Coudet e Atlético-MG entram em acordo após atrito, e técnico segue no clube

Treinador teve reunião com a diretoria do clube e, aparentemente, as arestas foram aparadas

Eduardo Coudet - Carabobo x Atlético-MG
Técnico do Atlético teceu comentários criticando a direção do Galo (Foto: Pedro Souza/Atlético-MG)<br>

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Depois de "soltar o verbo" contra a diretoria do Atlético-MG após a derrota por 1 a 0 para o Libertad, pela primeira rodada da fase de grupos da Libertadores, o técnico Eduardo Coudet entrou em acordo com o clube. Em reunião nesta sexta-feira, ficou definido que o treinador argentino seguirá no Galo, com quem tem contrato até o fim do ano que vem. 

As duas partes apararam as arestas, mesmo com os evidentes "ruídos" que há no clube mineiro. Exemplo disso é o desgaste que veio à público entre o argentino e o diretor de futebol Rodrigo Caetano.

Nos últimos dias, a relação entre Coudet e Caetano se deteriorou bastante em função da saída do atacante Eduardo Sasha e também por algumas contratações que teriam sido pedidas e não atendidas pelo dirigente. Esta não seria o primeiro problema entre os dois. Em 2020, no Internacional, eles tiveram diversos atritos nos bastidores, que culminaram na saída de Coudet para o Celta de Vigo-ESP.

- Não era a situação que me prometeram. Se não trazem três, quatro milhões. É normal isso? Os investidores... acompanho até a morte os diretores e os jogadores. Mas meu contrato está na mesa. O que vivi hoje é uma loucura, sendo arremessada cerveja - comentou o técnico em coletiva após o jogo na última quinta-feira.

Na saída do campo, indo para os vestiários do Mineirão, o treinador, que foi atingido por um copo de cerveja vindo das arquibancadas,  também criticou parte da torcida. 

- Agradeço aos torcedores que empurram até a morte. Mas vivi hoje algo que nunca tinha visto, meu próprio torcedor atirando copo de cerveja. Isso é normal com 10 partidas que ganhamos? -esbravejou o técnico, que falou do elenco "curto" que tem nas mãos.

- Estou todo dia trabalhando melhor, tentando trazer quatro jogadores de graça, pedindo aos investidores por favor que tragam um volante. A equipe jogou muito mal, sim, mas assim é difícil. Com 20 jogadores, não teremos dificuldades com três competições? Ou acreditam que não era importante segurar jogadores? O que era mais importante: esse jogo ou a final? Me encanta a loucura dos torcedores, mas há um limite. Posso suportar pressão, um tanto de coisa que pode acontecer, mas essa situação é muito diferente.

Coudet, em modo "sincerão", revelou que pediu uma cláusula de saída e falou de uma conversa com o presidente Sérgio Coelho e com os mecenas (4R's) sobre a situação.

- O único pedido foi uma cláusula de saída, porque trocou tudo. É a única coisa que pedi aos investidores e diretores. Pedi uma cláusula de saída. Porque não é o que me prometeram quando me buscaram. Os clubes grandes são difíceis. Mas é o que há. Eu assinei por dois anos. E agora, o que faço? - comentou o comandante, que focou sua fala naquilo que não tem no grupo do Galo.

- Disseram que iriamos correr este risco ( ficar sem atacantes). Não quiseram trazer um nove. Mas a situação não é esclarecida para os demais. Mas quem corre o risco e quem põe a cara sou eu. Esse não era o panorama quando eu vim. Minha ideia era vir ao clube pelo desafio importante que teria. Vou colocar a cara. Mas eles também têm que falar e dizer a verdade - disse, em tom duro, para a direção de futebol.

- Mudou o projeto. Me perguntou para que dia. Se passamos do Felipe do Atlético de Madrid e trazer o Gilberto do Benfica, e depois trazer Lemos e Rodrigo de graça. Parece que trocou ou não? Tentamos fazer o possível. O diretor está comigo todo dia. Ligam para os jogadores, ele liga. Que saiam bem e barato, é o que temos de possibilidade. Tentamos cuidar disso da melhor maneira. Queremos ganhar, as pessoas querem ganhar. Mas como treinador, temos uma final no domingo. Hoje poderíamos errar, mas no domingo jogamos por um título. Se quer saber do quanto mudou o projeto, vocês que tem que falar. Sempre sou um técnico de treinador e morro com meus jogadores. Vamos trabalhar e vamos reverter a situação. Tenho bons jogadores. Poucos, mas muito bons. Vamos tentar jogar da melhor maneira. Vamos nos preparar para jogar a final de domingo- concluiu.

Com parte das arestas aparadas, o técnico e o Atlético tem compromisso neste domingo, 9 de abril, às 16h30, no Mineirão, contra o América-MG, pela final do Campeonato Mineiro. Ao Galo um empate ou até mesmo uma derrota por um gol de diferença darão o título.

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