Marcos Uchôa relembra crescimento da fama de Galvão Bueno e diz que não há substituto para o narrador

Ex-repórter da Globo trabalhou por mais de 30 anos com o locutor na emissora

Marcos Uchôa e Galvão Bueno
Marcos Uchôa colecionou várias transmissões com Galvão na Globo (Reprodução)

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Galvão Bueno se despede das transmissões de futebol neste domingo após a narração da final da Copa do Mundo, entre Argentina e Croácia. Após mais de 30 anos de convivência com o narrador na Globo, o jornalista Marcos Uchôa contou ao LANCE! um pouco mais sobre o locutor de 72 anos.

- Eu conheço o Galvão antes dele ser o que é hoje. Ele já era um grande narrador, mas a grande virada dele foi em 1994, que é o ano da morte do Ayrton Senna e do tetra. Eu tenho uma relação muito boa e sempre vi esse lado de falar de filho com ele e essas coisas - disse Uchôa.

- Mas é claro, todo mundo que fica famoso tem que ter muito cuidado. A fama faz muito mal. A pessoa começa a se achar, querer ficar grande demais. Então, quando o Galvão se tornou enorme, eu entendo que ele possa ter derrapado nesse sentido aqui ou ali, porque é o que acontece quando se atinge uma fama nesse nível - completou o repórter.

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Marcos Uchôa deixou a Globo em novembro de 2021, pouco mais de um ano antes do que o companheiro de transmissões. Galvão Bueno foi a voz dos principais eventos esportivos da Globo desde a década de 1990, quando se tornou o principal narrador da emissora. Perguntado se há um substituto para Galvão, Uchôa foi direto.

- Não. Por dois motivos: ele tem um talento maior do que os outros que eu vejo. Não que não possa aparecer alguém depois. O problema desse depois, é que essa pessoa nunca vai ter as chances que o Galvão teve. Eu e Galvão vivemos em uma Globo que não é mais a Globo de hoje. Agora você vê uma Copa do Mundo no SporTV, no Globoplay, no Casimiro. Antes, você só via na Globo. O mundo mudou, então esse próximo candidato a Galvão Bueno vai ter um espaço muito menor do que ele teve - explicou o repórter.

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Galvão encerrou sua atuação como narrador, mas ainda não colocou um ponto final na relação com a emissora carioca. Há alguns meses, o locutor afirmou que ainda pode fazer trabalhos pontuais com a Globo. Ao todo, o locutor participou de 13 Copas do Mundo, tendo narrado dois títulos da Seleção Brasileira.

Confira outros trechos do papo com Marcos Uchôa:

Momentos profissionais mais marcantes com Galvão
- Minha ligação com o Galvão foi sempre mais em Olimpíada, cerimônia de abertura, encerramento, que são eventos de horas. E ali era basicamente eu Galvão conversando na transmissão. Mas eu também fiz Fórmula 1 com ele, então viajamos juntos, saímos, também teve esse lado

Ausência de Galvão Bueno nas transmissões
- A Globo perde muito. As narrações do Galvão Bueno nesta Copa do Mundo mostram que ele poderia continuar mais tempo. Talvez não trabalhando tanto. Mas ainda acho ele o melhor. Ele tem o domínio de quando acelerar e quando frear. Ele tem o senso crítico de quando o jogo não está bom, saber dar uma empolgada, porque o produto exige isso

Copa do Mundo sem Galvão Bueno
- A Copa do Mundo é um grande evento. Sem ele, acho que fica faltando uma peça muito importante. Falo como telespectador também. Você também está habituado a ele. A falta dele também será difícil de assimilar. Sempre será injusto para o próximo, porque o Galvão sempre foi a voz dos grandes eventos

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