Três zagueiros e molecada: como Mancini quer melhorar o São Paulo

Técnico indica que manterá o 3-5-2 utilizado contra o Red Bull e explica opção por atletas mais jovens. Time que jogou no último domingo foi o segundo mais novo da temporada

Vagner Mancini
Vagner Mancini dirige o São Paulo até a chegada de Cuca (Foto: Maurício Rummens/Fotoarena/Lancepress!)

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O São Paulo de Vagner Mancini começou a ganhar forma no empate sem gols com o Red Bull, no último domingo. O interino, que assumiu a equipe na partida anterior, a derrota por 2 a 1 para o Corinthians, pretende manter o esquema com três zagueiros e o perfil mais jovem utilizados no fim de semana.

A média de idade do time titular foi de 24,1 anos, a segunda menor dessa temporada, atrás apenas dos 23,5 anos da equipe quase toda reserva que André Jardine escalou na vitória por 1 a 0 sobre o São Bento. Nas partidas mais importantes de 2019, o torcedor viu um São Paulo mais experiente em campo: média de 29,6 anos na ida contra o Talleres (ARG) e 28 anos na volta.

Atletas rodados como Bruno Peres, Jucilei, Nenê e Diego Souza ficaram no banco, enquanto jovens como Igor Vinícius, Luan, Helinho e Antony foram titulares. De acordo com Mancini, uma opção que teve mais a ver com as características do que com a idade de cada um.

O time foi Tiago Volpi, Arboleda, Bruno Alves e Anderson Martins; Igor Vinícius, Luan, Antony, Helinho e Reinaldo; Gonzalo Carneiro e Pablo.

- A mudança de peça não vai pela idade, vai pela característica. Quando coloco mais um zagueiro, estou fortalecendo um sistema que vinha tomando muito gol e dando também a possibilidade para que essa equipe possa atacar melhor com os meias, os alas e os atacantes. E aí eu preciso de jogadores que não tornem esse sistema rígido, mas um sistema leve, de ataque. O 3-5-2, quando foi inventado, era um sistema muito ofensivo. Ele nasceu para ser ofensivo. Quando foram feitas adaptações a ele, com alas que eram laterais, com mais volantes, ele se tornou um bloco defensivo. Eu não quero isso. Quero que o São Paulo jogue com apenas um volante de marcação, com dois meias leves, que saibam jogar pela lateral do campo, porque a partir do momento em que o adversário marca nossos alas eu vou ter que usar os meias por fora - explicou o interino.

Luan, 19 anos, foi o único volante de marcação escalado no domingo. Os armadores, que buscavam o lado do campo a todo momento, foram Helinho (18 anos) e Antony (19 anos completados justamente naquele dia). Na frente, Gonzalo Carneiro (21 anos) só conseguiu auxiliar Pablo (26 anos) por 22 minutos, já que foi expulso após uma entrada dura no campo de ataque e prejudicou todo o planejamento da equipe.

Com um a menos, os laterais ficaram mais presos e muitas vezes formaram uma linha de cinco com os três zagueiros. Pablo ficou muito isolado e quase não teve chances de finalizar. Para domingo, em Bragança, contra o Bragantino, a expectativa é de que Hernanes possa substituir Gonzalo Carneiro, atuando como um meia por dentro, com Helinho e Antony abertos. Uma mudança certa é a entrada de Léo na lateral esquerda, já que Reinaldo sofreu uma lesão logo aos 11 minutos.

O São Paulo pode ter Tiago Volpi, Arboleda, Bruno Alves e Anderson Martins; Igor Vinícius, Luan, Helinho, Hernanes, Antony e Pablo.

- Nós acreditávamos que a entrada do terceiro zagueiro daria uma liberdade maior para que os laterais apoiassem, para que os dois meias e os dois atacantes tivessem sempre mais atletas por perto e, consequentemente, que chegássemos com mais atletas à frente. A expulsão mudou a configuração do jogo - analisou Mancini.

- Eu sinceramente acho que a mudança do sistema vem em um momento importante, em que o São Paulo está buscando uma nova identidade. É uma reconstrução. Estamos no fim de fevereiro, mas já é uma reconstrução, para que a gente tenha um time com a cara do torcedor, que o torcedor do São Paulo venha no estádio e goste desse time leve, que chega rápido, que chega bem - emendou.

Mancini diz que a opção por mudar o esquema foi sua e não garante que Cuca mantenha essa ideia quando assumir definitivamente. 

- Foi uma ideia minha. Sentei com o Cuca na segunda-feira passada, a gente falou de sistema, falamos sobre como havia semelhança na nossa maneira de enxergar o futebol, mas não tinha sido definido nada. Foi uma mudança minha. Pode ser que quando o Cuca chegar ele opte por outro sistema. Eu acho que para a situação do São Paulo, esse sistema, agora, é o mais apropriado.

A quatro rodadas do fim da fase de grupos do Paulistão, o São Paulo soma 10 pontos e está em terceiro no Grupo C, atrás de Oeste (12 pontos) e Ituano (11 pontos). Ou seja, encontra-se fora da zona de classificação aos mata-matas.

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