Perrella perde perdão à torcida do Cruzeiro, mas quer seguir para reformular o clube na Série B

Gestor de futebol da Raposa disparou contra a atual gestão. Presidente Wagner Pires de Sá não se pronunciou e nem apareceu na coletiva após o jogo com o Palmeiras

Perrella foi o único membro da diretoria cruzeirense que falou após o jogo com o Palmeiras
Perrella foi o único integrante da diretoria que falou após o jogo com o Palmeiras (Foto: Vinncius Silva/Cruzeiro)

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O gestor de futebol Zezé Perrella foi o único membro da diretoria do Cruzeiro que concedeu entrevista depois do rebaixamento do time à Série B, após a derrota da Raposa por 2 a 0 para o Palmeiras, neste domingo, no Mineirão.

Perrella pediu perdão à torcida cruzeirense, disse que a dor é imensa pela queda e demonstrou o interesse em continuar na gestão do clube mineiro, ajudando a reerguer o time, tirando-o da Série B para a Série A.

- Hoje é um dia muito triste. Só tive um dia parecido como esse há 12 anos, quando perdi meu pai e a minha mãe na mesma semana. A sensação é bem parecida. Não estou aqui para arrumar desculpa, mas acho que cada um de nós que vivemos o Cruzeiro e tentamos fazer alguma coisa, temos alguma parcela de responsabilidade. Quando aceitei trabalhar como gestor de futebol, sabia do risco que estava correndo pelo meu legado de 17 anos. Resolvi aceitar esse desafio sabendo da imensa dificuldade que ia encontrar - disse.


Perrella usou um discurso mais emocional, tentando ter a complacência do torcedor da Raposa, que dolorido, ainda tenta absorver a queda para a segunda divisão, o primeiro rebaixamento nos 98 anos de história da Raposa.

- Quando a gente vinha para cá no ônibus, via essas pessoas torcendo, gritando, vibrando. Com essa possibilidade de cair, o torcedor ainda sai de casa e vem ajudar. Essas pessoas, eu sinto demais por elas. É para esse torcedor que estou me dirigindo. Se eu errei, se tenho alguma parcela de responsabilidade, é sempre tentando acertar. Nunca pequei por omissão. E nesse momento, entendi que tinha de fazer alguma coisa para ajudar - falou.

O gestor de futebol quer o apoio dos cruzeirenses para continuar tocando o futebol do clube.

-Digo a vocês uma coisa. Se o Cruzeiro não caísse, eu já teria comunicado ao presidente Wagner, tinha conversado com o próprio Valdir, com o Marcelo e o Adilson. Eu não continuaria e voltaria à minha situação de presidente do Conselho. Mas hoje quero ficar. Quero ficar para ajudar a reconstruir e voltar o Cruzeiro para o lugar que ele nunca deveria ter saído, que é a primeira divisão. Obviamente, continuarei se tiver respaldo de quem realmente é dono do Cruzeiro. Se os torcedores entenderem que eu tenho condições de contribuir, continuarei dando a minha contribuição. Não sou de fugir das responsabilidades- comentou o dirigente.

Perrella foi duro e culpou a gestão de Wagner Pires de Sá e Itair Machado pelo rebaixamento do Cruzeiro.

-O que aconteceu com o Cruzeiro tinha que acontecer, porque buscaram títulos e não pensaram nas consequências- disse.

A queda do Cruzeiro para a Série B aconteceu com uma campanha que deixou o time azul na 17º, com 36 pontos em 38 jogos (31,57% de aproveitamento).
Foram sete vitórias, 15 empates e 16 derrotas, com 27 gols marcados e 46 sofridos em toda a competição.

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