Tenista do Burundi traz representatividade negra ao Rio Ladies Open; vídeo
Sada Nahimana venceu partida de estreia na segunda-feira
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Uma das poucas atletas negras no top 300 da WTA, Sada Nahimana (251ª, de 24 anos) estreou com vitória, na noite de segunda-feira (13), no Rio Ladies Open, na Barra da Tijuca, torneio WTA 125. O triunfo foi de virada sobre a brasileira Ana Candiotto, por 2/6, 6/2 e 7/6 (3).
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Após a partida, perguntada pelo Lance! sobre quem é sua maior inspiração no tênis feminino, Sada não pensou duas vezes para responder:
- Serena Williams (ex-tenista, americana), ela é negra, como eu, mostra que o tênis não é apenas para pessoas brancas. Ela é um grande modelo para todas nós, foi a melhor durante tantos anos (23 Grand Slams), agora temos a Coco Gauff (número 3 do mundo, dona de dois títulos de Slams) despontando. Temos muitas que surgindo, o que é ótimo, me sinto muito bem - conta a atleta do Burundi.
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Gauff, aliás, é uma das cinco negras que estão no top 100 atual da WTA. As outras são a japonesa Naomi Osaka (16ª), a canadense Victoria Mboko (24ª), além das americanas Hailey Baptiste (64) e Alycia Parks (66).
Defender as cores do país africano, que fica Ruanda, Tanzânia e Congo, é motivo de felicidade para 251ª do mundo:
- Sou super orgulhosa de representar meu país nesse nível com as melhores meninas. Como atleta, Trabalho duro para jogar nos grandes estágios. Pretendo me manter lá. É um privilégio defender Burundi, país muito pequeno, conhecido por pouca gente, estou feliz por colocar meu país no mapa - explica a 251ª do mundo.
Aos 12 anos, quando começou a despontar no tênis, Sada saiu de seu país para, primeiro, treinar em Marrocos. Depois, foi para a França, onde treina atualmente.
Custear as despesas do circuito profissional é outro desafio para a tenista africana, a primeira do país a vencer uma partida de WTA e a disputar um Slam (o US Open, em agosto):
- Financeiramente é muito difícil quando você não é mais júnior, tenho que investir no meu tênis, mesmo agora, com meu técnico.
Mental foi importante na estreia para a tenista de Burundi
Sobre a vitória na estreia no Rio, Sada diz não ter sido nada fácil:
- Foi muito mental, tentei seguir lutando, ela é brasileira, a torcida estava apoiando, ela jogou muito bem, fez pontos incríveis, tentei me manter no jogo. No final acho que ela não estava tão bem fisicamente, mas estou feliz por ter me mantido, também mentalmenente até o final, estava muito quente - comemorou.
Em sua segunda vez no Brasil, jogou torneio em Florianópolis, há três anos, Sada não poupa elogios ao Rio Ladies Open:
- É muito legal esse torneio. Há torneios WTA 125 na França e na Itália que não tem ninguém vendo. Aqui é ótimo ver pessoas vendo e, para o tênis brasileiro, é incrível, para inspirar as crianças. Assim como no circuito tem a Beatriz Haddad Maia, que é um exemplo para muitas garotas - conta a africana, que, na segunda rodada, enfrenta a russa Anastasia Zolotareva.
Além de Sada, a brasileira Gabriela Cé foi uma das que saíram com a vitória na estreia no Rio Ladies Open. No vídeo abaixo, a gaúcha comemora o triunfo sobre a argentina Jazmin Ortenzi, por 2/6, 7/6 e 6/4:

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