Corinthians se ‘ajeita’ com a Caixa, fala em incompetência por naming rights e quer enfrentar Odebrecht

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, diretor de marketing Luis Paulo Rosenberg e presidente Andrés Sanchez falaram sobre dívidas do estádio em Itaquera

Arena Corinthians - Climão
Arena Corinthians foi inaugurada em 2014 (Foto: Guilherme Amaro)

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A diretoria do Corinthians convocou uma entrevista coletiva nesta quinta-feira. Entre os principais assuntos estava a Arena em Itaquera, e o diretor de marketing, Luis Carlos Rosenberg, declarou que "se ajeitou" com a Caixa Econômica Federal e falou em "enfrentar" a Odebrecht.

De acordo com a diretoria, a atual dívida do estádio é de R$ 1,3 bilhão, já com as correções. Deste valor, cerca de R$ 450 milhões são devidos ao BNDES, R$ 500 milhões, à Caixa e R$ 350 milhões, à Odebrecht.

Em relação à Caixa, o Corinthians retomou o pagamento do financiamento em abril, com parcelas de quase R$ 6 milhões mensais, após ter ficado nove meses sem pagar. As partes voltaram a ser "parceiras", como exaltou Rosenberg.

- A Arena, para nós, se divide em três capítulos: renegociação da dívida, aumento da receita e diminuição de dívidas. Quando você fala em renegociação da dívida, são três desafios. O primeiro deles é que a relação entre Corinthians e Caixa Econômica Federal era perto de caótica. O credor desiste de apostar que um dia você vai pagar e vai para o pau. Isso foi um trabalho muito delicado, custa muito para reconstruir uma relação de devedor e credor que estava conturbada. É com grande alegria que eu digo que todos os problemas existentes estão superados. Vivemos em um processo de transparência total, partilhamos com eles os planos, dividimos as vitórias no custo... Isso dá para o credor uma confiança que não tinha. E isso está abrindo espaço para uma nova definição do contrato. Estamos atingindo uma fase de estabilidade maior. Todas as arenas, fora a nossa, tinham uma entidade estatal. Então, quem emprestava se sentia muito tranquilo. Porque a União transfere recursos para estados e municípios, o risco era praticamente zero em um país estável juridicamente. Todas as arenas foram pelo BNDES. Exige que tenha um de plantão no meio, que no caso foi a Caixa. Ela ganha uma taxa de seguro e faz esse papel. Existe uma arena que está absolutamente em dia com seus pagamentos: a Arena Corinthians. A única que o BNDES não financiou por achar de alto risco é a única que está honrando os compromissos - afirmou Rosenberg, antes de falar em "enfrentar" a construtora.

- Estamos resolvendo primeiro o problema com a Caixa e depois vamos para eles. Aí vamos partir para a outra briga, que é enfrentar a Odebrecht. O que é dívida com BNDES e Caixa e o que é dívida com a Odebrecht. Uma é com o Governo e outra com o setor privado. Quando você quer saber quanto custa o investimento, você paga o valor à vista dele, senão vira uma zorra. E a gente não aceita - disse o diretor, que não quis falar de como será a estratégia do clube para não pagar a construtora, mas mandou um recado:

- Não vou falar a estratégia. É o que ela quer receber e o que eu não quero pagar. E vou pagar o mínimo possível. Vai correr sangue. Só isso.

O Corinthians rebate a Odebrecht dizendo que há obras inacabadas na Arena. O relatório de uma auditoria realizada ainda no ano passado diz que a estimativa é de que a construtora não tenha realizado R$ 150 milhões em obras previstas no contrato original. Além disso, há R$ 60 milhões em reparos necessários e mais cerca de R$ 20 milhões como multa pelo atraso na entrega das obras.

Naming rights

Os naming rights da Arena Corinthians também foi pauta da entrevista coletiva. O presidente Andrés Sanchez chegou a dizer que não haviam sido vendidos por "incompetência".

- Primeiro por incompetência nossa. Segundo que quando fizemos a Arena é um país e depois virou outro. É incompetência, mas estamos trabalhando arduamente. É questão de tempo. É cultura brasileira, é um monte de razões - disse Andrés, que foi "rebatido" por Rosenberg.

- Eu quero falar, fui chamado de incompetende. O que tem relação são vários fatores. O mais grave é a queda das atividades do Brasil. E houve uma deterioridade no futebol em geral, com violência, sacanagem, com dirigentes presos... Tudo isso atrapalhou a imagem. E Copa do Mundo ainda suga recursos, e ficou mais complicado. Quando você vende uma camisa, é um outdoor, está claro o que está comprando. E é um ano. Se eu cometo algum deslize, é um ano. 20 anos são uma coisa muito séria. O que ele chama de incompetência é o seguinte: duvido que você consiga imaginar um nome que a gente não tenha contatado, mas é um processo demorado. Não é como vender um carro, que sabe direitinho o que está comprando. É um produto totalmente artesanal - explicou Rosenberg.

De acordo com o diretor, há conversa em andamento pela venda dos naming rights. Ele voltou a dizer que pode realizar uma negociação casada com o patrocínio master e os naming rights. Ainda na previsão do diretor, assim que a venda for concretizada, a Arena começará a dar dividendos ao clube.

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