Goleada expõe fragilidade na marcação, e Botafogo passa a ter a segunda pior defesa do Brasileirão

Resultado adverso trouxe à tona problemas do sistema defensivo diante das ideias propagadas por Luís Castro. Bola aérea e espaço entre as linhas merecem destaque

Botafogo - Treinamento
Sem vencer há quatro jogos, Botafogo passa por momento de instabilidade na temporada (Foto: Vitor Silva/Botafogo)

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Em meio à formação de um novo elenco, o Botafogo passa pelo primeiro momento de instabilidade da "era Textor". Apesar da confiança no projeto, a goleada sofrida para o Palmeiras no Brasileirão trouxe à tona não só lacunas no grupo, como a fragilidade do sistema defensivo diante das ideias propagadas por Luís Castro. 

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Diante dos paulistas, faltou ao comandante entender em que estágio a equipe se encontra e perceber que o adversário costuma explorar a velocidade nas costas dos laterais. Manter a estratégia das partidas anteriores não surtiu o efeito esperado e deixou o lado esquerdo da defesa exposto e vulnerável. O alviverde agradeceu e construiu a goleada com tranquilidade.

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O fraco desempenho defensivo contra o Palmeiras não pode ser tratado como algo esporádico ou 'uma noite ruim'. No Brasileirão, o time sofreu gols em quase todas as partidas, exceto no triunfo sobre o Flamengo, no Mané Garrincha. Com isso, em dez jogos, a meta alvinegra foi balançada quinze vezes, sendo a segunda pior defesa ao lado do Avaí e atrás apenas do Juventude, que sofreu dezessete.

No esquema de Castro, tem faltado uma marcação mais contundente ao homem que tem a posse de bola. Neste sentido, a última linha fica exposta a lançamentos e bolas longas, como aconteceu nas últimas duas partidas. Além do Palmeiras, o Goiás também soube aproveitar o deslize e, mesmo de forma reativa, foi letal nos contra-ataques. 

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Com as peças que tem, ainda não há como jogar de maneira franca ou adiantar a marcação. Isso demanda tempo, adaptação e um grupo mais qualificado. Contra um ataque rápido, Víctor Cuesta e Kanu tiveram dificuldade para evitar as triangulações. Daniel Borges ficou vulnerável e sem cobertura, deixando os pontas palmeirenses livres.

A dupla de zaga alvinegra também não foi bem pelo alto. Erros em jogadas de bola aérea vão muito além de questões individuais. O coletivo precisa estar com um estilo de marcação bem definido e atento ao posicionamento. Mas no gol anulado, Kanu subiu sozinho contra dois adversários. Ronny, de 1,67, se antecipou e, de cabeça, marcou o terceiro tento.

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Ainda é cedo para afirmar que o clube errou em seu planejamento e nas contratações. John Textor revelou que pretende trazer mais oito reforços na próxima janela de transferências. Entre eles, o lateral-esquerdo Fernando Marçal já fechou com o clube. Outro nome bem próximo é do atacante isralense Eran Zahavi.

Enquanto a janela não abre oficialmente (17 de julho), o desafio é formar um time competitivo com as peças que tem à disposição. Muito dessa busca por equilíbrio passa pela defesa, que não vive seu melhor momento. O reflexo disso é que a equipe somou apenas um ponto dos últimos doze disputados.

Para o setor, os zagueiros Victor Cuesta e Philipe Sampaio foram contratados. O argentino até começou bem sua passagem pelo Alvinegro, mas não teve boa atuação contra o Palmeiras. Philipe, por sua vez, está próximo de ficar à disposição após uma lesão no joelho direito. Além deles, o lateral-direito Saravia também chegou para fortalecer o sistema, mas tem oscilado neste início com a camisa do Botafogo.

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Cabe salientar que o conceito adotado por Luís Castro é promissor, mas o momento é de transição, da formação de uma equipe que ainda apresenta lacunas a serem preenchidas na janela. O treinador terá que seguir o velho ditado: um bom time começa pela defesa, e fazer mudanças para que o sistema não fique vulnerável e o time possa evoluir na temporada.

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