Caso Robinho: psicóloga aponta violência psicológica em conversa entre ex-jogador e a esposa

Profissional destrincha sinais de relacionamento abusivo em diálogo grampeado pela polícia italiana

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Robinho foi condenado por estupro na Justiça italiana (Foto: Celso Pupo/Fotoarena/Lancepress!)

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Um dos áudios gravados com a autorização da polícia italiana durante as investigações do envolvimento de Robinho em um estupro coletivo mostra uma conversa entre o ex-jogador e a esposa, Vivian Guiglielmetti. No diálogo, ela se mostra preocupada com a repercussão do caso e, chorando, chega a disparar "eu fiquei ali de mulher chifruda, burra, que não sabe de nada". Para a psicóloga mestre em psicologia e saúde Ana Streit, Vivian pode estar sendo vítima de violência psicológica.

- A violência psicológica (mentira/manipulação) neste caso é um tipo violência que vem para acobertar outra, a sexual. Então, é como se o buraco fosse mais embaixo, porque a omissão, mentira, manipulação e a distorção dos fatos parecem estar a serviço não só de silenciar quem tiver uma percepção diferente, mas também, de invalidar a violência sexual cometida - ressaltou a especialista em Terapia Cognitivo Comportamental pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).

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Para a esposa, Robinho negou ter participado do estupro, mas depois admitiu ter visto os amigos cometerem o crime. O relato do ex-jogador é diferente do que foi concluído pela Justiça italiana. O casal começou a namorar na adolescência e oficializou a união em 2009. Vale destacar que Robinho e Vivian permanecem casados mesmo após o caso se tornar público.

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Em outro momento da conversa, Vivian afirma estar vivendo um "vexame". Segundo a psicóloga Ana Streit, os relacionamentos abusivos são complexos e não é simples perceber quando as violências acontecem, por isso o acesso à informação é tão essencial na prevenção da violência.

- A pessoa que sofre gaslighting passa a acreditar nas mentiras, bem como, nas afirmações abusivas e manipulativas do outro e, a partir disso, começa a se invalidar e se silenciar, criticando suas próprias percepções e emoções: 'realmente não foi nada, não deveria me sentir assim', 'ele está certo, eu só causo problemas mesmo' ou 'claro que ele está falando a verdade, imagina, essa minha preocupação é bobagem' Só que, com isso, o ciclo de abusos continua, porque o gaslighting silencia os pedidos de ajuda - disse.

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Ana Streit ressaltou, ainda, a importância de pedir ajuda.

- Uma conduta protetiva diante dos abusos é sempre validar as suas emoções, pois elas são preciosos sinais. As emoções são protetoras e mensageiras. Outra estratégias fundamentais são validar a sua forma de perceber e interpretar as coisas, buscar evidências que ajudem a ter uma percepção mais clara dos fatos, perguntar a percepção de pessoas externas ao relacionamento acerca dos fatos, buscar outras opiniões, inclusive profissionais, mesmo querendo acreditar na versão do parceiro. Além disso, é importante não se culpar por ter vivido manipulações e ter sido exposta à condutas abusiva - afirmou a psicóloga.

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