No tênis, Dia das Mães com emoção nas famílias Meligeni e Pigossi
Naila Pigossi e Paula Meligeni contam as aventuras e desafios na torcida pelos filhos

- Matéria
- Mais Notícias
Se a rotina dos tenistas profissionais é das mais desafiadoras, com tantas viagens, treinos e jogos, além dos altos custos, fica impossível imaginar as emoções e obstáculos para as suas mães. Pois, o Lance! entrevistou, neste Dia das Mães, Naila Pigossi e Paula Meligeni, dois ótimos exemplos de amor incondicional pelos filhos, dentro e fora das quadras. E, claro, torcedoras números 1 de, respectivamente, Laura Pigossi e dos irmãos Carol e Felipe Meligeni.
Relacionadas
Professora de tênis e irmã de um dos maiores nomes da história do tênis brasileiro, Fernando Meligeni, comentarista da ESPN, Paula costuma compartilhar, nas redes sociais, diversos momentos com Carol e Felipe:
- Meu maior presente é a felicidade deles fazendo o que escolheram para a vida. É uma emoção muito grande ver teus filhos seguirem o caminho escolhido por eles próprios e alcançarem resultados e o reconhecimento pelas suas conquistas. Pra mim, o mais importante é vê-los felizes. Independente de onde chegarão, orgulho imenso de serem eles mesmos e das suas escolhas - conta Paula.

➡️Siga o Lance! no WhatsApp e acompanhe em tempo real as principais notícias do esporte
Por falar em emoção e orgulho, esses sentimentos também logo vêm à mente quando a administradora Naila recorda a maior conquista de Laura, a primeira medalha olímpica da história do país na modalide, o bronze em Tóquio, em 2021, ao lado de Luisa Stefani.
- Nossa, foi muito forte!! A campanha toda em Tóquio foi muito especial!! Cada jogo, cada conquista!! E até hoje, sempre me emociono quando lembro daquele dia, da conquista da medalha, e quando vejo o vídeo nao dá para não ficar emocionada!! Viver isso com ela foi muito especial.

Como não poderia deixar de ser, a distância é um dos principais desafios para as mães de Laura, Carol e Felipe:
- É muito difícil acompanhar tudo a distância, não poder ver de perto ou estar viajando com mais frequência. Eu dou minhas aulas e consomem muito meu dia. Então, é difícil largar tudo pra segui-los. Tudo tem que ser muito organizado. Estando longe o aplicativo eh meu companheiro e, dependendo da qualidade do torneio, consigo seguir ao vivo. Sofro, viu? Mas é assim ou nada (risos). Acho que o pior desafio é estar longe tanto nas derrotas para pegá-los no colo, como nas vitórias para comemorar e enchê-los de beijo.

Naila, claro, também faz o possível para ver Laura de perto em ação:
- Tento ir sempre nos torneios na América do Sul, em uma gira europeia!! Vamos nos organizando para acompanhar o máximo que der.
'Ouvir a voz, ver a carinha', diz Naila
E, tal como para Paula, o avanço da internet nos últimos anos é um grande aliado para a mãe de Laura matar a saudade:
- Muito!!! Santo WhatsApp, FaceTime!! Hoje em dia fica muito mais fácil!! Ouvir a voz, ver a carinha!! Ter a certeza que está bem!!
Orgulho da determinação da filha
Entre tantas virtudes, Naila elogia a determinação da herdeira:
- Orgulho total!! Ver a Laura correr atrás do seu sonho, realizá-los, ter reconhecimento de todo o seu esforço e da sua luta é muito gratificante!!! Mas nunca foi fácil!!! Ela sempre lutou e se esforçou muito!! Desde os 12 anos viajava muito, um tempo longo fora de casa, tudo era muito caro e muito difícil!! Quando viajava para uma sequência de torneios, eram 5, 6 semanas!! E ainda estudava em uma escola bem tradicional, tinha que repor as aulas quando estava em São Paulo!! Não foi fácil!! Depois, decidir morar fora, encarar tudo com muita garra e determinação!! Só tenho admiração pela mulher que ela é hoje!! Ver toda a sua transformação me enche de orgulho!! - conta a mãe de Laura.

Orgulho também nos estudos
Conciliar os estudos com os treinos e torneios também foi outro desafio para as famílias Pigossi e Meligeni:
- Carol e o Felipe saíram de casa muito cedo. Foram para o Uruguai com 15 anos, então a escola, que até então era como a de todos na idade deles, virou a distância. Era difícil porque estavam longe e precisavam organizar as entregas das provas. Ajudei muito. Acho que fiz o segundo e terceiro ano umas três vezes (risos). Sempre que matriculava em alguma escola e eles se davam conta que eram atletas, vinha a frase: não podemos fazer uma escola dentro da escola para eles. Eu nunca pedi isso. A única coisa que tínhamos direito e fazíamos valer era a aplicação da prova na volta das viagens, comprovando sempre via documentação. Mesmo faltando muito, íam muito bem nas provas e, raramente, rolava uma recuperação. Mandavam bem - garante Paula.
Naila também se orgulha ao lembrar da trajetória da filha na escola:
- A Laura sempre foi boa aluna e dedicada. Ela estudava no Dante Alighieri, e tínhamos um acordo que ela tinha que repor as aulas perdidas. Não foi fácil. A decisão de tirá-la da escola presencial e estudar a distância foi muito difícil. Mas ela sempre correspondeu
'A escolha sempre foi deles', diz Paula
Apesar da importância da família na história do tênis no Brasil, Paula garante que a escolha dos filhos pela modalidade foi natural:
- A gente nunca forçou nada. Desde pequenos eles nos seguem pelas quadras, ora brincando, ora treinando, ora viajando. Sempre estiveram junto com a gente nesta caminhada. A escolha sempre foi deles, mas esporte era obrigatório. Qual? Apresentamos alguns. Mas não tinha como (risos). Tudo era tênis. Foram se envolvendo, tendo referências, professores competentes. Acho que não teria dado certo se tivéssemos obrigado - destaca.
Atualmente, Laura é a 114ª do mundo nas duplas e 167ª nas simples, Carol é a 277ª nas duplas e 620ª nas simples, enquanto Felipe é o 123ª do planeta nas simples (301º como duplista).
Ao longo da carreira, o ranking pode até oscilar, como acontece com todos os tenistas profissionais. Mas o que, certamente, não oscila é o amor incondicional de suas mães e principais incentivadoras.

Mais mães do esporte
Além das famílias Meligeni e Pigossi, o Lance! traz ainda neste domingo a história de mais mães ligadas ao esporte, como a ex-judoca Sarah Menezes, primeira campeã olímpica na modalidade como atleta e treinadora e à espera de sua segunda filha. E o que dizer da levantadora Pri Heldes, do Fluminense, que jogou a reta final da Superliga feminina de vôlei grávida?
Juntam-se a essas atletas, mães de esportistas como Alan e Darlan, do vôlei, Igor Neustadt, do futebol, Davizinho, do surfe, e Hugo Calderano, do tênis de mesa.
Tudo sobre
Mais lidas
Newsletter do Lance!
O melhor do esporte na sua manhã!- Matéria
- Mais Notícias