Torcedor do Vasco passa por cirurgia de emergência e alega ter sido agredido por grupo de rubro-negros

Claudio Augusto Souza Ramos teria sido espancado por torcedores do Flamengo enquanto estava a caminho do Maracanã para acompanhar o Clássico dos Milhões, no último dia 19

Montagem
Homem teve fraturas em seu rosto após agressões (Foto: Acervo Pessoal) 

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Um torcedor vascaíno foi até as redes sociais para denunciar um caso de agressão sofrido por ele antes da partida entre Vasco e Flamengo, no último dia 19 de março. Claudio Ramos, de 30 anos, teria sido agredido por um grupo do torcedores rubro-negros enquanto estava a caminho do Maracanã para acompanhar o clássico entre os rivais cariocas. 

O cruz-maltino teve o maxilar fraturado nos dois lados e teve que passar por uma cirurgia de emergência. O caso foi registrado na 19ª DP, no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio, e está sendo investigado pelas autoridades.

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Dois dias após o caso, Cláudio relatou a situação com detalhes no Twitter. O torcedor conta que tinha a expectativa de ser um dia de jogo normal, mas foi surpreendido pela violência antes de sequer chegar ao local do jogo. 

- No último dia 19/03, estava a caminho do Maracanã para assistir ao Vasco x Flamengo achando que seria um dia comum de jogo. Eu tinha acabado de comprar uma camisa nova oficial do Vasco - uma regata branca - e já tinha compartilhado com meus amigos a animação de estreá-la nesse jogo. Descendo pela rua São Francisco Xavier, caminho que faço com frequência para ir até a casa da minha mãe que mora em frente ao Maracanã, senti uma sensação ruim - inicia.

DENÚNCIA DE AGRESSÃO

Ele detalha que foi espancado por um grupo de torcedores do Flamengo, no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio. 

- Às 15h42 mandei um áudio para minha namorada avisando que eu provavelmente demoraria a voltar para casa, pois o jogo acabaria perto de 20h e, como eu estava com a camisa do Vasco e sozinho, ia esperar o trânsito diminuir para voltar de Uber com maior segurança. Às 15h50 eu já estava mandando um novo áudio. Tinha acabado de ser agredido. Na esquina da rua São Francisco Xavier com a rua Paula Sousa, um grupo de quatro flamenguistas que estava conversando com um ambulante de bicicleta me parou. Foi tudo muito rápido - diz ele, que completa logo na sequência.

- Uma me perguntou "você é vascaíno?". Respondi que sim. Não passou nem um segundo (pelo menos na minha cabeça) e uma segunda pessoa do grupo desferiu o primeiro golpe no meu rosto. Me senti atordoado, levantei a cabeça e logo recebi um segundo golpe na outra lateral do rosto. Assim que parei de ser agredido, só tentei entender o que estava acontecendo, quando recebi uma resposta simples: "cai fora, mete o pé". E obviamente o fiz - completa.

Logo após o ocorrido, Cláudio se dirigiu à casa da sua mãe, que fica localizada próxima ao Maracanã. Ele explica que só foi ter noção das gravidades das lesões sofridas somente no dia seguinte. Ao ir em uma unidade de saúde foi informado que teve fraturas na em sua mandíbula.

- Chegando lá, já reparei que meu rosto estava inchado. Ela me ajudou a tentar parar o sangramento com gases e soro fisiológico para limpar e comecei a aplicar gelo. No atordoamento do choque, só quis ir para casa. Deixei meu cartão-ingresso com meu irmão que iria ao jogo com amigos meus (e eu tinha carregado 3 ingressos no meu cartão de sócio). No dia seguinte, após acordar com muita dor e com dificuldade até de beber água, vim ao hospital para ser atendido de emergência. Após algumas horas esperando, fui informado de que meu maxilar foi fraturado nos dois lados e que precisaria passar por cirurgia de emergência - conta.

RECUPERAÇÃO 

A cirurgia de Cláudio aconteceu somente nesta quinta-feira. Ainda nas redes sociais, o torcedor cruz-maltino demonstra a sua ansiedade por uma pronta recuperação tanto física como mental após o episódio de violência sofrido.

- Só quero ir pra casa, dormir na minha cama e voltar a pensar no meu dia a dia normal. Não consigo nem escovar os dentes. Quero meu rosto normal de volta, e mais importante, quero meu controle psicológico de volta. Nesses últimos dias, dormi e acordei chorando por não entender por que isso aconteceu comigo - escreveu.

VIOLÊNCIA NO FUTEBOL

No final do seu desabafo nas redes sociais,  Claudio Augusto afirma que não acompanhará mais futebol. E alerta os seguidores sobre a violência no esporte. 

- Não quero saber mais nada do esporte por um bom tempo. Para mim, não faz mais sentido acompanhar algo que te faz ser agredido simplesmente por usar uma camisa diferente da sua. E infelizmente isso é algo que sempre existiu e nunca foi coibido. Você simplesmente releva por não achar que vai acontecer com você por mais que já tenha presenciado algo. Até que acontece - conclui. 

INVESTIGAÇÕES

Em resposta ao LANCE!, a Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento na 19ª DP (Tijuca). E agentes realizam diligências para esclarecer as circunstâncias do fato.

PUNIÇÕES

Na última semana, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro proibiu quatro torcidas organizadas de três clubes tradicionais da capital (Flamengo, Fluminense e Vasco) de frequentar estádios por cinco anos. Seus respectivos chefes tiveram prisões preventivas de 30 dias decretadas.

A decisão foi tomada após o trágico episódio entre torcedores de Flamengo e Vasco, no dia 5 de março. A confusão generalizada pela cidade deixou oito pessoas feridas (duas delas seguem internadas em estado grave), e uma vítima fatal.

A Raça Rubro-Negra, a Jovem Fla, a Força Jovem do Vasco e a Young Flu estão proibidas de frequentar eventos esportivos.

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