ANÁLISE: Corinthians jogou bem para ‘virar a chave’, espantar a crise, mas não para ser campeão

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Na estreia pelo Campeonato Brasileiro, contra o Botafogo, o Corinthians precisava ‘virar a chave’, após uma semana de derrota doída para o Always Ready, da Bolívia, em La Paz, pela primeira rodada da fase de grupos da Libertadores, e dias conturbados de protestos e manifestações autorizadas pelo clube à jogadores e diretoria, combinado a atos paralelos de ameaças contras atletas e o presidente Duílio Monteiro Alves.

E a vitória contundente para mudar o oxigênio do Timão, que faltou na capital boliviana, aconteceu neste fim de semana: 3 a 1 no Fogão, em pleno Engenhão.

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Dois dos atletas ameaçados, Paulinho e Willian, desequilibraram em 45 minutos e participaram diretamente de dois dos três gols corintianos. O primeiro, marcado pelo camisa 15, com assistência, do 10. O terceiro, anotado pelo lateral Lucas Piton, após boa trama da dupla ‘PaWillian’.

Ainda mais, o triunfo como foi dá moral para o Corinthians às vésperas de um jogo importante na Libertadores, contra o Deportivo Cali, da Colômbia, nesta quarta-feira (13), na Neo Química Arena.

Ok, tudo isso é válido, e é muito importante. Mas não dá para tapar o sol com a paneira.

O Timão ainda está em construção. Vítor Pereira está se adaptando ao futebol brasileiro, tanto que admitiu na entrevista coletiva após o jogo contra o Botafogo, que terá que revezar o elenco, por conta da carga de jogos. E o Corinthians da segunda etapa contra os cariocas, por exemplo, caiu bastante de produção;

Há o relaxamento natural de se virar o primeiro tempo com 3 a 0? Sim. Mais ainda quando você volta para a etapa final sem os seus dois maestros dos primeiros 45 minutos, Paulinho e Willian.

Mas essa queda de rendimento e as alterações promovidas por VP no decorrer do segundo tempo mostra que para chegar e ser campeão ainda falta muito para o Timão.

O Corinthians precisa de casca, que só é adquirida com maturidade. E isso não significa que os ‘trintões’ precisam voltar juntos à titularidade corintiana de uma vês. Muito pelo contrário. Isso quer dizer que os atletas do Corinthians, principalmente os mais jovens, precisam trabalhar a cabeça para momentos de pressão.

O equilibro entre os jogadores mais experientes e a garota será a simbiose necessária para o Timão chegar muito forte para as fases decisivas das decisões que disputa, faltando apenas o tato da comissão técnica em fazer essa mescla com as peças necessárias ornando com os jogos em questão que casem com as características dos atletas definidos.

Na parte defensiva, João Victor e Raul Gustavo precisam estar mais atentos em algumas saídas de bola e coberturas de espaços, que foram dados em peso para o Botafogo no segundo tempo deste fim de semana. Mas isso não significa que é terra arrasada. Muito pelo contrário. A dupla tem velocidade para acompanhar os atacantes e uma força física nas chegadas que impressiona.

A ideia de colocar Mantuan como ‘assistente de lateral pela direita’ na fase defensiva também foi ótima. Mas o temor está na falta de cacoete defensivo do jovem principalmente em jogos de maior exigência, na Libertadores, por exemplo.

O camisa 31 desempenhou muito bem a função, principalmente porque também não comprometeu em fase ofensiva. Mas não deixa de ser uma incógnita no momento em que o ‘calo apertar’ para o Timão.

Giovane, que estreou como titular, mostrou que vai dar muito caldo ainda, pois tem velocidade, encontra bem os espaços e tem ótimos fundamentos de passe e finalização.

E quando viu os botafoguenses subindo demais as suas linhas ao ataque, Vítor Pereira promoveu a entrada de Giuliano para cadenciar o jogo no meio e melhorasse a armação da equipe.

A atuação do Corinthians foi ruim? Não, muito pelo contrário. Mas não foi boa o suficiente para achar que agora o Brasileiro é do Timão.

Tem chances? Muitas. Porque tem time e muito poder de evolução. Basta agora evoluir.

Enquanto isso: ‘torcedores, calma’. Vocês devem estar lembrado da goleada contra a Ponte Preta no Paulistão, né?!