menu hamburguer
imagem topo menu
logo Lance!X
Logo Lance!

Vídeo: Técnico de João Fonseca promove clínicas e arrecada doações para cadeirantes

Guilherme Teixeira ministrou clínicas em Belo Horizonte ao lado do amigo Léo Butija

unnamed-2-aspect-ratio-1024-1024
Gustavo Loio
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 21/11/2025
17:10

  • Matéria
  • Mais Notícias

Técnico de João Fonseca há sete anos, Guilherme Teixeira separou três dias de suas curtas férias para se dedicar a uma iniciativa solidária. De 14 a 16 de novembro, o treinador ministrou clínicas em Belo Horizonte, sua cidade natal, cujo objetivo foi arrecadar doações, em dinheiro, para dois projetos sociais voltados a cadeirantes (vídeo acima).

continua após a publicidade

➡️ Tudo sobre os esportes Olímpicos agora no WhatsApp. Siga o nosso novo canal Lance! Olímpico
➡️Siga o Lance! no Google para saber tudo sobre o melhor do esporte brasileiro e mundial

Um dos projetos contemplados é do técnico Léo Butija, na capital mineira, o outro é o Cadeiras na Quadra, em Niterói, que foi lançado pelo precursor da modalidade no Brasil, o saudoso José Carlos Morais. Por ora, o valor arrecadado foi R$ 70 mil.

➡️Exclusivo: Técnico de João Fonseca cumpre promessa e corta o cabelo. E ele?
➡️ Entrevistão: Guilherme Teixeira, do início inusitado no tênis ao top 25 com João Fonseca

- Foram 16 horas de clínica, projeto incrível, que só neste ano ganhou seis Grand Slams, sem palavras. Foi muito legal ver a energia de todos que participaram. A mensagem transmitida foi sobre o quanto é importante essas pessoas necessitadas, o projeto do Léo é lindo, dispensa qualquer tipo de comentário. Foi sensacional, obrigado pela presença de todos - contou o treinador de João Fonseca, número 1 do Brasil e 24 do mundo.

continua após a publicidade

Além do projeto social voltado a cadeirantes, Butija, de 59 anos, treina dois dos principais nomes da modalidade no país. Um deles é Vitoria Miranda, campeã do Aberto da Austrália, nas simples, e de Roland Garros, nas simples e duplas. O outro é Luiz Calixto, vencedor de duplas no do Aberto da Austrália e vice de duplas em Roland Garros e no US Open.

➡️ Dupla mista em Los Angeles-2028 deve ser a mais forte da história; entenda
➡️ Ex-líder do ranking, Kafelnikov faz previsão sobre João Fonseca no ATP Finals
➡️ 'Um dos adversários mais difíceis', diz campeão olímpico sobre João Fonseca

continua após a publicidade

Butija, uma enorme referência no país como técnico de cadeirantes e de sua preocupação com o social, conhece Gui Teixeira desde quando o treinador de João Fonseca tinha cerca de 8 anos. E a iniciativa das clínicas partiu do treinador do número 1 do Brasil.

- Durante todos os dias, o tempo inteiro, parecia que o Gui estava na quadra com o João. A entrega, a forma como ele fez tudo aqui foi maravilhoso. Eu já sabia que ele continuava sendo o mesmo Gui que eu conheci em Belo Horizonte. Não mudou nada. É o mesmo menino humilde de Belo Horizonte, hoje, muito mais capacitado, treinando a maior estrela do tênis mundial para mim hoje,  que é o João. E o que ele fez aqui foi incrível, ele vem falando as mesmas coisas que eu penso desde o meu início no tênis, que precisamos devolver ao tênis o que a modalidade fez pela gente - conta, ao Lance, Butija.

Guilherme Teixeira, técnico de João Fonseca, e Léo Butija durante clínica em Belo Horizonte (Arquivo pessoal)
Guilherme Teixeira, técnico de João Fonseca, e Léo Butija durante clínica em Belo Horizonte (Arquivo pessoal)

O fundador do Butija Tênis dá todos os créditos da iniciativa ao treinador de João Fonseca:

- Então, a iniciativa foi toda do Guilherme.  Ele que levantou a bola, veio com o recurso dele, no carro dele. Ou seja, a energia que ele deixou aqui foi um negócio muito impactante. E ele foi embora falando que não ia sossegar enquanto não conseguisse arrecadar os R$ 100 mil

Início como boleiro

Butija começou como boleiro aos 9 anos de idade, no Lagoa Tênis Clube, em Belo Horizonte, e passou por todas as fases do tênis na cidade: como rebatedor e, depois, professor. Trabalhou no interior, em Itabirito, Ouro Branco, Itaúna e trabalhou durante quase 20 anos com Claudio Tenório, da Academia Dinames. Há cerca de 15 anos, quando esse local fechou, Butija iniciou a carreira solo.

- Como a minha formação veio de boleiro, virei professor de tênis, casei, eduquei duas filhas e paguei estudo, faculdade, tudo com recursos que vieram do tênis. Então, sempre senti uma necessidade muito grande de voltar para o tênis e o que ele fez na minha vida. Talvez eu tenha a única quadra, ou uma das únicas quadras ainda no Brasil, que tem boleiro. Eu nunca deixei de ter boleiro.

Guilherme Teixeira e Léo Butija durante uma das clínicas em Belo Horizonte (Arquivo pessoal)
Guilherme Teixeira e Léo Butija durante uma das clínicas em Belo Horizonte (Arquivo pessoal)



O fundador da Butija Tennis tem como assistentes professores que também começaram no esporte como boleiros. É o caso de Leozinho e Gabriel.

- Sinto que essas crianças, às vezes com situação de vulnerabilidade social, precisam de oportunidade, e eu faço isso dando a chance de trabalhar como boleiro. Realizo, duas vezes por semana, uma turma de cinco crianças sem deficiência, mas que vivem em situação de vulnerabilidade social. E, além dessa turminha, a gente tem os cadeirantes. Hoje atendo de 18 a 20 cadeirantes de forma gratuita. A gente pensa nessas crianças em usar o tênis como ferramenta de transformação, Um dos objetivos é mostrar que eles podem sonhar com algo maior do que aquilo que eles têm como referência maior próxima a eles - continua o treinador mineiro.

João Fonseca inicia a pré-temporada


O técnico de Vitoria Miranda e Luiz Calixto volta no tempo e cita um exemplo de quando tinha os primeiros anos de vida para mostrar a importância do trabalho que vem fazendo com os cadeirantes:

- Na infância, o meu sonho era ser trocador de ônibus. Isso porque seria alguém que ganharia um dinheiro e ainda vai andar vai andar de ônibus o dia inteiro. Então, a gente tenta mudar essa realidade, mostrando para eles que eles podem sonhar e fazer coisas maiores e diferentes.

João Fonseca faz o primeiro treino da pré-temporada na próxima segunda-feira, 24, na Yes Tennis, no Itanhangá Golf Club, no Rio.

Em entrevista exclusiva ao Lance, publicada no último dia 15, o treinador falou sobre uma das conversas que costuma ter com o pupilo, que tem muito a ver com a bela iniciativa demonstrada nas clínicas em Belo Horizonte:

Uma coisa que a gente tenta preservar é que o ser humano tem que vir sempre antes do tenista. Os valores não dependem do jogo que você faz, como joga. Sempre falo muito com ele: a gente está nos preparando para estar aqui nos próximos 15 anos. Então, é melhor que a gente cultive bons ambientes, boas amizades, que a gente trate as pessoas como gostaríamos de ser tratados.

Tal como Butija e João Fonseca, que tem bom relacionamento com todos os adversários, Gui Teixeira tem mostrado na prática essa filosofia de vida.

Técnico de João Fonseca, Guilherme Teixeira orienta alunos de uma das clínicas em Belo Horizonte (Arquivo Pessoal)
Técnico de João Fonseca, Guilherme Teixeira orienta alunos de uma das clínicas em Belo Horizonte (Arquivo Pessoal)

  • Matéria
  • Mais Notícias