Exclusivo: último brasileiro no top 30, Bellucci exalta João Fonseca
Ex-número 21 do mundo, Thomaz teve o segundo melhor ranking do país

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Ter sido, até aqui, o brasileiro com o segundo melhor ranking na história do tênis masculino, atrás apenas de Gustavo Kuerten, mostra o tamanho da carreira de Thomaz Bellucci. Em entrevista exclusiva ao Lance!, o ex-número 1 do Brasil e último do país a entrar no top 30, em fevereiro de 2016, celebrou a mais recente conquista de João Fonseca. Domingo, o carioca, de 19 anos, foi campeão do ATP 500 da Basileia.
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- É uma conquista incrível não só pra ele, mas para o tênis brasileiro, de uma maneira geral, título inédito para o país, um torneio fortíssimo. Com tão pouca idade, ser campeão de um ATP 500, super tradicional. É incrível e serve como combustível para ele e para a equipe seguirem acreditando. Com certeza, é o primeiro de muitos desse nível (em fevereiro, foi campeão do ATP 250 de Buenos Aires) que ele vai ganhar na carreira. O João é um tenista muito novo, mas com potencial gigante.
O que mais tem chamado a atenção na temporada do carioca até aqui?
- A rapidez com que ele já s sente confortável de jogar com os grandes jogadores. O João tem feito uma temporada excelente, começou fora do top 100, já jogou os maiores torneios e conseguiu chegar ao ao top 30. É um grande feito. Pode parecer fácil, mas, para um jogador de apenas 19 anos, é uma grande conquista, e apenas o primeiro ano dele no circuito. Muitas vezes o jogador, no primeiro ano, se assusta jogando os torneios grandes, ou não consegue se adaptar à rotina de treinos e a intensidade dos adversários. O João tem demonstrado que pode jogar contra qualquer adversário e já está conseguindo resultados absurdos para a idade dele.
Ex-21 do mundo (ranking alcançado em julho de 2010) e dono de quatro títulos de ATP's, Thomaz também destaca a velocidade com que o pupilo do técnico Guilherme Teixeira ergueu um troféu dessa grandeza.
- De certa maneira, surpreende pela rapidez com que conquista um torneio desse nível. Mas, a longo prazo, quem conhece tênis sabia que ele conseguiria alcançar grandes feitos e é o que está acontecendo.

Na história do tênis brasileiro, apenas seis atletas, até esta segunda-feira (27), haviam chegado no top 30. Além de Guga (1), Bellucci (21), Thomaz Koch (24) Fernando Meligeni (25), Luiz Mattar (29) e Marcos Hocevar (30) faziam parte desse seleto grupo. João Fonseca é o 28º do mundo nesta semana.
Até onde João Fonseca pode chegar
Bicampeão de Gstaad (2009 e 2012), vencedor também em Santiago (2010) e Genebra (2015), Bellucci também respondeu até onde o atual número 1 do país pode ir no ranking.
- Muito difícil saber. Ele está só no começo da carreira e já é top 30. Ele tem muito a melhorar ainda, tanto em questões de ranking quanto no aspecto técnico. Ele tem um jogo muito sólido, jogador completo, tem todos os golpes, mentalmente é muito maduro para a idade. Pra mim, o mais impressionante é que ele consegue manter a consistência mental dentro das partidas, isso é muito interessante. Não me arrisco dizer até onde ele vai chegar no ranking, mas que ele vai, daqui a um, dois ou três anos, ele estará entre os melhores do mundo, quem sabe jogando de igual para igual com o Sinner o Alcaraz, lá no topo do ranking, nunca se sabe. Acho que maturidade e ferramentas ele tem, vamos acompanhar como vai ser essa evolução dele.
Em fevereiro de 2009, por muito pouco Bellucci não ergueu mais um título na carreira (seria seu primeiro). Na Costa do Sauípe, na Bahia, no Brasil Open, o tenista foi o último do país a chegar à decisão, mas acabou superado pelo espanhol Tommy Robredo (ex-top 7) naquela semana.
O resort no litoral baiano, por sinal, recebeu, na semana passada, o primeiro torneio de tênis desde o Brasil Open, cuja última edição foi em 2011 (e a primeira, 10 anos antes). Thomaz guarda boas lembranças do ATP baiano.
- Minhas lembranças do Sauípe foram muito legais. Em 2007 ganhei convite, perdi pro Lapentti, teve a final contra o Robredo. Era um torneio muito especial par mim, minha família inteira ia me ver, uma das primeiras oportunidades que tive de jogar com muita torcida a favor, as pessoas acabaram me conhecendo mais, é um lugar muito especial. Tomara que, com o Challenger, aconteçam torneios cada vez maiores no Sauipe, que é um lugar muito bacana.
Bellucci se despediu das quadras no dia 22 de fevereiro de 2023, em uma homenagem emocionante (e mais que merecida) no Rio Open. Atualmente, ele treina Bruno Kuzuhara (529º), que é um jovem, de 21 anos, que teve sucesso nos torneios juvenis e está batalhando nos Futures e nos Challengers.
- Tenho acompanhado ele em algumas semanas do ano, e o tênis ainda me motiva bastante, ainda mais a parte de competição, de torneios, que é o que sempre vivi na maior parte da minha vida. Em paralelo a isso, faço muitos eventos corporativos e clínicas, algo que sempre fiz, mas agora venho realizando com mais intensidade, depois que parei de jogar.
O segundo melhor tenista da história do tênis masculino do país também participa de uma empresa de asset management (gestão profissional de ativos), que tem investido forte no tênis, com alguns projetos, de patrocínios de jogadores.
- Através do tênis, ela promove um network, um meio para conviver e se comunicar com pessoas que amam o esporte e que também têm coisas em comum. Então, ainda estou presente no tênis e pretendo seguir por muitos anos ainda.
O tênis agradece.

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