Treinador brasileiro assume seleção do São Cristóvão e Névis “Objetivo é deixar um legado aqui”

Léo Neiva terá pela frente as eliminatórias da Concacaf para a Copa do Mundo de 2022

Léo Neiva
Léo Neiva é apresentado como novo comandante da seleção de São Cristóvão e Névis (Foto: Divulgação)

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O treinador brasileiro Léo Neiva, de apenas 43 anos, foi anunciado como o novo comandante de São Cristóvão e Névis nesta terça-feira (16). O técnico já vai para o seu 12º trabalho na carreira em apenas 14 anos, sendo eles em quatro continentes diferentes. Léo é reconhecido por suas boas passagens no mercado internacional, principalmente pela conquista da Premier League da Jamaica sob o comando do Montego Bay United FC na temporada 2015-2016.

O treinador também acumula títulos nacionais na Tanzânia e na África do Sul. Natural do Rio de Janeiro, Léo mostrou bastante conhecimento sobre o futebol da região e as possibilidades que vai ter nas convocações.


- Todas as seleções costumam utilizar jogadores que atuam na Europa, em sua maioria nas ligas inglesas. Hoje contamos por exemplo com o Romayne Sawyers, que atua na Premier League pelo West Brownwich Albion. Os outros atuam por equipes aqui da América Central, também em grande parte na MLS e USL. Temos como uma das metas a renovação da seleção. Contamos com muitos atletas com 30 anos ou mais que atuam no mercado europeu, mas também temos muitos jogadores jovens, na faixa de 20-22 anos, incluídos em grandes ligas. Seria muito fácil chegar aqui e convocar somente os que atuam fora do país e são mais experientes, mas o plano que temos em mente leva em consideração um processo ainda maior. O objetivo é deixar um legado aqui - revelou o treinador.


Léo Neiva, que também é ex-jogador profissional, passou por América-RJ, Bonsucesso FC, Francana-SP e Atlético de Itapemirim-ES como treinador no Brasil. O treinador tem a Licença A e PRO da CBF, esta última que o possibilita comandar seleções. Fora do país de origem, o treinador acumula passagens pelo futebol da Tailândia, Mianmar, África do Sul, Tanzânia e Jamaica. O técnico falou mais sobre esse novo desafio.

- A expectativa é a melhor possível. Acredito que minha experiência internacional vai agregar muito. Pude assimilar muito sobre vários estilos de jogos de cada um dos países ao qual passei. A Licença PRO foi fundamental para que eu pudesse assumir a seleção, além da troca de informações com alguns treinadores europeus. Aqui é uma das menores ilhas da Caribe, que também tem uma das menores populações da região. Então, com certeza existe uma dificuldade em formar uma seleção competitiva e desenvolver um trabalho. Venho aqui com o propósito de ajudar o máximo possível no desenvolvimento do futebol local. Temos que equilibrar a diferença que existe dos atletas que atuam fora do país com os jogadores que estão jogando aqui. Queremos aumentar o número de jogadores exportados para mercados mais estruturados e ao mesmo tempo ajudar no desenvolvimento da liga - disse.

Léo chega com um desafio muito grande em mãos, visto que a política de São Cristóvão e Névis em relação às medidas protetivas quanto ao surto de Covid-19 no mundo são bastante rígidas. O governo local não permite que outras seleções venham jogar em São Cristóvão e Névis. Bem como os atletas do país, quando jogam fora, devem ficar em quarentena por 14 dias quando retornam. O que acaba dificultando muito na preparação. Inclusive, eles ainda não sabem se poderão convocar os atletas que atuam fora do país para as eliminatórias. O próprio treinador teve que ficar 14 dias em isolamento em um hotel mesmo com dois testes negativos para Covid-19 ao chegar na nação. Além disso, a liga nacional também foi adiada. O treinador também será responsável por aplicar cursos de capacitação para treinadores locais.

A primeira rodada das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022 da Concacaf está prevista para o dia 24 de março. São Cristóvão e Névis recebe a seleção de Porto Rico. Nesta etapa, cinco nações disputam uma única vaga para a próxima fase das eliminatórias. Além da seleção de Léo Neiva, estão também Bahamas, Guiana, Porto Rico e Trinidad e Tobago.

- Precisamos ser realistas. Somos a única seleção que está sem atividades devido aos rígidos protocolos do governo em relação ao Covid-19. Nossos adversários por sua vez já vêm treinando e disputando amistosos. O objetivo imediato é dar início a um projeto que é de médio a longo prazo, desenvolvendo o jogador local - finalizou.

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