De ‘pior da história’ a estrela da Seleção: Paulinho volta ao Tottenham

Na preparação para a Copa do Mundo, volante reencontra o clube no qual fracassou. Com apoio de Felipão e Tite, deu a volta por cima na China e hoje é titular de Brasil e Barcelona

Paulinho no treino da Seleção no CT do Tottenham da Inglaterra
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

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"Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima".

Paulinho deixou a Inglaterra para sacudir a poeira na China, deu a volta por cima e hoje retorna à mesma Inglaterra como titular do Barcelona (ESP) e estrela da Seleção Brasileira. Não por acaso, certamente o reencontro com o Tottenham (ING) nesta semana tem sabor especial para o volante de 29 anos.

É nas instalações do Tottenham que a Seleção complementará sua preparação para a Copa do Mundo nos próximos dias antes de embarcar para a Rússia. Foi lá onde Paulinho chegou em alta em 2013 e saiu pela porta dos fundos em 2015. Foi escolhido por torcedores em pesquisa realizada pela tradicional revista inglesa "Four Four Two" como a pior contratação da história do clube londrino.

R$ 75 milhões pagou o Tottenham ao Corinthians em 2013 para ter Paulinho;<br>​R$ 51 milhões pagou o&nbsp;Guangzhou Evergrande para ter Paulinho em 2015;<br>R$ 151 milhões pagou o Barcelona para ter Paulinho em 2017<br><br>


Em junho de 2013, o Tottenham pagou cerca de R$ 75 milhões para ter o volante titular do Corinthians e da Seleção Brasileira. Paulinho chegou recheado da expectativa, mas nunca rendeu o esperado. Disputou 67 jogos e marcou dez gols, que não foram suficientes para convencer os ingleses. Teve atuações ruins, expulsão. Acabou vendido ao Guangzhou Evergrande, da China, em junho de 2015 por cerca de R$ 53 milhões. Ou seja, R$ 22 milhões a menos do que o que foi pago, sinal da desvalorização que simbolizava o declínio de sua carreira naquele momento. Ele mergulhava em incerteza.

Para a opinião pública, não para Paulinho e o responsável por levá-lo à China. Foi Felipão, comandante da Seleção um ano antes na fatídica derrota de 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa, com o volante em campo. Amparado, o jogador reencontrou o bom futebol e renasceu. Em menos de três anos, disputou 91 jogos, marcou 26 gols e foi fundamental na conquista de cinco títulos.

- O Paulinho arrebentou com tudo lá com a gente. Ele arrebentou. A gente falava que ele era jogador de Seleção. Quando saiu o Dunga, o Tite mandou gente lá para ver jogo dele. Pronto, era o que bastava - relembra Ivo Wortmann, treinador que trabalhou como auxiliar de Felipão durante o período na China.

De volta à Seleção, Paulinho reencontrou Tite, com quem ganhara tudo no Corinthians entre 2011 e 2013. Novamente jogando sob a confiança do treinador, recuperou a vaga de titular com a Amarelinha e fez história. Em março de 2017, marcou três gols na goleada de 4 a 1 sobre o Uruguai pelas Eliminatórias no Estádio Centenário de Montevidéu e tornou-se o maior volante-artilheiro da história da Seleção, com nove gols. Hoje, tem 12.

O bom desempenho não chamou a atenção só de Tite, mas de um dos clubes mais poderosos do mundo. Em agosto do ano passado, o Barcelona (ESP) pagou cerca de R$ 151 milhões para contratar Paulinho. O dobro do que o Tottenham desembolsou para contratá-lo em 2013. Pelo clube espanhol, Paulinho disputou 49 jogos e marcou nove gols até o momento. Assim, "a pior contratação da história" do Tottenham retorna ao clube mais do que valorizado e como uma das esperanças do Brasil para o tão sonhado hexa. A tal volta por cima sem ser para inglês ver.

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