Em dia de recorde, Allianz vai da festa à revolta com juiz e imprensa

Torcedores gritaram 'vergonha' assim que o Corinthians confirmou o título. Um grupo se voltou contra a imprensa, que foi alvo de cusparadas e de uma lixeira arremessada

Torcida do Palmeiras na final do Campeonato Paulista de 2018
Fellipe Lucena

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O Allianz Parque registrou seu recorde de público neste domingo: foram 41.227 pagantes na final do Paulistão, superando os 41.008 do Brasil x Chile de 2017 (recorde geral da arena) e os 40.986 do Palmeiras x Chapecoense de 2016 (recorde em jogos do clube). Mas o primeiro Dérbi com torcida única a definir um título acabou com festa só dentro de campo, dos corintianos, e revolta fora dele.

O alvo principal, obviamente, foi a arbitragem. “Se o Palmeiras não ganhar, olê, olê, olá, o pau vai quebrar”, foi o grito que ecoou depois que Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza anulou o pênalti que havia marcado para os donos da casa. Quando o título corintiano foi confirmado, a primeira reação da arquibancada foi gritar “vergonha”. Depois, aplausos ao time.

No anel superior da arena, um grupo de torcedores se voltou contra a imprensa. Um deles cuspiu em alguns profissionais que trabalhavam nas tribunas e depois atirou uma lixeira em direção a eles. Quando os seguranças chegaram, já havia ido embora.


Para muitos palmeirenses, a apreensão começou antes de a bola rolar. Como de costume, só poderia acessar a Rua Palestra Itália quem apresentasse o ingresso. Palmeirenses relataram que estava sendo solicitado também o CPF, o que deixou o processo lento. Uma hora antes do jogo, a Polícia Militar não estava permitindo que ninguém chegasse até o bloqueio. Entrar na arena, para muitos, virou missão árdua.

Do lado de dentro, a festa verde foi bonita, com direito a bandeirões no Gol Norte e um mosaico que ocupava todos os outros setores. Quando o jogo começou, foi possível sentir o estádio balançar com todos pulando e cantando o hino do Palmeiras.

Mas a euforia logo deu lugar à apreensão. Rodriguinho abriu o placar logo no primeiro minuto, anulando a vantagem obtida pelo Palmeiras em Itaquera. A organizada não parava de cantar, mas o restante do público emanava tensão absoluta.

O clima ficou ainda mais pesado no intervalo: dois supostos infiltrados foram perseguidos no Gol Norte e retirados pela PM, e um outro recebeu chutes e socos no Superior.

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