Felipe Rolim: Flamengo e Internacional protagonizaram o melhor 0 a 0 do Brasileirão

Colunista do LANCE! analisa os principais destaques da Série A

Everton Cebolinha Flamengo
Cebolinha entrou no 2º tempo do jogo entre Flamengo e Internacional (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

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Geralmente jogo bom tem que ter gol, ou gols. Mas o zero a zero entre Flamengo e Internacional subverte a lógica reinante e nos faz rever o jogo procurando um vencedor. Pelos lances de perigo de parte a parte fica claro que o Flamengo teve mais chances de sair com os três pontos, isso é indiscutível. Mas tem muita análise tática que sempre cabe discussão.

PRIMEIRO TEMPO: o 4-3-1-2 ofensivo de Dorival contra o 4-2-3-1 fechadinho de Mano Menezes.

O duelo começa com os times postados de acordo com o padrão, com o Flamengo ocupando o campo de ataque com seus jogadores de frente e utilizando bastante David Luiz e Filipe Luis para iniciarem as jogadas. Com a faixa central extremamente congestionada, o Flamengo achou os espaços pelos lados, com o time deixando um volante mais próximo dos zagueiros e subindo a posição dos laterais para estes serem os homens livres.

Do outro lado, Mano Menezes atacou o lado direito da defesa do Fla sempre em transição, sempre em velocidade, que é algo que vem acontecendo desde o primeiro São Paulo x Flamengo pela Copa do Brasil, com Rogerio Ceni sobrecarregando o ataque no setor de Rodinei, Everton Ribeiro e David Luiz. O Flamengo foi mais perigoso no primeiro tempo, mas a capacidade de se defender por dentro e as escapadas de Pedro Henrique pela esquerda trouxeram problemas a serem resolvidos no intervalo.

SEGUNDO TEMPO: Flamengo no 4-4-2 contra o 5-4-1 do Internacional.

Dois aspectos do confronto saltaram aos olhos ao fim da primeira etapa: o Flamengo precisava intensificar o ataque pelos lados e o Internacional precisava de mais ajuda na boca do funil. Dorival tomou as rédeas e priorizou os jogadores de lado, colocando Cebolinha e Matheuzinho na partida. Perdeu a genialidade de Arrascaeta e ganhou profundidade pelas beiradas do campo. Com Vidal no lugar de João Gomes o chileno gerenciou a faixa central com Thiago Maia e liberou os homens de lado para se juntarem a Gabigol e Pedro perto da área adversária. Um 4-4-2 que subia em 4-2-4 e ainda era potencializado pelos arranques dos laterais e até de David Luiz.

A resposta de Mano Menezes veio em cinco minutos. Mano identificou a troca de direcionamento ofensivo de Dorival e procurou o antídoto no banco de reservas. Pedro Henrique, que vinha sendo o desafogo do Colorado pela esquerda, deu lugar a Moledo, que foi mais um zagueiro na última linha. Além disso, Mano Menezes trocou o lado do contragolpe, tirando Maurício e colocando Romero, um jogador de velocidade em cima de Filipe Luis. Com Moledo ladeado por Mercado e Vitão, o Internacional fez uma linha de defesa bem baixa com cinco defensores e, ao mesmo tempo, Alan Patrick deixou de jogar na meia central para fechar o lado esquerdo do meio de campo, onde no primeiro tempo jogou Pedro Henrique. Com só Alemão na frente, o Internacional se fechou em um 5-4-1 e tentou negar espaços laterais e no último terço.

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Mais para o fim do jogo, sem mudar o 5-4-1, Mano colocou três jovens jogadores pensando nas pernas e perdeu um pouco do mental dos mais experientes. Aconteceu o sufoco. Emocionante para quem assistia e desesperador para quem torcia. O empate não refletiu a quantidade de perigo criada pelo Flamengo, mas colocou nos holofotes o ótimo jogo do goleiro Keiler.

O empate, para quem gosta de futebol com alternâncias táticas, foi maravilhoso. Porém, pensando no campeonato, os dois saíram derrotados, diminuindo a chance de cair a diferença para o Palmeiras, cada vez mais campeão antecipado.

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