Mudança de filosofia e retomada para o sucesso: nova gestão do Avaí quer encerrar ciclo ‘io-iô’

Conhecidos por subirem e caírem todos os anos no Brasileirão, catarinenses apostam em novo modelo de gestão para se firmar como membro da elite nacional

Diretoria Avaí - Júlio César Heerdt
Júlio César Heerdt (esquerda) assumiu o Leão alviceleste em janeiro (Foto: Divulgação/Avaí)

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O ano de 2022 promete ser um marco importante na história do Avaí. Além do retorno à Série A do Campeonato Brasileiro, o clube vive também uma temporada de choque de gestão, após Júlio César Heerdt ser eleito para comandar o clube nos próximos quatro anos. A nova direção assumiu em janeiro deste ano com o discurso e a missão de reestruturar e modernizar o Leão por completo, afim de fazer o clube subir de patamar e se consolidar como uma equipe de primeira divisão.


Após um campeonato estadual instável devido às readaptações e mudanças profundas, o Leão iniciou o Brasileirão em alta, conquistando dez pontos nas primeiras cinco rodadas e garantindo o melhor início de sua história em primeira divisão.

Apesar dos recentes resultados ruins, o saldo dos comandados de Eduardo Barroca ainda é bastante positivo, principalmente pela forte campanha em casa. O time soma até aqui três vitórias em quatro jogos no estádio da Ressacada.

Completando 150 dias da nova gestão, o LANCE! Traz um balanço do trabalho realizado e dos principais desafios a serem atacados no Leão Catarinense. Nestes cinco meses de nova gestão, o clube viveu dias de mudanças intensas. A estrutura administrativa passou por grande reforma após um processo de auditoria que detectou falhas e ineficiências na gestão. Assim, profissionais foram substituídos, outros contratados, afim de se formar um novo corpo de trabalho focado em profissionalizar os processos internos.

No futebol, o campo recebeu reforço com a criação de departamentos de suporte, como o de análise de mercado e de saúde e performance. Tudo para melhorar as condições de trabalho dos jogadores e da comissão técnica. Além disso, 20 novos jogadores foram contratados para dar uma nova cara ao futebol avaiano. Em entrevista ao L!, o presidente Júlio César Heerdt e o vice-presidente Bruno Comicholi abrem os bastidores desse período de reformulação na Ressacada. Confira:

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- A chapa “Avaí Centenário” foi eleita após votação apertada, com 50,65% dos votos. Quando o resultado foi divulgado, o que passou pela sua cabeça?
Unificar o Avaí. Passamos por um processo eleitoral que acabou por dividindo o torcedor. A minha intenção é pegar o que cada chapa teve de bom e trazer para a gestão. Este não é um projeto pessoal, é um trabalho coletivo.

- Agora chegando aos 150 dias de mandato, qual o balanço do trabalho da sua gestão até aqui?
O saldo é positivo, em especial administrativamente. Fizemos um início esportivo ruim, muito em função da transição e dos problemas financeiros e jurídicos que o clube enfrentava no momento. Isso impactou no campo e acabamos passando por turbulências. Com o término do estadual, pudemos colocar em prática no campo a reorganização administrativa que estamos implementando no futebol do clube e isso tem refletido no desempenho esportivo. Optamos pelo caminho da mudança e estamos conseguindo ver o horizonte por meio dessa mudança.

- Na sua visão, quais foram os maiores desafios e as maiores conquistas?
Assumir um clube, ainda mais o clube do meu coração, é sempre um desafio. Temos que ter a serenidade do bom gestor e conciliar isso com o desejo de ser torcedor. Isso é um desafio diário. O grande desafio é viabilizar o clube diariamente, com os problemas financeiros e jogando um campeonato no qual temos o menor orçamento. Com tudo isso, ainda temos que ter performance para estarmos vivos nesse torneio. Acho que as maiores conquistas estão sendo os processos que conseguimos implementar mudando o clube para uma linha profissional em todos os seus aspectos. Tudo isso sem dever salários e retomando a credibilidade do Avaí perante o mercado. Ver os processos dando certo, a reformulação no futebol, a criação de um DNA Avaiano de fazer futebol é uma grande conquista.

- Com o bom início no Brasileiro, apesar dos últimos resultados terem sido ruins, e agora mais ciente de tudo o que se passa no dia-a-dia do clube, o que você projeta para os próximos meses?
Além das vitórias e dos resultados esportivos em campo, a manutenção e consolidação do projeto. Temos ciência que o caminho que escolhemos, embora mais difícil, seja o que vai nos levar ao sucesso ao final da temporada. Ano que vem completamos 100 anos e os próximos meses serão cruciais para que joguemos a Série A no ano do centenário. Como adicional, pretendemos colocar em práticas os projetos voltados à tecnologia que estamos planejando, algo que vai revolucionar o jeito como nos relacionamos com o torcedor.

- Como você enxerga o trabalho realizado pela gestão até aqui?
Bruno Comicholi: Um período de muito trabalho e muitos desafios. Temos procurando cumprir com nossas premissas de campanha, especialmente a reaproximação com o torcedor. Alavancamos a adesão ao programa de sócio, percebo que aos poucos estamos recuperando a confiança do torcedor e o trazendo de volta para a Ressacada. Financeiramente foi um trabalho muito suado para deixar tudo em dia, pagar o que estava atrasado e deixar o dia-a-dia operante. Temos ciência da dificuldade financeira que vivemos, então o pilar financeiro é prioridade para nossa gestão. Estamos convictos que estamos no caminho certo.

- Uma das grandes marcas da gestão é profissionalizar os departamentos do clube em busca de uma maior eficiência nos processos internos. Como vem sendo realizado este processo?
Bruno Comicholi: Organizar e profissionalizar a gestão do clube sem dúvida é um objetivo. Começamos a analisar o clube, os processos que já existiam e os que deveriam ser criados, afim de melhorar o trabalho. Substituímos alguns profissionais, adicionamos outros, principalmente na linha da diretoria executiva. No departamento de futebol criamos novos departamentos, como o de mercado e de desempenho e saúde, procuramos valorizar muito esse trabalho de suporte ao campo, como o físico, o de análise de desempenho. São fatores novos no clube que, no nosso entendimento, começa a corrigir a rota do Avaí e melhorar os processos e os resultados do clube.

- O que o torcedor havaiano pode esperar do clube nos próximos meses/anos, principalmente em questão de Campeonato Brasileiro?
Bruno Comicholi: O torcedor pode esperar ainda mais trabalho e dedicação ao Avaí. Acima de tudo, podem esperar o máximo respeito à história e ao que o Avaí representa para todos os torcedores. Temos procurado agir com a maior transparência possível, conversando com a torcida, prestando contas de tudo que é feito, queremos ser próximos e verdadeiros com os torcedores, queremos que essa seja uma marca da nossa gestão. Dentro de campo, espero que consigamos conquistar nosso objetivo maior, que é a permanência na 1ª divisão. Sabemos de todas as dificuldades, mas vamos procurar fazer o melhor para que o Avaí traga muitas alegrias à nação avaiana.

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