Pitaco do Guffo: o que funcionou contra o Chile
Apesar do adversário fraco, Brasil teve destaques positivos

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O Brasil venceu o Chile no Maracanã por 3 a 0, em partida das Eliminatórias, e agora fará seu último jogo contra a Bolívia na próxima terça-feira (9). E foi uma vitória bastante tranquila, com uma Seleção alternando bons momentos com outros nem tão proveitosos. Quero repassar o que funcionou contra o Chile.
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É bom relembrar que esta seleção chilena é uma tentativa de renovação de grupo, com muitos jogadores jovens e que nunca havia jogado junta. Além do fato motivacional do Chile já entrar em campo sem chance alguma de ir ao Mundial. Colocado isso em contexto, foi um jogo interessante para ser analisado.
Lado direito tem dois donos
O primeiro ponto que eu mais gostei da Seleção nesta partida foi a intencionalidade vertical. Um time que buscou a profundidade constantemente, com ultrapassagens dos extremos, fazendo cruzamentos por cima ou para trás, procurando alguém para finalizar. Várias jogadas foram construídas assim no primeiro tempo, e faltou um pouco mais de capricho nas finalizações para que o gol viesse.

A partir dessa verticalidade, e pensando em convocação para a Copa, me parece que o lado direito do ataque já está definido. O jovem craque Estêvão, que marcou seu primeiro gol pela Seleção, e o ex-Botafogo Luiz Henrique, foram os destaques ofensivos da Seleção. Seja na construção coletiva ou nos lances individuais, ambos estão carimbando seus passaportes para o Mundial.
E apesar do Chile ter as características que citei antes, foi importante a Seleção não sofrer gols dos chilenos. O time completa três partidas de "clean sheet", o que mostra que há um avanço coletivo na organização defensiva. E esse avanço deve evoluir para que o time esteja preparado para enfrentar equipes mais fortes. Mérito do trabalho de Ancelotti e sua comissão.
Uma meiuca que pode melhorar
Todas as grandes seleções brasileiras na história tiveram seus destaques no meio campo. A lista de grandes craques é praticamente infinita. E apesar de não termos nenhum Didi, Gérson, Zico ou Rivaldo nessa geração, há muitos jogadores multi funcionais e que brigam por 3 posições no time titular. Casemiro é titularíssimo, e hoje funcionou muito bem como volante centralizado. Raphinha pelo meio teve alguma dificuldade, e Bruno Guimarães cresceu no segundo tempo quando teve Lucas Paquetá ao seu lado.
Há uma ideia clara de montar a Seleção em um 433 com base alta, tendo a Casemiro de vértice e dois meias mais soltos na construção, mas que saibam defender pra manter o time equilibrado. Será que Neymar teria lugar nesse trio? Será que Bruno Guimarães e Paquetá é a dupla ideal? Rodrygo poderia jogar por dentro, assim como Raphinha? Há espaço para alguma surpresa antes da Copa para essas posições? Muitas perguntas que não tiram a certeza sobre o que funcionou contra o Chile: o Brasil tem técnico e está construindo uma identidade.
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