‘Indescritível’, define torcedora presente no Independência para a final do Brasileiro A1
Quase 20 mil cruzeirenses marcaram presença no estádio para acompanhar a final

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O empate em 2 a 2 entre Cruzeiro e Corinthians pela final do Brasileirão Feminino marcou o recorde de público do futebol feminino de Minas Gerais e do Brasil nesta temporada. Com capacidade para 23 mil pessoas, o Independência recebeu 19.175 torcedores neste domingo (7).
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Entre os quase 20 mil torcedores presentes no estádio, estava a jornalista Maria Gabriela, de 25 anos, que acompanhou o jogo da arquibancada. Entusiasta da modalidade, conversou com o Lance! sobre suas impressões do ambiente criado pela Nação Azul e se surpreendeu.
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Camisas de jogadoras do Cruzeiro e crianças na arquibancada
A mobilização cruzeirense começou antes do apito inicial. Ao longo da semana, as redes do clube incentivaram os torcedores a comprarem ingressos para a decisão, com direito à convocação de Gabigol. Com isso, os recordes de venda foram anunciados em sequência e culminaram nos 19.175 torcedores no Independência. Segundo Maria, havia muitas famílias presentes com crianças pequenas, algo frequente nos jogos de futebol feminino, mas um fato chamou sua atenção.
— Em relação ao público, muitas crianças, muitas meninas de cinco a dez anos que vieram acompanhadas dos pais, até por ser um jogo de manhã, um horário mais tranquilo. E o que me chamou muita atenção foi até homens com a camisa do Cruzeiro com o nome de jogadoras, acho que isso é muito raro. Tem todo mundo escrito Kaio Jorge, Gabigol, mas tem Vitória Calhau escrito atrás de algumas, Byanca Brasil... De mulher a gente espera, mas de homem, de fato, eu fiquei surpresa e foi uma surpresa muito boa — contou.
A grande campanha no campeonato fez com que as Cabulosas conquistassem outro feito inédito, que foi a vaga para a Libertadores Feminina. Isso tudo é reflexo dos investimentos feitos pela diretoria, que crescem gradualmente a cada temporada. A jornalista descreveu o sentimento como "único", orgulhosa da evolução das Cabulosas desde 2019, quando subiram para a Série A1.
A trajetória de ascenção do Cruzeiro começou na gestão de Ronaldo Fenômeno, que comprou a SAF do clube, e colocou Kin Saito como diretora de futebol feminino. Depois da venda para Pedrinho, Bárbara Fonseca assumiu e deu continuidade ao crescimento do projeto, que agora já mira a formação de um time sub-17.
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Momento "extraordinário" do Cruzeiro e esperança do título do Brasileirão
— Há cinco anos isso era inimaginável no futebol de garotas aqui em Minas Gerais e hoje a gente tem quase 20 mil pessoas em um estádio, torcendo para as mulheres e gritando o nome delas. Acho que a gente não imaginava como a torcida abraçaria, que saberiam o nome dessas meninas. Isso é muito importante para elas, mesmo com o empate. Depois do jogo, todo mundo aplaudiu muito. A gente sabe do investimento que tem do lado do Corinthians, da qualidade, da base e de toda a infraestrutura que elas têm desde muito tempo. E o Cruzeiro tem esse investimento muito mais recente. É extraordinário para o futebol mineiro e para o futebol feminino em Minas Gerais estar vivendo isso aqui. Fiquei emocionada do início ao fim. É uma sensação indescritível. Acho que o futebol feminino hoje em Minas Gerais vive extraordinário, se eu pudesse resumir em uma palavra só.
O jogo foi duro, mas time mineiro foi valente e não se entregou. As Brabas abriram o placar com Gi Fernandes e Marília deixou tudo igual. No segundo tempo, as paulistas voltaram ficar em vantagem com Gabi Zanotti, mas Isabela marcou na sequência e deu números finais à partida. O empate deixou a decisão aberta para o jogo de volta, na Neo Química, no próximo domingo (14), às 10h30.
— O clima é de muita esperança. Acho que a torcida já esperava que seria um jogo muito difícil. Claro que o torcedor do Cruzeiro queria resolver em casa, porque o segundo jogo vai ser muito difícil, a torcida do Corinthians sabe fazer uma festa gigante. Mas a torcida aqui apoiou muito. O Cruzeiro tomou o primeiro gol e a torcida cantava, puxava a hino, isso é muito tradicional da torcida do Cruzeiro em qualquer jogo, do feminino ou masculino. E aí depois do apito final nesse 2 a 2, a torcida cantou muito e teve a tradicional rodinha no círculo central, fazendo aquela comemoração. Vai ser um jogo difícil, mas não tem nada a ganho lá na Neo Química Arena.
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