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Ao LANCE!, Paulinho fala da evolução física, espelho em CR7 e mira títulos

LANCE! mostra a evolução do jogador em dois anos e meio e joia vascaína ressalta sonho em marcar história no clube mesmo com o forte assédio da Europa

Paulinho - Dezembro 2017
imagem cameraPaulo Fernandes/Vasco.com.br
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 06/02/2018
14:23
Atualizado em 07/02/2018
06:00

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Durante pouco menos de 20 minutos, Paulinho atendeu a reportagem do LANCE! após um treino do Vasco em São Januário. Além do tamanho - ele é muito forte para um menino de 17 anos - a forma como o jogador se expressa chama atenção. Paulinho é bem articulado, dá boas respostas e parece bem acostumado com o contato da imprensa. Nem parece que ele está no elenco principal há pouco mais de seis meses. Não por acaso, é um dos destaques da equipe que recebe o Universidad Concepción, nesta quarta, às 21h45.

Um dos aspectos que mais chama atenção é a evolução física de Paulinho. Em 2015, ele era apenas um atacante do sub-15. Com o potencial, subiu ao sub-17. Desde então, o garoto viu a necessidade de fazer um trabalho de suplementação, aliado aos treinamentos no Vasco, que foram complementados por atividades em casa. Tudo isso monitorado pelo clube.

- Chegou um momento na base, quando eu estava no sub-17, que eu percebi que precisava ganhar mais força física, mais velocidade, até porque meu objetivo era chegar ao profissional o mais rápido possível. Eu tinha que ter essa evolução. Procurei através de treinamentos, suplementação e cheguei ao profissional muito bem. Acho que posso evoluir cada vez mais, tenho só 17 anos ainda. Dá pra maturar mais um pouco. A gente vê a concorrência que é no profissional. Na base é bem diferente. Você fica acima de alguns jogadores, no profissional são poucos. Chega um momento que iguala - conta Paulinho, que tem um ídolo no futebol que o motiva a treinar cada vez mais:

- Eu me espelho muito no Cristiano Ronaldo. A dedicação, a ambição de sempre querer estar bem, buscar algo melhor, querer buscar a perfeição. Me espelho muito no Ronaldo Fenômeno também. É uma referência em termos de gol.

Titular absoluto com Zé Ricardo, Paulinho é muito querido pela torcida e tem o Vasco como clube do coração. A identificação do garoto com o clube é muito forte. Ele chegou a São Januário com oito anos, se formou na escola do clube e até morou lá em alguns momentos. E isso mostra a vontade que ele e os outros meninos do atual elenco tem em fazer história no clube:

- Todos nós, garotos, temos sonhos. A gente sonha em jogar no futebol europeu. Mas nós fomos criados aqui. Temos uma identidade forte com o clube. Estou aqui desde os oito anos, estudei aqui, dormi aqui e ajuda muito quando chegamos no profissional. Fica mais à vontade, não chega tão acanhado. É bom ter essa bagagem para fazer um bom trabalho.

SONDAGENS E PROPOSTAS DEIXADAS DE LADO

Principal ativo do Vasco atualmente, Paulinho já teve oportunidades para deixar o clube. O último vice de futebol, Eurico Brandão, chegou a elogiar o jogador e família dele publicamente. Nas palavras de Euriquinho, Paulinho teve uma grande postura com o Vasco, já que abriu mão de muito dinheiro para continuar no clube. O sonho em atuar no futebol europeu existe, mas Paulinho sabe que a hora dele vai chegar.

- Essa questão eu deixo mais para o meus pais, o meu agente. Como falei, tenho sonhos e objetivos. Vi que não era o momento ainda, tenho só 17 anos, acho que tenho muito para evoluir aqui no Vasco. Conversei com a minha família e tomamos uma decisão que acreditamos ser correta. Mas não abro mão do meu sonho e do meu objetivo. E vou em busca dele e o primeiro passo é fazer um bom trabalho aqui.

Recentemente, Paulinho assinou um novo contrato, onde aumentou a multa rescisória para proteger o Vasco do assédio de outros clubes. 

- O novo contrato não influenciou muito na minha decisão, estou feliz aqui e busco marcar meu nome aqui. Temos a Libertadores pra fazer um bom campeonato. O Brasileirão ano passado tínhamos um objetivo e conseguimos.

Paulinho e Vinícius Jr - Janeiro 2018
Amizade e rivalidade com Vinicius Jr - Paulo Fernandes/Vasco.com.br

LANCE!: Como é a sua relação com o Vinicius Júnior?

- Jogamos contra desde o sub-13, era uma disputa muito boa. Ganhei algumas, ele outras. Quando chegava na Seleção ficava aquela zoação. Não só ele, mas o Lincoln, o Wesley também. Estivemos juntos no Sul-Americano também. Todos que nos viram na base ficam felizes vendo que somos referências e sendo exemplo para esses meninos que estão vindo da base.

O momento político do clube atrapalhou o elenco neste início de ano?

O grupo está bem tranquilo, está bem unido. Sabemos de toda essa turbulência no início do ano por conta da troca de diretoria. Isso afetou um pouco no começo, a questão dos atrasos salariais, mas procuramos deixar isso de lado e para isso não atrapalhar dentro de campo. Mas, querendo ou não, alguma coisa acaba atrapalhando. Sofremos um pouco, fomos eliminados da Taça Guanabara. Mas, na Libertadores, deu tudo certo.

Paulinho - Julho 2015
Paulinho em junho de 2015 - Carlos Gregório Jr/Vasco.com.br

Você tem crescido muito fisicamente e disse que ainda pode evoluir mais. Se vê atuando como um camisa 9 em alguns anos?

Acho que sim. Cada teste que o Zé Ricardo fizer comigo, tenho que estar preparado. Não me vejo com um camisa 9 fixo, mas um 9 com mais movimentação, pra receber bola nas costas dos zagueiros.

Você está com o olho esquerdo roxo por conta de uma pancada no primeiro jogo da Libertadores. É uma competição realmente diferente?

Alguns jogadores mais velhos já tinham vivido esse momento, essa experiência e passaram pra gente. Falaram que ia ter muita pancadaria, que iriam nos provocar. Eu procuro jogar meu futebol, deixo isso de lado para sair com a vitória, que foi o que a gente fez. Já mostramos o quanto estamos focados. A Libertadores é muito difícil, os times complicam muito os jogos, se passarmos até a fase de grupos vamos continuar encarando equipes complicadas. Tem time brasileiro, argentino... que buscam títulos também. Estamos trabalhando por ele também.

Família Paulinho
Reprodução/Instagram

Você tem apenas 17 anos, mas parece ser muito maduro, é bem articulado nas entrevistas, parece ter uma boa base familiar. Como que é a sua relação com seus pais e como isso te influencia dentro de campo?

Desde os 13 anos, a gente viu que o negócio começou a ficar sério e todos começaram a trabalhar em prol de um objetivo que era eu chegar no profissional e ter uma carreira de sucesso. É o meu sonho, tenho como meta, objetivo e é isso que me faz mais feliz, me deixa tranquilo para tomar algumas decisões. Eu sempre converso com eles, eles me tranquilizam e eu sigo focado em fazer um bom trabalho em campo.

E o assédio fora de campo?

No primeiro momento, bate aquele susto, mas hoje é normal. Me acostumei, fico feliz com o reconhecimento dos torcedores. Isso mostra que estou fazendo um bom trabalho.

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