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História de superação: o papel incansável de uma mãe no futebol

Flávia Neustadt detalhou os momentos que precisou se superar como mãe

Igor
imagem cameraIgor e Flávia passaram por diversas dificuldades no mundo futebol (Foto: Reprodução)
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Enzo Monteiro
Rio de Janeiro (RJ)
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Pedro Brandão
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 11/05/2025
08:00
Atualizado há 2 minutos

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Igor Neustadt, desde criança, sonhava em ser jogador de futebol. Com o apoio incansável da mãe, Flávia Neustadt, enfrentou desafios como peneiras, viagens longas e frustrações em sua jornada no esporte. Acompanhado pela dedicação da mãe, ele superou dificuldades financeiras e emocionais, somou passagens por times de base no Rio de Janeiro, se profissionalizou no Paraguai e buscou seu espaço no futebol. Porém, quando menos esperava, uma lesão o fez se afastar dos gramados tão jovem. Hoje, ele se tornou um homem de caráter, honesto e determinado, e sua trajetória no esporte reflete o esforço de uma mãe que sempre acreditou em seu sonho.

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- Percebi que o Igor queria ser jogador desde o momento em que eu chegava do trabalho e ele matava aula para jogar futebol na praça. Chegava em casa todo suado, dizendo que tinha estudado muito. Eu o peguei mentindo e disse que ia trocá-lo de colégio, pois achei que aquele estava fácil demais para ele, já que ele era nota 10 em tudo e o melhor aluno da escola. Ele era competitivo, nasceu para competir - iniciou Flavia.

Flavia relembrou um momento em que Igor, ainda criança, a fez comprar uma camisa branca para realizar uma 'peneira' na Portuguesa-RJ. Segundo ela, o filho era um menino dedicado e decidido a ser jogador de futebol.

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- Eu o apoiei porque percebi que ele queria muito. Ele era uma criança dedicada, forte e decidida, e comecei a me envolver nas peneiras que ele queria fazer. Ele dizia que havia peneira na Portuguesa e que precisava comprar uma camisa branca e se vestir de vermelho e branco. Eu comprava a camisa, levava e o apoiava. No campo, ele estava lá com vários outros meninos, e separava cada um conforme a posição. Eu via que era o sonho de muitos garotos, mas, depois de um mês ou dois, alguns jogadores desistiam.

Igor
Igor durante sua passagem pelo Paraguai (Foto: Reprodução)

O tão simpático América Futebol Clube também abriu as portas para Igor demonstrar seu talento no gramado de Edson Passos, em Mesquita. Flavia conta que, mesmo o filho não atuando bem em alguns jogos, ou até mesmo nem saindo do banco de reservas, sempre o apoiou e demonstrou companhia ao jovem.

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- Nós fomos várias vezes para longe para ele treinar no América, em Edson Passos. Além de ser distante, era muito cansativo. A sorte foi que o uniforme era o mesmo, vermelho e branco. Lá, ele conseguiu jogar na posição dele e participou do Carioca. Em alguns jogos, entrou e jogou bem, mas em outros não entrou, o que foi frustrante. Mas eu estava sempre lá, apoiando, mostrando que estava com ele, não importando o momento que ele vivia. Eu dizia para ele que a cada dia ele precisava batalhar, vencer e superar as frustrações.

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Flávia também relembrou os momentos em que precisou arcar financeiramente com passagens de avião e ônibus para Igor realizar testes em clubes de fora do Rio de Janeiro e até mesmo fora do Brasil. Até que em determinado momento, o filho consegue uma oportunidade no Cerro Porteño, do Paraguai.

Igor
Igor (centro) durante sua passagem pelo América-RJ (Foto: Reprodução)

- Lembro de quando tive que pagar passagem aérea e de ônibus para ele tentar peneiras em outros estados e até em outro país. Foi um sacrifício muito grande arcar com essas despesas, pois ele nunca teve um empresário ou alguém para ajudar financeiramente. Eu comecei a acreditar nele e vi a oportunidade dele se profissionalizar no Paraguai. Lá, ele jogou no Cerro, no clube de base, mas também treinava com os profissionais.

Entretanto, mesmo vendo o filho ter bons momentos no clube paraguaio, Flavia revelou que percebeu que Igor não se alimentava da forma ideal e não conseguia dormir direito. A mãe, sempre preocupada com o futuro do menino, reafirmava o apoio e o questionava sobre um suposto 'Plano B'. Tempos depois, viu Igor retornar ao Brasil e se lesionar a ponto de precisar passar por cirurgia e fisioterapia.

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- Ele participou de alguns jogos, ficou no banco e até jogou com os profissionais. Acreditei que tudo ia fluir, pois o presidente gostava muito dele e queria levá-lo para um clube da primeira divisão no Paraguai. Fiquei preocupada quando ele se afastou ainda mais, pois percebia que não se alimentava bem e tinha dificuldades para dormir. Ele foi recebido por uma família paraguaia e fez bons amigos, mas eu temia que se perdesse no outro país. Sempre perguntava sobre seus planos caso não fosse jogador. Quando retornou, não aceitou a proposta do Nacional e teve seu passe segurado pelo presidente. Ele voltou ao Brasil, treinou forte, e eu comprei passagem para ele fazer um teste no Londrina, mas se machucou. Fez cirurgia e fisioterapia, mas ficou frustrado, sem saber qual seria o próximo passo.

Igor
Igor (direita) durante sua passagem pelo América-RJ (Foto: Reprodução)

Flavia também recordou um dia pra lá de especial na carreira do filho, e dela. Durante uma partida da Taça das Favelas em que o jovem participou, ela foi entrevistada por um canal de televisão que estava presente no local fazendo a cobertura do evento. Mesmo com a derrota sofrida, a mãe guarda esse momento na memória por diversos fatores.

- O momento mais incrível foi quando ele jogou na Taça das Favelas pelo São Carlos. Tive que passar por uma rua que estava em obra e com um trânsito enorme. Metade do time ficou no ônibus e não chegou a tempo, enquanto eu levei alguns jogadores. A sorte foi que o uniforme estava comigo no carro. Com sete jogadores, joguei contra o CDD, cujo técnico era o Douglas, e conseguimos empatar 0 a 0 no primeiro tempo. Mas, quando o time completo chegou e as substituições aconteceram, acabamos perdendo de 7 a 0. Fui entrevistada e foi hilário, pois com sete jogadores conseguimos segurar o jogo, mas com o time completo tomamos sete gols.

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- Eu saí na televisão, muitas pessoas viram, meu filho ficou muito orgulhoso de mim, e as pessoas falavam que me viram na televisão, falou com ele, que viu também, ele virou figurinha, algo de figurinha, né, isso também foi... é hilário, a gente guardou, tal, essa lembrança boa. E se eu pudesse, na verdade, falar com outras mães com relação ao sonho dos filhos, é que deixasse realmente eles tentarem realizar, porque a gente não sabe quais que vão chegar, né? É muito difícil a gente prever o futuro de cada um. Ele batalhou bastante, mas para ele foi impossível, mas foi uma trajetória boa, porque ele aprendeu muito, e ficava muito preocupada, porque ele pegava o trem sozinho, e tinha outros meninos que às vezes ele encontrava no caminho, mas é muito preocupante para uma mãe que tem que trabalhar fora, tem que ganhar o dinheiro, mas tem que deixar o filho também tentar realizar seus sonhos.

Igor
Igor (esquerda) precisou largar o futebol por conta de uma grave lesão (Foto: Reprodução)

A trajetória de Igor no futebol é um exemplo de dedicação e superação. Desde a base, enfrentou desafios e frustrações, mas sempre contou com o apoio incondicional da mãe, que sabia da importância de estar ao lado do filho em cada passo de sua jornada. Sua experiência no futebol de base, em clubes como América, Portuguesa e, posteriormente, no Paraguai, o levou a se profissionalizar e brilhar nos campos.

- Não podemos segurar a frustração de uma criança, devemos dar apoio, pois é fundamental que a mãe apoie o filho, o adolescente, o jovem, para que ele se torne um adulto firme e de caráter. Esse posicionamento de mãe é muito importante. A trajetória do Igor no futebol de base foi marcante. Ele jogou em clubes como América e Portuguesa, tentou o Vasco, mas não conseguiu. No Paraguai, foi acolhido e se profissionalizou. Lá, jogou muito bem, especialmente na base Mirim, quando foi para o Paraguai com 15 anos. Em 2013, jogou na Portuguesa, em 2014 e 2015 no América, e em 2016 jogou o Carioca. Em 2016, foi para o Cerro, no Paraguai, e também se destacou.

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Flávia, orgulhosa de sua trajetória, destaca as dificuldades enfrentadas juntos, como o bullying e as injustiças nas divisões de base, mas também o crescimento pessoal que ele experimentou a cada superação. Hoje, ela vê seu filho como um homem de caráter, honesto e decidido, e se orgulha profundamente de tudo o que ele se tornou.

- Se ele estivesse me ouvindo agora, eu diria que, como mãe, sou muito orgulhosa dele. Passamos por muitas dificuldades juntos, como o bullying na base, as preferências entre jogadores e técnicos, e o cansaço psicológico causado pela distância. Mas hoje vejo que ele venceu, pois, a cada etapa que superava, ele crescia mais. Hoje, ele se tornou um grande homem de caráter, honesto, decidido, autêntico e sempre correto. Toda essa trajetória no esporte contribuiu para que ele se tornasse o grande homem que é hoje, e sou imensamente orgulhosa por ele ser esse grande filho, que cuida de mim.

Igor
Igor e Flávia passaram por diversas dificuldades no mundo futebol (Foto: Reprodução)

- Ele é um filho maravilhoso que, não importa onde esteja, sempre pensa em mim, fala de mim, liga para mim e, quando me vê, me acaricia e agradece por todos os momentos que passamos juntos, que foram muito difíceis e complicados. Para uma mãe, é muito complicado ter um filho na base, especialmente quando não pode acompanhá-lo de perto, tendo que deixá-lo viajar de trem, ônibus, ou qualquer meio de transporte. A preocupação é enorme, especialmente com o mundo em que vivemos hoje.

- O amor de uma mãe se assemelha o amor de Deus, ultrapassamos barreiras para trazer felicidade, sacrifício de amor e o principal somos bússola que não importa onde estarão estamos ali com os ponteiros mexendo para guiar. Sempre filhos em pé e mães de joelho. Assim estive em sua trajetória e sou ate os dias atuais - encerrou.

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Passando por grandes dificuldades no campo e fora dele, Igor se tornou não apenas um jogador, mas uma pessoa que traçou sua trajetória com base no esforço e amor incondicional. A história é um lembrete de que o apoio familiar é crucial para o crescimento e sucesso de qualquer jovem em qualquer profissão. Ao olhar para trás, sua mãe, com muito orgulho, vê que cada etapa superada foi um degrau em direção a um futuro promissor, mostrando que, no fim, o amor e o apoio são os maiores impulsionadores de qualquer vitória.

Igor
Igor e Flávia (Foto: Reprodução)

Neste Dia das Mães, celebramos a força, o amor e a dedicação de todas as mães do Brasil e do mundo. Que todas as mães se sintam amadas e especiais, hoje e sempre. O Lance! deseja um ótimo dia para todas as mamães espalhadas pelo país. 💚

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