Ex-goleiro Gylmar dos Santos era despachante do DOI-CODI na ditadura, diz ex-preso do regime

Geólogo preso em 1973 revelou que ex-jogador frequentava locais onde se torturavam e matavam opositores do governo militar

Gylmar dos Santos
Gylmar dos Santos morreu em 2013, vítima de um AVC (Reprodução)

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Bicampeão mundial pela Seleção Brasileira e um dos maiores goleiros da história do país, Gylmar dos Santos teve participação na ditadura militar do Brasil. De acordo com o geólogo Adriano Diogo, de 72 anos, que passou três meses na prisão em 1973, em entrevista ao 'UOL', o ex-goleiro, falecido em 2013, era despachante do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna).

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- Ele andava pelos andares da delegacia onde se torturavam e matavam presos. Ao ficar tanto tempo preso no mesmo lugar você cria proximidade com os carcereiros e eu vi o Gylmar nos corredores da delegacia muitas vezes. E perguntei: ‘Mas aquele não é o ex-goleiro Gylmar? - contou Adriano Diogo, de 72 anos, que passou três meses na prisão em 1973.

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Diogo também contou que Gylmar participava da venda de carros apreendidos para delegados e militares, sem cobrança de impostos, por autorização especial do governo militar da época. O ex-goleiro atuava em uma prisão no Ibirapuera, por meio da OBAN, que torturava e matava opositores da ditadura militar.

Dentro dos gramados, Gylmar fez história por Corinthians e Santos, além de marcar época na Seleção Brasileira. Pelo Alvinegro praiano foram mais de 15 títulos, incluindo Campeonato Brasileiro, Libertadores da América e Mundial de Clubes. Vestindo a Amarelinha, conquistou a Copa do Mundo de 1958 e 1962.

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