Curiosidades das Copas: os técnicos brasileiros que ‘elevaram’ Portugal

Nas duas melhores campanhas da seleção portuguesa em Mundiais, time era dirigido por um brasileiro: Otto Glória, em 66, e Felipão, em 2006); Didi conduziu Peru às quartas em 70

Felipão levou Portugal, com Figo, ao quarto lugar em 2006 
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Nenhuma seleção estrangeira será dirigida por um técnico brasileiro na Copa de 2018. Tite será o único do país no Mundial dominado por técnicos argentinos. Em edições anteriores, brasileiros não só estiveram à frente de outras nações como fizeram história. Dos 12 que passaram pela experiência, quatro passaram da primeira fase, sendo que dois são responsáveis pelas melhores campanhas de Portugal: Otto Glória, em 66, e Felipão, em 2006.  Outras duas seleções devem o melhor desempenho a brasileiros: Marrocos, que avançou às oitavas de final com José Faria, e Peru, sétimo colocado em 70 com o ex-jogador e bicampeão do mundo Didi. 

Otto Glória dirigiu importantes clubes no Brasil (Botafogo, Vasco, Santos, Portuguesa, Grêmio e América-RJ) e no exterior (Porto, Sporting, Atlético de Madrid e Olympique de Marselha). Em 73, foi campeão paulista com a Lusa, em polêmico título dividido com o Santos, mas sua maior glória, com o perdão do trocadilho, foi no comando da seleção portuguesa. Liderando equipe que tinha o craque Eusébio, venceu no caminho o próprio Brasil, em vexaminosa campanha dos então bicampeões, que caíram na primeira fase. Portugal só parou na semifinal diante dos anfitriões e futuros campeões ingleses. Em seguida, venceu a União Soviética e ficou com o terceiro lugar, melhor posição do país ibérico até hoje. 

Após 40 anos, Felipão chegou perto de Glória. Na condição de campeão com a Seleção Brasileira em 2002, o gaúcho foi vice da Europa com os portugueses em 2004 (deixou o título escapar em casa na final contra a Grécia) e conduziu a equipe ao quarto lugar na Alemanha. Na trajetória de 2006, Portugal, que tinha dois brasileiros naturalizados, Pepe e Deco, e um emergente craque, Cristiano Ronaldo, eliminaram Holanda e Inglaterra, sendo derrotados pela França na semifinal por apertado 1 a 0, com gol de pênalti cobrado por Zidane. Só não equiparou a campanha dos anos 60 por ter perdido para a Alemanha na disputa do terceiro lugar. 

Se Felipão repetiu êxito que teve na Seleção Brasileira com uma do exterior, não se pode dizer o mesmo de Parreira. Campeão do mundo em 94, é o recordista do país em número de equipes estrangeiras comandadas em Mundiais. O tetracampeão parou na primeira fase com Kuwait (82), Emirados Árabes (90), Arábia Saudita (98) e África do Sul (2010). Em 98, passou pelo constrangimento de ser demitido antes do fim da participação saudita no torneio. 

Coube a Parreira a missão de dirigir a África do Sul, anfitriã na Copa de 2010. Alguns bons resultados foram obtidos, como o empate por 1 a 1 com o México e a vitória de 2 a 1 para a França. Mas a equipe foi eliminada na primeira fase.
Parreira na seleção sul-africana em 2010 (ANTON DE VILLIERS / AFP)

TÉCNICOS BRASILEIROS POR OUTRAS SELEÇÕES EM COPAS

Copa da Inglaterra (66)
Otto Glória (Portugal - terceiro colocado) 

Copa do México (70)
Didi (Peru - caiu nas quartas de final para o Brasil - 7º lugar) 

Copa da Espanha (82)
Tim (Peru - caiu na primeira fase - 20º lugar)
Parreira (Kuwait - caiu na primeira fase - 21º lugar)

Copa do México (86)
​José Faria (Marrocos - caiu nas oitavas para a Alemanha - 11º lugar)
​Evaristo de Macedo (Iraque - caiu na primeira fase - 23º lugar)

Copa da Itália (90) 
​Parreira (Emirados Árabes - caiu na primeira fase - último lugar)

Copa da França (98)
Parreira (Arábia Saudita - caiu na primeira fase - 28º lugar)
​Renê Simões (Jamaica - caiu na primeira fase - 22º lugar)
Carpegiani (Paraguai - caiu nas oitavas para a França - 14º lugar) 

Copa Japão/Coreia do Sul (2002) 
Alexandre Guimarães (Costa Rica - caiu na primeira fase - 19º lugar)

Copa da Alemanha (2006) 

Alexandre Guimarães (Costa Rica - caiu na primeira fase - 31º lugar)
Felipão (Portugal - caiu nas semifinais para a França - 4º lugar)
Marcos Paquetá (Arábia Saudita - caiu na primeira fase - 28º lugar) 
Zico (Japão - caiu na primeira fase - 29º lugar) 

Copa da África do Sul (2010) 
Parreira (África do Sul - caiu na primeira fase - 20º lugar)

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