Valsa, caixões… saiba por que as provocações entre Internacional e Grêmio entraram em uma escalada

No último fim de semana, um novo capítulo de clima quente marcou o clássico de número 434 vencido pelo Colorado

Internacional x Grêmio
Clássico disputada no Beira-Rio terminou 1 a 0 para o Inter (Divulgação/SC Internacional)

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É possível (e plausível) dizer que provocações entre torcedores e jogadores de Grêmio e Internacional existem, basicamente, desde que o clássico se consolidou pela importância que os times da mesma cidade ganharam em relação a projeção não apenas nacional como também continental. 

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Todavia, mais especificamente nos últimos seis anos, uma série de fatores que desencadearam a variação de momento entre os dois clubes (período de seca de títulos do Imortal seguido pela derrocada do Colorado, com direito a traumática queda para a Série B) tem funcionado como uma verdadeira lenha na fogueira das provocações. Provocações essas que, invariavelmente, se transformam em brigas entre os próprios jogadores.

O primeiro grande evento dentro dessa realidade foi a famigerada "valsa" dançada pelo atacante Eduardo Sasha (hoje no Atlético-MG) quando balançou as redes em um Gre-Nal. Para tripudiar do adversário que chegava a 15 anos sem levantar uma taça de projeção nacional em primeiro nível (faturou a Série B de 2005), Sasha usou a bandeirinha de escanteio para dançar como se estivesse em um baile de debutante.

A partir dali, o que se viu foi um considerável aumento de temperatura não apenas nas habituais provocações pré-jogo como também dentro das quatro linhas, nas arquibancadas e em seguidos episódios. Com os gremistas podendo responder ainda em 2016 quando, na Copa do Brasil de 2016, o clube ficou com o título e Luan (hoje no Corinthians) chamou o adversário de "c...ão". Com direito, aliás, a músicas sendo entoadas pela torcida do tricolor até hoje em alusão ao ex-Inter.

Tamanha foi a incandescência dos embates que uma reunião entre D'Alessandro (hoje no Nacional), Maicon (sem clube) e Geromel, dentre outros, chegou a ser feita em 2018 para tentar acalmar os ânimos e evitar com que o sinônimo de Gre-Nal fosse a violência. Ledo engano.

Além de encontrar resistência no lado contrário da rivalidade, o que se viu tanto por D'Ale como pelos demais foram cenas ainda mais lamentáveis no ano de 2020 pela Libertadores. No primeiro jogo de caráter continental entre os arquirrivais, uma confusão de caráter generalizado gerou oito expulsões além de penas aplicadas pela Conmebol.

Do lado gremista, Paulo Miranda, Caio Henrique (atualmente no Monaco), Luciano (hoje no São Paulo) e Pepê (negociado com o Porto) foram expulsos enquanto Victor Cuesta, Moisés, Praxedes (vendido ao Bragantino) e Edenílson receberam o cartão vermelho pelo Inter.

Diante deste cenário, o uso dos caixões no fim de semana soou quase como a manutenção de um clima bélico que tomou conta do clássico gaúcho desde 2016 e que, caso não seja contido de maneira mais enérgica, seguirá voltado mais a guerra do que a bola. Com isso, quem perde é o futebol.

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