Justiça derruba liminar e Peres deve ter impedimento votado em setembro

Reunião que poderia ser no dia 30 de agosto deve acontecer no dia 5 ou 10 do próximo mês, já que nesta sexta-feira a Justiça de Santos extinguiu o processo aberto pelo dirigente

José Carlos Peres
José Carlos Peres terá de se defender de dois processos de impeachment no Santos (Foto: Ivan Storti/Santos)

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Enquanto tenta resolver o caso Sánchez junto na Conmebol, José Carlos Peres teve uma derrota na Justiça na tarde desta sexta-feira. Um juiz da 12ª Vara Cível de Santos derrubou a liminar que tratava o andamento do processo de impeachment contra o presidente no Santos. E mais, o processo aberto por Peres foi extinto. Agora, o mesa do Conselho Deliberativo do clube vai trabalhar para acertar a data de uma nova reunião para a votação do impedimento. Algo que deve acontecer no começo de setembro, dia 5 ou 10. 

A Comissão de Inquérito e Sindicância do clube foi quem conseguiu derrubar a liminar do presidente. Havia uma votação prévia marcada para o dia 30 de agosto, mas o assunto não entrará em pauta nesta reunião dos conselheiros. Quando conseguiu a liminar, Peres alegou que não teve o direito a ampla defesa pois não conseguiu ter acesso aos detalhes das acusações. A informação foi inicialmente publicada pelo jornal A Tribuna. 

São dois pedidos de impedimento que correm no clube. Um encabeçado pelo conselheiro nato Esmeraldo Tarquínio e outro por Alexandre Santos e Silva. Ambos foram entregues a Marcelo Teixeira, presidente do Conselho, no mês passado. Ambos foram protocolados em junho.

Politicamente, a situação de Peres no clube não é favorável. O dirigente não tem o apoio nem de seu vice, Orlando Rollo, que declarou ao LANCE! estar rompido com o mandatário. Na visão de Peres e sua defesa, os pedidos de impeachment são meramente políticos e possíveis de serem derrubados pela própria defesa.

Entenda a questão
De maneira simplificada, os questionamentos dos conselheiros se baseiam nas duas empresas ligadas a Peres, a Saga Talent Sports & Marking e a Peres Sports & Marketing. Ele é acusado de usá-las para gerenciamento de atletas - algo que nega com veemência. Tal ato é proibido pelo Estatuto Social do clube. Um dos sócios de Peres na Saga teria, inclusive, exigido 10% da venda de Gabigol à Inter de Milão, da Itália, em 2016, pois tal empresa teria trazido o jogador ao Santos "de graça".

Ricardo Marco Crivelli, o Lica, gerente da base do Peixe em 2018 e afastado do cargo por acusação de abuso sexual, é também sócio de Peres na primeira empresa, que segundo o dirigente já foi encerrada e, em 2015, criou a Hi Talent Ltda. Um relatório da Comissão Fiscal do clube sobre a movimentação financeira no primeiro trimestre mostrou que o Alvinegro comprou 100% dos direitos econômicos do zagueiro equatoriano Jackson Porozo, de 17 anos, para o time sub-20, em fevereiro e que passará 20% de uma futura venda ao Manta (EQU) e 30% do lucro à Hi Talent.

A diretoria pagou 350 mil euros (erindo seu direito de ampla defesa. Os advogados do mandatário baseiam a acusação na Constituição Federal, carta magna do país, que está acima do Estatuto Social do Peixe. (cerca de R$ 1,5 milhão) pelo jovem, com vínculo até o final de 2021. O contrato não menciona o motivo das cláusulas acima. Tais questionamentos serão feitos nos pedidos de impeachment.

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