Felipe Rolim: ‘Botafogo – Tiquinho e Eduardo comandam os bons resultados’

Boa entrada de Tiquinho no time do Botafogo potencializou o futebol de Eduardo


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Já escrevi aqui que o time do Botafogo não é para esse ano. E isso não sou em quem digo, mas o clube e o seu pensamento de dar tempo aos reforços e a Luis Castro. No entanto, Tiquinho Soares chega no auge da insatisfação da torcida, com o time rondando o Z4 depois de ter empatado com o lanterninha Juventude e ter perdido o Clássico para o Flamengo. O que acontece a seguir é o aproveitamento de sete em nove pontos possíveis, repetindo a melhor sequência do Botafogo, entre a quarta e a sexta rodadas do Brasileirão. Muito por conta do casamento de Tiquinho e Eduardo no comando do ataque.

Tiquinho, diferente de outros reforços, como o próprio Eduardo, chega para ser referência, para ser titular absoluto e para dar uma forma ao ataque do Fogão. Tanto é que o time não conta mais com Erison no elenco e Junior Santos já jogou na beirada direita contra o Coritiba.

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O esquema tático de Luis Castro é o mesmo, partindo do 4-2-3-1, com Tiquinho na referência ofensiva e Eduardo atuando como o meia central avançado. No entanto, sem a bola e começando a fase defensiva, é Eduardo quem vai pressionar ou induzir os zagueiros adversários em boa parte das jogadas, com Tiquinho mais posicional, entre Eduardo e a linha intermediária defensiva do Botafogo (Junior Santos ou Victor Sá, Lucas Fernandes, Tche Tche e Jefinho).

Três jogos ainda é uma amostragem baixa para saber se a “troca” entre Eduardo e Tiquinho será um padrão ou se é algo emergencial para que o novo centroavante não se desgaste tanto na marcação. Mas o resultado tem sido bom. E o segundo gol contra o Coritiba nasce da pressão feita por Eduardo e a recuperação da bola ainda na saída do Coxa. Tiquinho, mais atrás, acelera em direção à área adversária e dá a Eduardo a opção do passe. Sai o passe e também o gol. Tiquinho também poderia ser assistente no jogo em passe para Junior Santos, mas o gol não saiu.

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A boa entrada de Tiquinho no time do Botafogo potencializou o futebol de Eduardo, que já vinha bem. Tiquinho vai bem na bola aérea, realiza vários movimentos de desmarque dentro da defesa adversária e abre espaços muito bem preenchidos por Eduardo. Tiquinho também retém a bola como pivô e Eduardo se beneficia com mais tempo para chegar ao ataque. Quando o time usa a bola longa, normalmente com Cuesta ou Marçal, é Tiquinho quem vai ganhar o duelo aéreo e raspar para a corrida de Eduardo, Jefinho ou Junior Santos.

Mesmo com poucos jogos, Tiquinho já é um ímã para o time, realizando, em média, 86 ações por jogo, enquanto Erison realizava apenas 49 ações. Tiquinho acelerou o ataque vindo buscar a bola na intermediária e tentando 5 passes longos, todos com sucesso. Erison não tinha o passe longo, preferindo sempre conduzir a bola em progressão. Outro dado que chama atenção a favor de Tiquinho é a quantidade de bolas recuperadas, mesmo atuando mais fixo na faixa central. São 3.5 bolas por jogo em média, enquanto Erison, mesmo muito brigador, recuperava 1.5 bolas por 90 minutos.

Passados os três primeiros jogos de Tiquinho Soares, se vê um Botafogo perigoso dentro da área adversária, com a alternativa da bola longa e com as jogadas de pivô feitas por um centroavante que usa seu corpo ainda melhor que o antigo dono da posição. De brinde, nitidamente, Tiquinho potencializou o futebol de Eduardo, trazendo o meia ainda mais para a faixa central do ataque. O Botafogo pode estar pensando no médio prazo, mas a dupla Tiquinho e Eduardo deu certo em três jogos.

Tiquinho Soares e Eduardo - Botafogo
Tiquinho Soares e Eduardo assumiram papel importante no Botafogo (Foto: Vítor Silva/Botafogo)

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