A estratégia de Nadal para lidar com problema crônico de cãibras e desidratação

Espanhol segue tratamento à risca há alguns anos

Rafael Nadal
USTA

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Dentre todas as adversidades que o espanhol Rafael Nadal já teria que encarar normalmente durante a disputa do US Open, as noites do verão novaiorquino se mostraram um obstáculo de grande porte para o número dois do mundo.

Com cinco das seis partidas que disputou no torneio, até este domingo, marcadas para a rodada noturna, quando caía o sol e subiam os níveis de umidade, o tenista teve sérios problemas de desidratação, chegando inclusive a sofrer de cãibras oriundas deste problema em sua partida de quartas de final diante do argentino Diego Schwartzman.

Sofrendo do problema nos dedos, se estendendo pela mão esquerda, cotovelo e ombro, Nadal resolveu a situação bebendo água do mar filtrada, mais precisamente do Mar Cantábrico, uma região do Oceano Atlântico que banha a área norte da Espanha e o sudoeste da costa atlântica da França.

Disponível em dois tipos de concentração — hipertônica, com 100% de água marítima, e isotônica, 25% de água do mar e 75% de água mineral — a água cantábrica recebe classificação classe A antes mesmo de sua filtragem, o mais alto grau de classificação para águas destinadas ao consumo ou de onde possam ser retirados alimentos para consumo direto.

Além do consumo deste produto, Nadal também passou utilizar camisas preparadas pela Nike para reduzir a perda de líquido durante algumas fases mais úmidas do circuito, como a Austrália e o verão norte-americano — onde tem, inclusive, jogado de regata nos últimos, alegando que a transpiração nas camisas de manga atrapalha seus movimentos.

Não é de hoje que o tenista sofre com problemas de cãibras associadas à desidratação no circuito, como aconteceu na final da Copa Davis em 2004 contra Andy Roddick; na partida contra Juan Monaco em Cincinnati, em 2007, precisou abandonar no segundo set por desidratação. No Masters de Miami, em 2016, também precisou desistir pela mesma razão. Em outras duas ocasiões, na final de Miami em 2011 e de Roland Garros em 2014 precisou que fosse ministrado soro intravenoso em razão da alta perda de líquidos.

Trabalhando com Nadal em Nova York está o ortopedista e traumatologista Nacho Muñoz, que vem realizando uma parceria com o médico do espanhol, Ángel Ruiz Cotorro, tendo inclusive submetido o número 2 do ranking à um teste de suor na Universidade de Castilla-La-Mancha.

Apesar da certeza do problema da desidratação, Muñoz conversou com o jornal espanhol ‘Marca’ sobre suas suspeitas das causas das cãibras de Nadal. “Para mim, existem duas teorias: obviamente, a da perda de eletrólitos e a outra do efeito do sistema nervoso sobre o sistema muscular. Essa última é a que está ganhando mais força”, revelou.

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