Barrios prevê melhora em 2016 e sonha superar até o auge no Borussia

Em entrevista ao LANCE!, atacante salienta que não estava no melhor de sua forma física nesta temporada e aposta em Verdão brigando por todas as taças no ano que vem

Barrios
Barrios, atacante do Palmeiras (FOTO: Ari Ferreira)

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Foi só o começo. É dessa forma que Lucas Barrios enxerga o título da Copa do Brasil. Não só porque o centroavante chegou ao Palmeiras há apenas cinco meses e tem só 21 jogos com a camisa do clube, mas porque ele tem convicção de que estará em forma muito melhor a partir da próxima temporada.

– Sempre disse que ainda não estava 100%, que não me sentia em forma, rendendo tudo o que posso. Mas sei que o que importa são os resultados e o que você faz no campo de jogo. Ninguém vai entender se você está 100% ou não. No futebol, as pessoas cobram resultados imediatos, então estou muito contente de ter feito gols apesar de não estar 100% – disse o argentino naturalizado paraguaio, ao LANCE!.

Antes de chegar ao Palmeiras, em julho, Barrios estava emprestado pelo Spartak Moscou (RUS) ao Montpellier (FRA) e não tirou férias ao término da última temporada europeia, no meio do ano. Ele disputou a Copa América pela seleção paraguaia, no Chile, e logo desembarcou no Palestra Itália para marcar, por enquanto, oito gols, três deles na Copa do Brasil.

Além do descanso da pré-temporada, o camisa 8 aposta na adaptação ao clube para jogar mais no ano que vem. Ele garante que está à vontade no clube, mas ainda tem dificuldade para falar em português, por exemplo, tanto que pediu para conversar em espanhol neste bate-papo.

– Acabei de chegar, a equipe é nova. Creio que o ano que vem vai ser ainda melhor para o Palmeiras. Os jogadores estão se conhecendo, estarão mais adaptados, e a verdade é que o Palmeiras vai brigar por tudo o que vier no ano que vem – disse.


Aos 31 anos, o goleador já passou por clubes de Argentina, Chile, México, China, Rússia e França. Mas foi na Alemanha, a serviço do Borussia Dortmund entre 2009 e 2012, que ele mais se destacou. O polonês Lewandowski, hoje um astro, ficava no banco enquanto Barrios jogava. E marcava gols.

"O que eu quero é fazer aqui coisas até melhores do que fiz no Borussia. Mas vamos aos poucos", disse Barrios, ao LANCE!

Será possível vê-lo jogar tão bem quanto naquela época, quando ele faturou duas edições do Campeonato Alemão e uma Copa da Alemanha? Com a palavra, o próprio:

– O que eu quero é fazer aqui coisas até melhores do que fiz lá. Mas vamos aos poucos, porque cheguei há pouco ao clube, estou conhecendo meus companheiros ainda e me adaptando ao futebol brasileiro.

É paraguaio, mas é da "banda argentina" no Verdão

Naturalizado paraguaio, Lucas Barrios joga pela seleção do país, mas é argentino. Tanto que, no dia a dia do Verdão, é com os “hermanos” que ele mais conversa, não só pela língua, mas também pela cultura.

– Vivi toda a vida na Argentina. Quando tinha 25 anos, me nacionalizei para jogar pela seleção paraguaia. Minha mãe é paraguaia e meu pai é argentino. Mostro aos argentinos um pouco da cultura paraguaia, porque a argentina eles já conheciam. Eu concentro com o Churry (Cristaldo) e escutamos cumbia, com Pablo Mouche tomo mate, me dou bem com Allione. Estou muito contente de encontrar gente boa na equipe – disse.

Mas o camisa 8 avisa que tem ótima relação também com os brasileiros. Fruto da boa recepção do elenco e de experiências com atletas do país.

– Lá fora sempre me dei bem jogando com brasileiros. Joguei com Tinga no Borussia, com Felipe Santana, Rafael Carioca no Spartak. Joguei com muitos jogadores importantes do Brasil. Estive com o Conca na China, a mulher dele é brasileira e me fez conhecer a cultura de comer feijão, de fazer churrasco. Fico contente de conhecer parte da cultura daqui.

Confira um bate-bola exclusivo com Lucas Barrios:

Seus melhores momentos pelo Palmeiras foram na Copa do Brasil. Você prefere os jogos decisivos?
Sim, a verdade é que fico muito contente de poder jogar esse tipo de partida, jogos importantes. Fico muito contente quando faço gols nesse tipo de partida, são essas que o deixam marcado na história de um clube.

Você marcou oito gols até agora, sendo cinco contra o Fluminense. Outros clubes já sofreram tanto com sua fama de carrasco?
Sim, sempre fiz gols quando jogava contra o Bayern de Munique, também fiz alguns gols contra o Nuremberg quando jogava na Alemanha. Quando jogava no Chile, sempre convertia contra La U, no clássico.

Você sempre salienta que, apesar de não estar 100% fisicamente, entende a cobrança por rendimento imediato. No Brasil, acha que isso é mais acentuado?
Creio que no mundo inteiro é assim, ainda mais nos clubes grandes em que sempre pude jogar. Sempre tive que lutar por algo nos clubes em que passei. O Palmeiras é muito grande, sei que tenho que lutar por algo sempre. Graças a Deus estou em um projeto muito bom, chegaram 25 jogadores, diretor novo, treinador novo, e a verdade é que é necessário um tempo de adaptação. O problema é que, com tantas contratações, gastando o dinheiro que foi gasto, obviamente as pessoas vão pedir um resultado instantâneo. Nós tratamos de dar esse resultado ao clube, aos torcedores do Palmeiras

Quem foi o melhor treinador de futebol em sua carreira?
Jürgen Klopp. É um dos treinadores que confiou em mim, ele que me levou do Colo-Colo ao Borussia. Ganhamos títulos e ele me mostrou uma outra forma de trabalhar. Você precisar estar 100% para trabalhar com ele. Se não estiver, não consegue. Ele é como um treinador psicólogo, fala muito com os jogadores. É isso que levei dele. Tive outros treinadores, como Marcelo Lippi, que me treinou na China, Tata Martino na seleção, agora Ramon Díaz, Marcelo Oliveira, que é um grande treinador, Ricardo Gareca, que me levou ao profissional. Em toda a minha carreira tive grandes treinadores e estou muito contente.

Você ainda pensa em voltar para a Europa?
Acabei de chegar ao Brasil, ao Palmeiras, estou muito bem e desfrutando. Ainda não sei, no futebol você não sabe o que pode passar. Te dou um exemplo: em 2011 havia renovado com o Borussia, tinha sido campeão, e me lesionei na Copa América e tive que ir para a China no ano seguinte, porque o Lewandowski jogou, fez um grande torneio e tomou meu lugar. Você não sabe o que pode passar e por isso tem que viver o dia a dia.

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