L! Espresso: Saúde mental tira Gabriel Medina da próxima onda
Esportistas de alto rendimento também estão sujeitos a abalos emocionais graves e que podem mudar o caminho das carreiras
"Decisão mais difícil da minha vida". Gabriel Medina, tricampeão mundial de surfe, usou esta frase ao anunciar que decidiu ficar fora da abertura do circuito, a tradicional etapa de Pipeline, no Havaí. O atleta afirma que vai continuar seu tratamento psicológico enquanto também se recupera de leve lesão no quadril.
Apesar do título na temporada passada, 2021 foi um caos emocional para o surfista, que rompeu com familiares, entrou em conflito com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) para poder levar sua companheira, Yasmin Brunet, aos Jogos Olímpicos, e ainda perdeu uma etapa no México por não ter, pelo menos até aquele momento, se vacinado.
No esporte, a saúde mental nunca esteve tão exposto quanto agora. Antes de Medina, a tenista japonesa Naomi Osaka e a ginasta americana Simone Biles, duas atletas fenomenais, também deixaram de competir alegando dificuldade para lidar com a pressão e também falta de estímulo para continuar.
O recado é evidente e não pode ser tratado como um tema menor: esportistas de alto rendimento também estão sujeitos a abalos emocionais graves e que podem mudar o caminho das carreiras.
Patrocínios, cobertura massiva da imprensa e exposição em redes sociais, fatores que os transformam também em celebridades, podem ser a brecha para a depressão, doença que atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Medina decidiu não surfar a próxima onda e, independentemente das polêmicas que ele próprio ajudou a criar, esta é a hora apenas de esticar a mão e oferecer ajuda.
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