Jorge Salgado prevê redução da dívida e aumento na receita: ‘Estou otimista com o futuro do Vasco’

O presidente falou, ao lado do VP Jurídico, Roberto Duque Estrada, e do VP de finanças, Adriano Mendes, que pretende diminuir a dívida em RS 235 milhões até o fim de 2021

Jorge Salgado - Vasco
Jorge Salgado, presidente do Vasco, durante entrevista coletiva com a diretoria (Foto: João Pedro Isidro / Vasco)

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Após o acordo com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), a diretoria do Vasco explicou o atual cenário financeiro por meio de uma coletiva de imprensa. De acordo com o presidente Jorge Salgado, sua gestão pretende diminuir a dívida geral do clube em R$ 235 milhões até o fim de 2021 e falou sobre os reflexos deste acordo para o futebol cruz-maltino nas próximas temporadas. 

- Hoje é um dia feliz para nós vascaínos. Demos mais um passo no sentido de fazer reestruturação da nossa dívida, um passo muito importante. Há mais de cinco meses que a gente vem negociando com a PGFN e com o Ministério Público parta costurar uma solução tanto para dívida fiscal, quanto para a dívida trabalhista. Vai nos dar uma tranquilidade grande do ponto de vista de previsibilidade. Vai melhorar a nossa imagem quanto clube, quanto instituição.  O acordo é muito vantajoso porque a gente bloqueia as execuções e uma redução de dívida muito grande. Pegamos o clube com R$ 835 milhões de dívidas e pretendemos entregar no final do ano uma dívida ao redor de R$ 600 milhões. Faz parte do nosso plano - disse o presidente.

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Quanto ao reflexo dessa dívida dentro de campo, o mandatário disse que ainda acredita no acesso apesar da situação difícil na tabela. Segundo Salgado, a diretoria já trabalha os dois cenários para 2022: de acesso ou permanência, e que existem outras possibilidades de recursos no futuro do Vasco. 

- Acho que a gente tem condições ainda de subir para a primeira divisão. Dependendo de alguns resultados a gente pode até perder mais um jogo e subir para a primeira divisão. A gente não jogou a toalha. É difícil? É muito difícil. A probabilidade é baixa? É (5%). A gente tá construindo um cenário pro ano que vem na Série B e um cenário na Série A. Obviamente que a gente tá vendo mais para o cenário da Série B, por conta da responsabilidade que temos que ter como gestor do clube - disse, e emendou:

- Achamos que ano que vem mesmo na Série B a gente pode manter o nível de receita desse ano com possibilidade de aumentar. Estão na mesa algumas outras possibilidades de ingressos de recursos no Vasco. Tanto no ponto de vista de captação, quanto no ponto de vista de negociação de jogadores. Acho que estamos bastante respaldados do ponto de vista financeiro para o ano que vem. Tanto vendendo jogador, quanto captando novos recursos. E também mantendo o nosso faturamento. A nossa camisa começou o ano valendo R$ 12 milhões e vai terminar valendo R$ 24 milhões - completou:

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- É um sinal da confiança que os patrocinadores tem na nossa gestão e um pequeno sinal do potencial que a gente tem para frente. A maioria das pessoas que conhecem um pouco mais o Vasco do ponto de vista administrativo e financeiro, estão vendo essa gestão com bons olhos e estão abrindo oportunidade para o nosso clube. Estou bastante otimista em relação ao futuro do Vasco. Prometi na campanha que entregaria um Vasco com menos dívida, mais amigável, e mais forte do ponto de vista do futebol. Você pode me cobrar isso daqui há três anos. Ano que vem teremos um nível de receita que vai suportar o Vasco na segunda divisão se assim estiver. Mas não vamos nos precipitar, o campeonato ainda não acabou, tem muita pontuação e nos fazer achar que tenhamos condições de subir para a primeira divisão - finalizou Salgado.

Na mesa da entrevista, estiveram presentes além do presidente Jorge Salgado, o VP Jurídico, Roberto Duque Estrada, e o VP de finanças, Adriano Mendes. O Vasco também apresentou um plano de Regime Centralizado de Execuções (RCE) para as dívidas trabalhistas e cíveis. Apesar do otimismo, Salgado admitiu que o Vasco está devendo no futebol.

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- O futebol está devendo. A gente tinha uma projeção completamente diferente daquela que a gente vê hoje. Nem por isso, faltou trabalho e planejamento. Tivemos dificuldade para montar o time no começo da gestão. Saímos de 15 jogadores e recebemos outros 12 em poucos meses, o que não é fácil. Outros times já estavam com planejamento para a Série B pronto - disse o presidente, e acrescentou:

- Quando olha para a tabela, se analisa que o futebol foi mal e a administração se perdeu. Agora, olhando o dia a dia tivemos avanços consideráveis no departamento de futebol. O Vasco não pontuou como a gente imaginava, isso acontece no futebol. Vocês da mídia, por exemplo, apontavam o Grêmio como um forte candidato ao título da Série A pelo time e pela estrutura. E agora você vê onde o Grêmio está (19ª colocação). O futebol tem surpresas. O importante é não perder o foco. Se não for agora, vai ser no ano que vem. A gente trabalha com perspectiva de melhorar o clube. Acho que temos condições de subir para a primeira divisão, sim - completou.

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Para os dirigentes, as conquistas anunciadas na coletiva farão com que o futebol do Vasco tenha mais investimento nas próximas temporadas. De acordo com os profissionais, o clube poderá ter um fluxo de caixa melhor para obter mais recursos. 

- A redução da dívida pode trazer, sim, benefícios para o ano que vem. A redução de dívida não é uma injeção de dinheiro, não entra dinheiro. Mas permite um fluxo de caixa melhor. Com isso, poderemos alocar mais recursos no futebol. Se a gente paga menos encargos da dívida, conseguimos ter mais recursos - disse Salgado.

- Esse quadro não é de cinco anos atrás. É de oito meses atrás. Uma dívida de R$ 832 milhões. Mas pior do que ter uma dívida de R$ 832 milhões é vê-la vencer já em um ano. Tinha que pagar R$ 351 milhões em um ano. A receita bruta do Vasco é uma receita estrutural em R$ 200 milhões e com a Série B, tínhamos uma expectativa de trabalhar com cerca de R$ 100 milhões. Os números são incompatíveis. Esse trabalho todo isso aqui é vital para termos cenários melhores no ano que vem. Sempre há previsão de melhora gradativa de investimentos no futebol. É um plano que não se abre mão - frisou Adriano.

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