esporte. Ele nos abriu um mundo fascinante, um filme que interiorizamos. Ontem falava com meus filhos que não conheceram Cruyff, tratando de explicar a eles o que era, e só pensei em comparar a um professor de qualquer matéria que você gosta. Esse mestre que você só espera ir à sua aula porque te ajuda a querer essa assinatura. Era um tipo que dizia tudo ao contrário do que havia escutado a vida toda. Sempre diziam que se perdia porque não se corria, e chega ele um dia e diz que se perde porque se corre demais. Com a morte de Cruyff perdemos uma figura que já não poderemos ver quando precisarmos, que não teremos perto nos momentos de dúvidas. Em contrapartida, fica a sorte de todos termos aproveitado. Deixou muitas coisas a todos nós, cada um a seu nível, e isso só é possível quando alguém te dá algo - concluiu o treinador do Bayern.

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