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Tênis histórico: Em 2000, um dos momentos mágicos do Brasil na Davis

Há 25 anos, Guga, Meligei e companhia levaram o país à semifinal

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Gustavo Loio
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 25/11/2025
18:33
Ricardo Acioly (e), Fernando Meligeni, Alexandre Simoni e Guga em um dos duelos da Copa Davis em 2000 (Reprodução)
imagem cameraRicardo Acioly (e), Fernando Meligeni, Alexandre Simoni e Guga em um dos duelos da Copa Davis em 2000 (Reprodução)

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Uma das mais antigas competições do tênis, a Copa Davis, desde 2019, sofreu mudanças radicais, como a extinção da disputa em melhor de cinco sets e a realização da reta final em sede única. E, na seção 'Tênis histórico' de hoje, o Lance! relembra dois momentos marcantes do Brasil nessa competição, cuja mais recente edição terminou domingo, com quarto título da Itália, o terceiro consecutivo.

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O país disputou a competição pela primeira vez em 1932. Desde então, foram 174 confrontos, com 96 vitórias e 78 derrotas. Em 18 anos os atletas brasileiros disputaram o Grupo Mundial, a Primeira Divisão do torneio.

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A lenda gaúcha Thomaz Koch, hoje com 80 anos, detém todos os recordes, entre os atletas do país, na Davis. O guru do tênis nacional, que é radicado no Rio de Janeiro, é o recordista de vitórias totais (74, em 118 partidas), triunfos em simples (46, em 78) e em duplas (28, em 40). Koch também foi quem mais temporadas defendeu o país no torneio: 16.

Brasil foi duas vezes semifinalista na Davis

Até hoje, os dois melhores resultados do Brasil na Davis foram as semifinais, de 1992 e de 2000. Na primeira, Luiz Mattar e Jaime Oncins (hoje capitão) venceu sete duelos seguidos (recorde do país), incluindo um sobre a Alemanha, de Boris Becker, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e a Itália, em Maceió. A equipe só foi parada pela Suíça, em Genebra.

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O sorriso de Meligeni após uma das vitórias históricas de 2000 (Reprodução)
O sorriso de Meligeni após uma das vitórias históricas de 2000 (Reprodução)

Há 25 anos, Guga Kuerten e Fernando Meligeni lideraram o time que venceu a França, em fevereiro, por 4 a 1, em Florianópolis, e a Eslováquia, no Rio de janeiro, em abril, por 3 a 2, ambos no saibro. A derrota para a Austrália, fora de casa, por 5 a 0, não apagou uma campanha histórica.

No dramático duelo contra a Eslováquia, em 2000, coube a Fininho vencer o quinto e decisivo jogo, contra Karol Kucera, de virada, por 5/7, 7/6, 6/2 e 6/4, para delírio da torcida, que chegou a invadir a quadra ao final da partida, para celebrar.

Meligeni, no vídeo abaixo, relembra a histórica divertidas da vitória histórica sobre o rival eslovaco:


Ex-25 do mundo, dono de três títulos de ATP (em Bastad, Pinehurst e Praga) e semifinalista de Roland Garros (1999) e da Olimpíada de Atlanta (1996), Meligeni escreveu o texto abaixo, recentemente, nas redes sociais, sobre a Davis:

'Hoje começa a competição mais legal que o tênis já inventou.

Contávamos os dias para jogar a Davis. Desde a chegada, uma semana antes, os treinos, a união do time, as rodas de conversa à noite, as resenhas, as brincadeiras e, principalmente, a emoção de entrar em quadra.

Tive a honra de representar o país que escolhi. Dei a minha vida em cada jogo. Perdi partidas dolorosas, ganhei jogos inesquecíveis. Mas sabe o que mais ficou na minha memória? O dia a dia do time.

Cada equipe era uma família. Cada jogo, uma guerra. Ser escolhido para representar o time era, antes, muito mais importante do que representar o nosso país. Lá, um jogava por todos. Quem era escolhido olhava para fora e sabia que era muito difícil nos vencer.

Tive o privilégio de jogar em muitos times com Guga, Jaime e André, mas jamais posso me esquecer do Fernandão, Márcio Carlsson, Francisco Costa, Adriano Ferreira, Ale Simoni e tantos outros amigos e parceiros. Os técnicos Pardal, Larri, Paulo, Osvaldinho, Maurão, Edu.
Cada um com sua personalidade e objetivos. Mas naquela semana, tudo desaparecia e o objetivo era um. Vencer.

A Davis era uma festa. Como disse o Sinner ontem, a verdadeira Davis era jogada aqui no Brasil. Aqui, o bicho pegava. A torcida jogava, os atletas deixavam tudo. Era um orgulho representar. Quando tô mais demorava o jogo de 5 sets, mais sabíamos que íamos ganhar.

Jogamos para 15 mil pessoas, jogamos brigados com a confederação, jogamos sem ganhar nada, jogávamos pelo país e por vocês. Isso que realmente importava.

Ai, que saudade… E que legal ter vivido isso.

Lembro de jogar em Floripa contra a França, no Marapendi contra o Marrocos e a Eslováquia, naquele dia que o calor chegou a 100 graus, as duras derrotas contra a Espanha em Porto Alegre e contra a Austrália em Floripa. Muita coisa.

Escrevo este texto lembrando da sensação de entrar em quadra com a galera toda gritando "Brasil, Brasil, Brasil".

Que orgulho. Jamais esquecerei'.

Fernando Meligeni em uma das vitórias na Davis (Reprodução)
Fernando Meligeni em uma das vitórias na Davis (Reprodução)

Abaixo, algumas curiosidades sobre a Davis

Recordistas de títulos
EUA: 32
Austrália: 28
França: 10
Grã-Bretanha: 10
Suécia: 7
Espanha: 6
Itália: 4
Rússia: 3

Os 6 maiores públicos na Davis

27,448 - 2014 Final (Lille, França)
27,200 - 2004 Final (Seville, Espanha)
26,013 - 2017 Final (Lille, França)
25,568 - 1954 Final (Sydney, Austrália)
22,121 - 2011 Final (Seville, Espanha)
20,000 - 2007 World Group play-off (Belgrado, Sérvia)

Mais tiebreaks no mesmo confronto:

Croácia d. Brasil 4-1 (2008) - 11
Finlândia d. Polônia 3-2 (2010) - 10
Noruega d Estônia 3-2 (2001) - 9
Canadá d Brasil 3-2 (2003) - 9
Holanda d. Ucrânia (2011) - 9
Suécia d Dinamarca (2015) - 9



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