Suspeita de manipulação na Série A do Brasileirão: MP dá início à Operação Penalidade Máxima II

Já foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão em 16 municípios de seis estados brasileiros

Operação Penalidade Máxima II
Cumprimento de mandado da Operação Penalidade Máxima II em Goiás (Foto: Reprodução/MPGO)

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O Ministério Público de Goiás (MP-GO) anunciou, nesta terça-feira, o início da Operação Penalidade Máxima II, que visa investigar a atuação de uma organização criminosa na manipulação de resultados de jogos de futebol, inclusive da Série A do Brasileirão. O órgão informou que já foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão em 16 municípios de seis estados brasileiros. Um destes mandados foi contra o zagueiro Victor Ramos, da Chapecoense, conforme publicado pelo portal “ND Mais”, filiado à "Record TV".

Segundo o MP-GO, há suspeitas de que o grupo criminoso tenha atuado em pelo menos cinco jogos do Brasileirão de 2022, além de cinco partidas de Campeonatos Estaduais deste ano. A investigação descobriu que os criminosos tentavam cooptar jogadores de futebol com ofertas entre R$50 mil e R$100 mil para que interferissem em eventos dos jogos. A interferência beneficiaria os apostadores em detrimento das casas de apostas, que estariam sendo lesadas pelas manipulações.

- Há indícios de que as condutas previamente solicitadas aos jogadores buscavam possibilitar que os investigados conseguissem grandes lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, utilizando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar os rendimentos. As práticas delitivas podem se enquadrar nos crimes previstos na Lei nº 12.850/13, artigos 41-C e 41-D, do Estatuto do Torcedor, e artigo 1º da Lei n. 9.613/1998 - disse o Ministério Público de Goiás, em trecho de comunicado publicado no site oficial.

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- A investigação indica que as manipulações eram diversas e visavam, por exemplo, assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo - conclui o MP.

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A nova investigação é um desdobramento da Operação Penalidade Máxima, que identificou suspeita de manipulação em jogos da Série B do Brasileirão no ano passado.

Além de Victor Ramos, o "ge" apontou como investigados da operação os jogadores Igor Cariús, do Sport, Kevin Lomonaco, do Red Bull Bragantino, e Gabriel Tota, do Juventude. O LANCE! entrou em contato com o MP-GO para confirmar a informação, mas o órgão respondeu que não divulgará nenhum nome neste momento "em razão das restrições da Lei de Abuso de Autoridade".

O empresário de Victor Ramos deu entrevista ao "ge" e disse que "o atleta não tem qualquer envolvimento em esquema fraudulento ou procedimentos ilícitos". Em nota oficial, a Chapecoense também garantiu confiança na "integridade profissional do atleta", além de se posicionar contra qualquer tipo de manipulação de resultados. A mesma postura foi adotada pelo Sport em relação a Igor Cariús.

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A Operação Penalidade Máxima II está sendo executada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Goiás e pela Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI). Os Gaecos dos estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, o Cyber Gaeco do MP de São Paulo e o Centro de Inteligência do MP do Rio de Janeiro, além das polícias Militar, Civil e Penal de Goiás, estão dando apoio ao cumprimento das diligências.

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