Ao L!, Artur celebra sua melhor fase com final da Sul-Americana pelo Red Bull Bragantino: ‘O céu é o limite’

Atacante participou de 11 dos 12 gols do Massa Bruta na campanha que levou o time para a decisão continental. Em entrevista exclusiva, o jovem falou dos diferenciais de seu time

Artur - Red Bull Bragantino
Artur é o destaque do Red Bull Bragantino na campanha da Sul-Americana (Foto: Ari Ferreira/Red Bull Bragantino)

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Neste sábado, às 17h, no Estádio Centenário, em Montevidéu, no Uruguai, o Red Bull Bragantino desfruta do maior feito de sua recente história: a final da Copa Sul-Americana. Junto com ele, um jovem jogador coroará a melhor fase de sua carreira: Artur, grande destaque do time na campanha do torneio continental. Para ele, será um sonho o título no duelo com o Athletico-PR.

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Em entrevista exclusiva ao LANCE! antes de embarcar para território uruguaio, o atacante do Massa Bruta comentou sua boa fase individual e os méritos coletivos capitaneados por Maurício Barbiéri. Além disso, ele falou dos momentos que foram chave para a chegada na final, e o aprendizado com os tropeços no início da competição, quando perderam dois de três jogos.

- Estou muito feliz em poder ajudar a minha equipe, poder ajudar a gente a chegar nessa final. Tenho a ajuda dos meus companheiros, porque quando o coletivo vai bem, o individual sempre aparece e individualmente estou indo muito bem, principalmente na Copa Sul-Americana, e estou agindo de forma natural, lidando de forma natural. A equipe está me ajudando demais, sempre dando passe, sempre correndo como eu, então estou muito feliz em poder ajudar mais ainda nessa final. Se eu me sinto protagonista? Acho que não, o protagonista desse time são os 11, aliás, os 23, todo mundo, o estafe... Acho que todos têm um pouco desse protagonismo - declarou.

Artur participou dos 12 jogos do Red Bull Bragantino nesta edição da Copa Sul-Americana. Ao todo, ele teve participação direta em 11 gols, ou seja, quase um por partida. Foram sete gols marcados e quatro assistências, sendo que nas quartas de final e nas semifinais ele marcou seis vezes e deu três assistências, ou seja, somente nesses confrontos foram nove participações. Jogador altamente decisivo, que coroa sua melhor fase da carreiras nesta final.

- Estou me sentindo privilegiado, acho que não é para qualquer um chegar em uma final de Sul-Americana. É um sonho, espero concretizar em título, e se concretizar vai ser o maior da minha carreira e espero conquistar. Com certeza vai ser a coroação da minha melhor fase, que eu estou vivendo de muito esforço, de muito trabalho, foco, determinação, então vou continuar trabalhando aqui para que possamos sair vencedores - explicou.

Aos 23 anos, Artur é um dos símbolos da "construção" do Red Bull Bragantino. Em janeiro de 2020, quando chegou ao clube, vinha de uma temporada muito boa pelo Bahia, em 2019, quando foi emprestado pelo Palmeiras. Sem espaço no Verdão, uma boa proposta para todas as partes acabou o levando para Bragança, mas apesar da aposta, ele não imaginava que tudo aconteceria de forma tão rápida, mas a hora é de concentrar e buscar os grandes objetivos.

- Não esperava que seria tão rápido assim. Desde que subiu para a Série A foi tudo muito rápido, no primeiro ano a gente oscilou, o que era normal. Era de se esperar, um grupo jovem jogando o Campeonato Brasileiro de Série A. No fim a gente acabou surpreendendo todo mundo e chegamos na Sul-Americana, então estar no G4 e estar na final da Sul-Americana foi totalmente inesperado, mas como sempre falo, sonho não tem limite, então a gente sempre trabalhou demais para que a gente almejasse as coisas grandes e a gente está aqui. Agora a gente tem que encarar com total seriedade para a gente conquistar esses objetivos grandes.

Confira a entrevista completa com Artur, o destaque do Red Bull Bragantino:

Qual seria o diferencial do Red Bull Bragantino para ter esse sucesso nesta temporada?
O diferencial é a nossa intensidade, é a nossa identidade desde o início, de muita entrega, de poder tático também, acho que é um ponto muito forte, mas principalmente nossa intensidade do início ao fim, todo mundo que entra se entrega do mesmo jeito, então esse é o nosso diferencial.

Na fase de grupos da Sul-Americana vocês tiveram um momento complicado, perdendo dois dos primeiros três jogos e tiveram que vencer os últimos três para se classificar. Depois, no mata-mata, vocês enfrentaram adversários fortes e tradicionais, mas passaram bem por eles. Acredita que esse "perrengue" no início foi essencial para fortalecer o time para o restante da competição?
Toda batalha que se vence é por muita dificuldade, muito sangue derramado, que eu coloquei como guerra, então tem a ver. Então foi essencial para a gente amadurecer, para a gente entender como era a forma de jogar, que era completamente diferente do Campeonato Brasileiro e é a nossa primeira competição internacional também, a gente chegar nesse feito tão grande, serviu como amadurecimento. Com certeza, se não fossem essas derrotas no início, a gente poderia nem estar aqui, então serviu como um fortalecimento para a gente.

Em que momento da competição vocês notaram que era sim possível chegar na final? Teve algum momento que você considere o da "virada de chave"?
A gente sempre trabalhou jogo após jogo, no início a gente oscilou bastante, mas depois a gente começou a entender como era a forma de jogar, como era a pegada do futebol sul-americano, e a gente foi ver que era possível quando a gente foi lá na Argentina e ganhou, quando a gente foi lá no Paraguai e ganhou, então a gente pensou "opa, dá para a gente chegar, dá para conquistar coisas grandes". Foi jogo por jogo, a gente foi amadurecendo a cada jogo, sabendo jogar, e foi isso. Um momento de virada de chave, foi quando a gente estava se dividindo entre Sul-Americana e Brasileirão, porque é outra forma de jogo, futebol sul-americano é mais pegado, mais faltoso, então tem que virar a chave e entrar mais forte, mais firme, no Brasil é mais tático, deixa mais jogar, lá não é assim. Essa virada de chave foi muito importante e a gente soube virar bem.

Maurício Barbiéri é um dos técnicos que estão há mais tempo no cargo no Brasil. Qual é a importância disso para você e para seus companheiros nessa busca pelo título continental?
Maurício é um cara extraordinário, brilhante tecnicamente, com trabalhos magníficos, e isso é um fruto de muito trabalho dele. Não é fácil, principalmente no futebol brasileiro, um técnico passar tanto tempo em um clube, todo mudo acompanha esse "mexe mexe" de técnicos. É um cara que está se consolidando ainda mais no futebol brasileiro e o Red Bull é um projeto internacional, aqui no Brasil perde três jogos já querem mudar de técnico, é um projeto mais Europa, que mantém, sabe que são normais essas derrotas, não tem muita pressão como outros clubes, então a gente está seguindo, fazendo um ótimo trabalho, e tenho certeza que ele vai passar muitos anos por aqui.

O Red Bull Bragantino é um time muito jovem, com a grande maioria dos jogadores na faixa dos 20 anos e com potencial futuro, mas dentro de campo parecem veteranos na forma de lidar com o jogo. Claro que há possibilidade de venda das peças em algum momento, mas até onde essa equipe pode chegar?
A gente é uma equipe jovem, é isso que é a filosofia do clube, sempre usufruir desses jovens atletas, como eu sou também, então idade não significa tanto hoje em dia. Quando um grupo corre para o mesmo lado, está remando para o mesmo lado, é muito difícil. Futebol é um esporte coletivo, então quando todo mundo rema para o mesmo lado é muito difícil, e dá para perceber que é um time veterano sim, por isso que eu te falei, todos estão galgando para o mesmo lado, com muita intensidade, a gente trabalha demais para chegar nesse nível que a gente está, fruto de muita entrega, de muito trabalho. Fico feliz que esteja dando tudo certo aqui para a gente. Possibilidade de venda, eu penso que em algum momento pode chegar, mas até onde essa equipe pode chegar, acho que ninguém sabe, a gente tem certeza de que se a gente trabalhar demais, sempre pensando em chegar próximo ao perfeito, a gente pode conquistar objetivo muito grande e sonho é para todo mundo aí, o céu é o limite, então sempre sonhando grande.

Neste ano, ambas as decisões continentais na América do Sul são com clubes brasileiros. Quais as vantagens e as dificuldades de se enfrentar um adversário do mesmo país? É melhor? É pior? Vocês discutem isso entre vocês?
Futebol da América do Sul está crescendo demais, principalmente as equipes brasileiras e sempre vai ter dificuldade, a gente sabe da força do Athletico-PR, enfrentamos há pouco tempo, perto da final, então é um adversário muito difícil. Vantagem não vai ter, mas dificuldade vamos enfrentar demais. Sabemos das dificuldades do jogo, da boa equipe que eles são e a gente discute sim, sempre comenta que vai ser um jogo muito difícil, mas vamos encarar como o mais importante da nossa vida, para, quem sabe, sair vitorioso.

Apesar da história do Bragantino, a fusão com o Red Bull é muito recente e, com os resultados, a tendência é que uma geração de torcedores estará com o clube nos próximos anos. Passa pela sua cabeça essa possibilidade de fazer história e estar presente no início de um legado vitorioso no futebol brasileiro?
Eu sonho em deixar um título aqui na estante do Red Bull Bragantino, vai ser uma história marcada para o clube, para mim, e meu pensamento neste sábado é foco total aqui e espero passar mais anos aqui, espero fazer história aqui para que a gente possa galgar mais e mais.

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