Torcida croata agita a madrugada de Manaus e festeja a vitória
A goleada sobre Camarões nesta quarta-feira em Manaus foi só o começo. Após a partida, os torcedores da Croácia estenderam as comemoração durante a madrugada. Alguns preferiram os bares e restaurantes famosos da Avenida do Turismo, que é a ligação do centro com o aeroporto. Mas o grosso da tropa resolveu ir mesmo para a região do Teatro Amazonas, aquela que nunca dorme na cidade.
Pelo menos 400 se misturaram com os jovens locais numa área que foi fechada para o trânsito, muito policiada e com os principais bares abertos. Cerca de duas mil pessoas estavam presentes.
- É uma pena que não vai ter Copa todos os dias. Gente bonita, de fora, alegre e que está me dando muito lucro – disse Gerusa, vendedora de uma barraquinha de batata fritas.
Os jovens de Manaus tinham dois interesses: fotos com qualquer um que aparecesse com a camisa croata e azaração com os gringos.
- Os croatas são bem simpáticos. Estamos adorando a companhia deles. Não vou namorar nenhum, mas é legal conhecer gente bonita, trocar facebook – disse Adriana, ao lado das amigas.
Só os taxistas não estavam gostando muito. O movimento, apesar de frenético, estava decepcionante.
- Esses croatas não têm muito dinheiro. Na semana passada os ingleses estiveram aqui, não reclamavam de preço nem queriam fazer lotada, só saindo de 4 em 4. Pagavam numa boa – disse o taxista José, que usa uma barba que lembra a do Wolverine.
O que o torcedor croata queria mesmo era beber muita cerveja e curtir a noite. Estava totalmente integrado com os manauaras.
- Que povo legal. E a cidade está muito voltada para a festa. Não tem confusão, não tem policia preocupada com manifestantes. Nós, quando voltarmos para casa, levaremos grandes lembranças do Brasil. E Manaus será uma das melhores. Nosso time goleou um rival tradicional e os torcedores estão se divertindo muito na cidade - disse Roli Pantic, que trabalha numa loja de som em Londres e voltará para a Inglaterra no dia seguinte ao próximo jogo, contra o México.
Ele era dono do maior bandeirão croata que apareceu na Arena da Amazônia e resmungava com todos que pisavam, sem querer, no símbolo nacional. Só que ele a colocou no chão e no ponto de encontro mais disputado da área.
Foi ali coladinho na bandeira que estava o símbolo da confraternização Manaus-Croácia. A dupla Ari e Mirko. Os dois se conheceram no estádio, já tinham tomado todas. Ariel estava com a camisa da Croácia e Mirko com a da Seleção.
- Fiquei na cadeira ao lado dele, que fazia parte de um grupo. Comemoramos os gols juntos e no fim do jogo falei para esticarmos a festa aqui na praça do teatro. Agora trocamos a camisa e ainda ganhei uma bandeirinha da Croácia – disse Ari, que não fala inglês, já estava em avançado estado etílico e não revelou como conseguiu se comunicar tão eficazmente.
Mirko, assim como Ari, já tinha tomado todas. Não parava de sorrir e estava feliz com a troca da camisa.
- Trouxe várias camisas da Croácia para trocar. A camisa do Brasil eu já tinha do primeiro jogo. Mas como não encontrei ninguém de Camarões, troquei com meu novo amigo – disse Mirko, que trabalha com TI em Zagreb e estava chateado por não poder ficar no Brasil após a fase de grupos:
- Já estou comemorando na frente. Nosso time vai passar facilmente pelo México, que só tem goleiro. Vamos para as oitavas, mas aí já estarei longe do país de meu amigo Ariel.