Felipe Rolim: Mesmo com 26, Tite deixa lacunas na defesa da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo

Colunista do LANCE! analisa a lista de convocados para a disputa no Qatar

Tite
Convocação de Tite virou o assunto mais comentado do dia nas redes sociais (FOTO: Armando Paiva/LANCE!)

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Começou a Copa do Mundo hoje, com a convocação da Seleção Brasileira. Martinelli em uma vaga que era de Firmino, Everton Ribeiro pegando um lugar que foi de Coutinho, Bremer ganha a quarta vaga da zaga e Daniel Alves foi convocado. Não houve surpresas, mas escolhas finais e apertadas da Comissão Técnica do Brasil. Podemos discordar, principalmente da convocação de Daniel Alves, mas não dá para chamar de surpresa.

Com a lista feita, um paradoxo: passamos o ciclo muito tranquilos com nosso sistema defensivo e vamos para a Copa muito confiantes com a evolução de jovens atacantes. Vinicius Jr., Rodrygo, Martinelli, Antony, Raphinha e Pedro vão encorpar muito o setor de Neymar, Gabriel Jesus e Richarlison.

Quando falamos de sistema defensivo, o olhar é para toda a Seleção no momento em que o ciclo de posse de bola estará com o adversário. O coletivo defende bem, mas algumas lacunas ficaram em branco. A Seleção vai para a Copa do Mundo com Alex Sandro, Alex Telles, Danilo e Daniel Alves para as laterais. Tite foi claro na coletiva ao dizer que os laterais não serão ofensivos (como padrão da função, obviamente) e que esta Seleção trabalha com pontas.

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Nenhum lateral é sensacional (Daniel Alves já foi), e Danilo é o que melhor espelha o que se espera dos jogadores nesta posição. Jogadores com capacidade de construir e que deem maior equilíbrio defensivo para que Vinicius Jr. e Raphinha ocupem as pontas.

Daniel Alves claramente destoa no lado direito. Na lateral esquerda a função mudou sensivelmente com a centralização de Neymar. Se antes Neymar partia da ponta para o meio e o lateral subia para atacar pela beirada, hoje não é mais assim. Vinicius Jr. assumiu a ponta esquerda para trabalhar como ponta, deixando ao lateral a missão de ser o apoio na base da jogada e jogar mais na linha dos volantes.

Na zaga, uma lacuna que ficou e ninguém perguntou: não foi convocado nenhum zagueiro canhoto. Thiago Silva, que joga muito bem pela esquerda, é destro. Marquinhos e Militão também são destros. O quarto escolhido, Bremer, também é destro. Lucas Veríssimo, que impressionou quando jogou pela Seleção, também tem o pé direito como dominante. O único canhoto na briga era Gabriel Magalhães, do Arsenal. Podendo levar 26 jogadores, me chamou a atenção que Gabriel Magalhães tenha ficado de fora. Tite poderia ter levado cinco zagueiros, mas preferiu levar mais opções ofensivas. O zagueiro do time londrino ficou de fora, mas os dois que jogam no ataque (Jesus e Martinelli) foram convocados.

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Do meio para a frente, Tite precisa segurar a armadilha de jogar com Casemiro e Paquetá na faixa central em todo e qualquer jogo. Fabinho e Fred serão peças importantes em jogos mais físicos (contra a Sérvia, por exemplo), e Richarlison será importante em jogos que o Brasil precise de um centroavante batalhador, com Neymar mais meio campista. Pedro é uma grande aposta para o jogo dentro da área, e o Brasil volta a incomodar o mundo com seus ponteiros.

Não há um pio sobre os goleiros, com os três convocados consolidados há bastante tempo.

No geral, o grupo vai mais forte que o da Copa da Rússia, com mais atacantes jovens capazes de desequilibrar. Que venha o Hexa.

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