Clubes de jogadores investigados por manipulação de resultados se posicionam; veja

Investigações fazem parte da Operação Penalidade II, iniciada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) nesta terça-feira

Igor Carius Victor Ramos
Victor Ramos e Igor Cariús estão entre os investigados da Operação Penalidade Máxima (Foto: Rafael Bandeira / SCR e Divulgação)

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O Ministério Público de Goiás (MP-GO) deu início, nesta terça-feira, à Operação Penalidade Máxima II, que visa investigar a atuação de uma organização criminosa na manipulação de resultados de jogos de futebol. Alguns dos clubes defendidos por atletas investigados emitiram posicionamentos oficiais sobre o caso. Todos se colocaram de forma contrária à manipulação no futebol e se dispuseram a colaborar com a operação.

O MP-GO revelou as partidas da Série A do Brasileirão do ano passado que estão sendo investigadas. Nelas, jogadores de Juventude, Bragantino, Cuiabá e Santos teriam recebido ofertas para influenciar em eventos dos jogos. O Cuiabá foi o único desses clubes que não emitiu um posicionamento sobre a operação até o momento de publicação desta matéria.

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O MP-GO não revelou os nomes dos jogadores investigados pela Operação Penalidade Máxima II, mas o LANCE! confirmou que foram indiciados Eduardo Bauermann, do Santos, e Kevin Lomónaco, do Red Bull Bragantino, além de Gabriel Tota, do Ypiranga, e Moraes, do Atlético-GO, que disputaram o último brasileirão com a camisa do Juventude.

De acordo com o "ge", também estão sendo investigados o zagueiro Victor Ramos, da Chapecoense, e o lateral-esquerdo Igor Cariús, do Sport.

Por terem jogadores citados na investigação, Atlético-GO, Chapecoense, Sport e Ypiranga também emitiram posicionamentos oficiais sobre a operação. Veja abaixo as notas dos clubes citados na íntegra.

Atlético-GO: "A respeito da Operação Penalidade Máxima II, o Atlético Clube Goianiense exalta e apoia toda a iniciativa que busca a transparência no futebol.

Somos favoráveis a uma completa apuração das denúncias relacionadas à manipulação de resultados. Defendemos que os culpados sejam responsabilizados, mas que também não aconteçam julgamentos precipitados ou injustiças.

Não podemos permitir que a comunidade do futebol seja prejudicada por irresponsáveis. Propomos uma junção de todas as instituições para estiparmos do nosso meio esse mal que ameaça a lisura do esporte."


Chapecoense: "A Associação Chapecoense de Futebol vem a público a fim de reiterar o seu posicionamento totalmente contrário a qualquer tipo de situação que envolva a manipulação de resultados de jogos. O clube entende que tais condições são totalmente antidesportivas, ferindo os valores éticos e morais da modalidade.

A respeito da “Operação Penalidade Máxima” e do cumprimento do mandado relacionado à ela em Chapecó – envolvendo um jogador do clube – a agremiação alviverde reforça o seu apoio e, principalmente, a confiança na integridade profissional do atleta.

Por fim, tendo em vista as investigações, o clube destaca o seu compromisso em colaborar totalmente com as autoridades e oferecer todo o suporte e informações necessárias na apuração e esclarecimento do caso."

Juventude: "O Esporte Clube Juventude vem a público manifestar seu posicionamento de absoluta contrariedade a toda e qualquer manipulação de resultados no esporte. Não é aceitável que profissionais ligados ao futebol estejam minimamente envolvidos com práticas antidesportivas, antiéticas e imorais.

Dito isto, em relação à Operação Penalidade Máxima, o Esporte Clube Juventude reforça seu posicionamento de inteiro compromisso em colaborar com as autoridades responsáveis pela investigação, uma vez que o nome de um atleta vinculado ao clube foi citado.

Esperamos que o Ministério Público e o Poder Judiciário, respeitado o devido processo legal, sejam rígidos na apuração dos fatos e que eventuais responsáveis sejam devidamente penalizados."


Red Bull Bragantino: "O Red Bull Bragantino tomou conhecimento da operação envolvendo esquemas de manipulação em jogos da Série A do Brasileiro e de campeonatos estaduais, e da presença de um atleta do elenco entre os investigados.

O clube tem tolerância zero com qualquer atitude que possa ferir a idoneidade do esporte e vá contra os valores e dignidade de todos que aqui estão.

Nos colocamos à disposição das autoridades durante a investigação e trataremos internamente a situação legal envolvendo o atleta."

Santos: "Nesta terça-feira, o Santos Futebol Clube tomou conhecimento, pela mídia, da segunda fase da Operação Penalidade Máxima, na Série A, e reforça o seu posicionamento totalmente contrário a qualquer envolvimento com manipulação do andamento natural da partida.

Reiteramos confiança total em nossos atletas, prezamos pela ética e pela moral do clube e não concordaremos com atitudes totalmente antidesportivas.

Até o momento, o Santos não foi procurado pelas autoridades, mas se coloca previamente à disposição para colaborar com as investigações, certo de que a Justiça será feita. O Santos acompanhará o caso e aguardará as conclusões para se pronunciar a respeito, caso seja necessário."


Sport: "O Sport Club do Recife vem a público reforçar sua posição integralmente oposta a qualquer tipo de situação que envolva esquema ou manipulação de resultados de partidas de quaisquer esportes. Tais condutas antidesportivas ferem princípios básicos e inegociáveis ao clube, como a ética e moral, portanto, não condizentes com a história do Sport. 

Diante disso, no que tange à operação 'Penalidade Máxima', que cumpre mandados em estados pelo Brasil por conta de resultados da Série A de 2022 e envolve um atleta do atual elenco rubro-negro, o clube aproveita para destacar total confiança e apoio à postura e à integridade do profissional, que tem conduta exemplar no dia a dia, e dispõe o departamento jurídico ao jogador para suporte de qualquer necessidade. 

O Sport também coloca-se à disposição das autoridades para colaborar no que diz respeito à investigação e acompanha atentamente o desenrolar da operação."

Ypiranga: "O Ypiranga Futebol Clube, através desta nota oficial, vem se pronunciar a respeito do desdobramento da Operação Penalidade Máxima, realizada em Erechim e outras cidades, no dia de hoje, por forças policiais. Hoje pela manhã um atleta recém-chegado ao clube foi alvo da ação da investigação, na sua residência.

O clube ressalta que o atleta não participou de nenhuma partida pelo Ypiranga, e que o YFC nada tem de responsabilidade na presente ação. O nosso Departamento de Futebol juntamente com o Departamento Jurídico da instituição estão acompanhando o desenrolar dos acontecimentos, ouvindo o atleta e seus representantes, preservando sua integridade profissional neste momento.

Ressaltamos que não compactuamos e repudiamos veementemente qualquer tentativa de manipulação de resultados, que ferem nossos mais altos valores éticos e esportivos. O clube busca tomar todas as medidas possíveis para evitar e coibir este tipo de ação"

Fernando Cesconetto - coletiva de imprensa da Operação Penalidade Máxima II
Fernando Cesconetto, promotor do MP-GO, em coletiva de imprensa (Foto: Reprodução/MP-GO)

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SOBRE A OPERAÇÃO PENALIDADE MÁXIMA

O Ministério Público de Goiás (MPGO) anunciou, nesta terça-feira, o início da Operação Penalidade Máxima II, que visa investigar a atuação de uma organização criminosa na manipulação de resultados de jogos de futebol, inclusive da Série A do Brasileirão. O órgão informou que já foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão em 16 municípios de seis estados brasileiros.

Segundo o MP-GO, há suspeitas de que o grupo criminoso tenha atuado em pelo menos cinco jogos do Brasileirão de 2022, além de cinco partidas de Campeonatos Estaduais deste ano. A investigação descobriu que os criminosos tentavam cooptar jogadores de futebol com ofertas entre R$50 mil e R$100 mil para que interferissem em eventos dos jogos. A interferência estaria beneficiando os apostadores em detrimento das casas de apostas, que estariam sendo lesadas pelas manipulações.

- Há indícios de que as condutas previamente solicitadas aos jogadores buscavam possibilitar que os investigados conseguissem grandes lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, utilizando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar os rendimentos. As práticas delitivas podem se enquadrar nos crimes previstos na Lei nº 12.850/13, artigos 41-C e 41-D, do Estatuto do Torcedor, e artigo 1º da Lei n. 9.613/1998 - disse o Ministério Público de Goiás, em trecho de comunicado publicado no site oficial.

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