CBF alega que não sofreu prejuízo com venda de avião adquirido por Rogério Caboclo

Aeronave de R$ 71 milhões foi comprada pelo presidente afastado no mesmo dia que foi denunciado por assédio moral e sexual

Rogério Caboclo e Marco Polo Del Nero , na CBF
Rogério Caboclo e Del Nero (Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação)

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A CBF confirmou nesta segunda-feira a venda do avião Legacy 500 com capacidade para 16 pessoas, fabricado pela Embraer, que foi adquirido por Rogério Caboclo em seu último dia útil como presidente da CBF, na sexta dia 4, dois dias antes de ser afastado pelo conselho de ética da entidade. O nome do comprador não foi divulgado. A informação foi publicada pelo "ge".
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Segundo a entidade, a aeronave foi vendida por US$ 14 milhões, cerca de R$ 72 milhões, mesmo valor pelo qual foi comprado. Afastado após a denúncia de assédio de uma ex-funcionária, Caboclo foi apontado como autor único da compra, uma vez que não avisou dirigentes sobre a negociação.

Entretanto, Rogério Caboclo afirmou em nota que recebeu o aval e a assinatura do diretor jurídico da CBF, Luiz Felipe Santoro, e do diretor financeiro, Gilnei Botrel, para efetuar a compra do jato. Ainda segundo o presidente afastado, Botrel "recomendou e realizou o pagamento imediato naquela data" e a cúpula da CBF planejou a negociação meses antes dela ser concretizada.

Em contrapartida, a entidade alega em nota que "os documentos foram assinados pelos diretores das áreas envolvidas por não existir ilegalidade na operação e por haver disponibilidade de recursos em caixa, embora ambos [Santoro e Botrel] tenham alertado ao presidente que não era o momento propício para efetivar o negócio".

A Confederação já tem um avião Citation, com capacidade para 12 pessoas, que é utilizado pelo presidente em viagens de trabalho. A nova gestão da CBF viu como "desnecessária" a compra da aeronave por Caboclo.

Confira a nota de Rogério Caboclo

"A respeito da troca da aeronave da CBF, veiculada pela imprensa recentemente, o presidente Rogério Caboclo esclarece que o conceito estabelecido internamente sempre foi o da substituição do avião existente por um mais novo.

A decisão de comprar o jato Legacy 500, prefixo PR-HIL, foi planejada por diversos meses e foi feita para atualizar o patrimônio da entidade em condições altamente vantajosas.

O contrato foi aprovado e assinado pelos diretores jurídico da CBF, Luiz Felipe Santoro, e financeiro, Gilnei Botrel. Sem essas assinaturas o negócio jamais poderia ter sido fechado. Foi Gilnei Botrel que recomendou e realizou o pagamento imediato naquela data.

Com a transação, a CBF trocaria uma aeronave de menor tamanho e de menor autonomia (Cessna 680 modelo Sovereign, prefixo PP-AAD), ano 2009, por uma maior, mais moderna e de maior autonomia, ano 2015. O Legacy 500 tem 490 horas de voo, enquanto o Cessna da entidade tem 2550 horas voadas. A última revisão do Cessna, feita em fevereiro, custou aos cofres da entidade US$ 370 mil.

O Legacy 500 foi comprado por US$ 14 milhões. A aquisição foi concluída em 4 de junho, antes da divulgação das acusações contra o presidente Rogério Caboclo.

O processo de venda da antiga aeronave, Cessna 680 modelo Sovereign, por US$ 6,15 milhões, ainda não foi concluído em razão do afastamento do presidente, de forma unilateral e sem direito à defesa pela Comissão de Ética da CBF. Dessa forma, Rogério Caboclo não conseguiu formalizar os trâmites estatutários que autorizam a concretização da venda."

Confira a nota da CBF

"A CBF informa que a aquisição da aeronave foi um desejo particular do presidente afastado Rogério Caboclo, que negociou pessoalmente a aquisição e determinou o fechamento do negócio nos termos acordados por ele com o proprietário.

A assinatura de contratos e o pagamento ocorreram seguindo decisão da Presidência, não tendo havido por parte da Diretoria Financeira qualquer recomendação quanto à data.

Os documentos foram assinados pelos diretores das áreas envolvidas por não existir ilegalidade na operação e por haver disponibilidade de recursos em caixa, embora ambos tenham alertado ao presidente que não era o momento propício para efetivar o negócio.

A aeronave já foi negociada por preço igual ao de compra, não restando prejuízo financeiro à entidade."

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