Estilo de Zeca, perfil do Santos e inteligência tática: o raio-x de Romário, reforço para 2018
'Se propôs a jogar mesmo com dor no pé em que quebrou um dedo'. Ex-técnicos e amigos do jogador contam ao LANCE! características e histórias que o definem dentro de campo

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Está com saudades dos tempos áureos de Zeca no Santos? Então saiba que o recém-contratado Romário promete preencher o vazio na lateral esquerda do seu peito. O atleta tem características de jogo muito semelhantes às do camisa 37 do Santos, inteligência tática acima da média e um perfil que se encaixa perfeitamente ao Peixe, conforme informações apuradas e depoimentos colhidos pelo LANCE!.
De acordo com João Paulo Sanches, ex-auxiliar e hoje técnico do Atlético-GO que trabalhou com Romário em 2016, as principais características do lateral-esquerdo são:
- Gosta do jogo aproximado, de trabalhar curto, adiantando com a bola;
- Ultrapassa poucos sem bola. Lance de fundo ele dará pouca opção;
- Quando a jogada está sendo construída pelo setor, ele vai muito com o passe, e ele chega;
- Tem um cruzamento de regular para bom, nada excepcional. Mas contribui muito;
- É um dos melhores cobradores de pênalti que já tive a oportunidade de trabalhar;
- Tem uma leitura e posicionamento defensivo muito bom. Um jogador muito tático. Tem facilidade;
- Ele é parecido com o Zeca, menos com o Ferraz. Não ultrapassa com velocidade sem a bola. Gosta de conduzir por dentro;
- Tem bom domínio de bola e bom cabeceio, apesar da baixa estatura (1,71cm);
- Mesmo canhoto, tem uma boa chapada até com a perna direita, em diagonal;
- É competitivo.
E João não brinca quando fala sobre a competitividade de Romarinho. Marcelo Cabo, ex-treinador do atleta em 2016, pelo clube Goiano, fez questão de recordar um episódio em que o jogador insistia em ir a campo mesmo com dores no pé.
- No final do primeiro turno ele quebrou um dedo do pé e ficou muito triste. Tivemos o período de recuperação e transição e ele em uma ansiedade muito grande para voltar. Tentou treinar, mas decidimos poupá-lo, e ele voltou a ficar triste. Tivemos que conversar muito. Ele se propôs a jogar mesmo com dor no pé em que quebrou um dedo, de tanta entrega e foco no trabalho. O convencemos e ele se recuperou e teve uma reta final maravilhosa. Foi muito marcante vê-lo querer jogar com dor no pé para ajudar a equipe - relembrou.
Essa determinação dentro de campo existiu por causa das dificuldades que o jogador de 25 anos enfrentou em sua trajetória no futebol. Atualmente, Romário disputa a Série B pelo Ceará, mas teve que encarar a queda do Avaí, clube pelo qual atuava em 2015, e no ano seguinte, a eliminação no Campeonato Goiano pelo Anápolis. Porém, apesar de iniciar o Brasileiro com desconfiança, deu tempo de ser campeão pela Série B, no Atlético-GO.
Quem se lembra muito bem do título é o ex-companheiro de equipe Marllon, hoje zagueiro da Ponte Preta. Além da comemoração com o caneco em campo, os parceiros se encontraram no apartamento do defensor, no Rio de Janeiro, para celebrar a conquista mais uma vez.
- Me lembro de levantarmos o título da série B juntos, em um ano que não começou muito bem... Sendo eliminado no Campeonato Goiano e em seguida começando o Brasileiro sem a confiança de muitos. Demos a volta por cima e saímos vitoriosos. Passamos a virada de ano juntos, combinamos na última semana do mês e ele acabou ficando. Apresentei um pouco da minha comunidade (Bambu) e sem deixar de comemorar o título, é claro! (risos). Ele é um moleque de ouro. Um irmão que a bola me deu - recordou Marllon.
Com destino à Baixada Santista e uma bagagem de peso, fica o questionamento: Romário preencheu o vazio na lateral esquerda do seu peito?
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