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Árbitro auxiliar diz que deixou de ser escalado após assumir ser gay: ‘Estou passando necessidade’

Registrado na CBF, John Andson Alves Ribeiro alegou retaliação da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol (CEAF)

árbitro auxiliar diz que deixou de trabalhar após se assumir gay
imagem cameraAssistente afirmou que recebeu ameaça para não expor relacionamentos nas redes (Reprodução/Youtube Rádio Jornal)
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Lance!
Recife (PE)
Dia 14/09/2022
19:47
Atualizado em 14/09/2022
20:11

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O árbitro assistente John Andson Alves Ribeiro afirmou em entrevista a "Rádio Jornal", de Pernambuco, que não consegue mais trabalhar com o futebol - sua única fonte de sustento - desde que se assumiu homossexual. O profissional relatou que, inclusive, já foi ameaçado por um membro da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol (CEAF).

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O auxiliar, popularmente chamado de "bandeirinha", afirmou ainda que está passando necessidade por não ter renda, já que os profissionais recebem por jogos trabalhados.

- Eu estou passando necessidade. Mas essa necessidade que estou passando hoje... Eu sei que Deus vai me abençoar. Hoje eu só tenho a arbitragem para dar o meus sustento. Minha mãe é dona de casa. Meu padrasto é caminhoneiro, às vezes não pega frete, às vezes pega, e assim a gente vai se virando - disse John Adson.

O auxiliar disse ainda que sustenta essa situação há dois anos e fez uma denúncia de uma suposta ameaça que ele teria recebido.

- Eu segurei esses dois anos de uma forma muito dolorida. Teve presidente da CEAF que disse para mim: 'cuidado nas fotos que você posta com seu companheiro'. Eu disse: 'Como é a história?', 'É isso mesmo. Cuidado nas fotos que você posta com seu companheiro'. Eu nunca postei uma foto beijando meu companheiro. E se postasse, que mal há? - relatou.

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Presente na conversa, o presidente da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (ANAF), Salmo Valentim, se disse surpreso com a denúncia e disse que lamenta a situação.

- É um ambiente de disputas desiguais, de egoísmo total. Esse desabafo que John fez, poucos têm coragem. Existe, de fato, um preconceito, é um assunto que precisa ser debatido e combatido. Alguns presidentes de comissões estaduais agem dessa maneira, eles não vem a público dizer nada mas cometem retaliações tirando o profissional que é um prestador de serviço, como eu costumo dizer: ceifando sonhos. Eu lamento - completou.

Questionado sobre alguma medida da ANAF, Salmo afirmou que oferece ajuda a quem procura a associação.

- Para qualquer pessoa que me procura, eu tento disponibilizar recursos ou meios para que o árbitro possa suprir a necessidade momentânea - disse.

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