Splitter elogia liga brasileira, mas cobra políticos por melhoria do basquete
Mesmo não convocado para nenhuma evento dentro de quadra do fim de semana das estrelas, o brasileiro Tiago Splitter, o primeiro do paísa campeão da NBA, esteve em Nova York nos últimos dias. A agenda foi corrida, mas o pivô do San Antonio Spurs participou também do programa Basquete sem fronteiras, um período de treinos com jovens de todo o mundo. O armador Guilherme Santos, de 17 anos, e o também pivô Yuri, com a mesma idade, foram os representantes do Brasil na clínica. O primeiro até foi premiado pelo seu desempenho.
Com a experiência de muitos anos jogando fora do Brasil, Splitter fez questão de cobrar. Para ele, ainda falta muito para o país, mesmo com o sucessos de vários jogadores nos últimos anos.
- Os jogadores continuam aparecendo, mas não por causa de uma ótima organização e isso é um problema. A NBA está ajudando a liga brasileira com isso. Há mais jogos na televisão. E quanto mais gente vendo basquete, melhor - afirmou.
A melhor organização passa por muita coisas. Mas Tiago Splitter não titubeou ao apontar o maior problema do basquete brasileiro:
- Sei que vocês (jornalistas) gostam de falar na confederação, mas para mim é uma coisa de escola. De ministério da educação. Se a gente não por o basquete na escola, não teremos quantidade. Você vai ter uns 20 meninos nos clubes, beleza, mas precisamos de muito mais. E isso teremos com o basquete nas escolas. Falamos do ministério, é uma coisa política, não tem jeito.
Mesmo "poupando" a Confederação Brasileira de Basquete, Splitter lembrou de seu difícil começo no Brasil. Segundo o pivô, a liga nacional ter passado para os clubes, a melhorou muito.
- Vejo mais organização, com certeza. Na minha época, quando você era juvenil estava fora. Agora já tem uma liga de desenvolvimento para esse garotos, há mais investimentos. A diferença é grande, é muito melhor. Quando eu era novo a liga era descente, de repente ficou uma merda, depois cresceu de novo. Sabemos que tem coisas para melhorar, mas está no caminho certo. A liga sendo privada é um acerto - afirmou.
No fim do período de treinos dos garotos, Splitter, que elogiou muito o programa Basquete sem fronteiras. Conversou com os garotos e contou um pouco sua trajetória.
Além do basquete nacional, Tiago também falou sobre o ano do Spurs, que não começou também e admitiu que o objetivo do time na temporada regular da NBA é ficar entre segundo e terceiro lugar.
- Não começamos do jeito que queríamos. Muita gente se machucou, eu, Parker, Leonard... mas agora que voltamos a ter o nosso ritmo. Será muito importante essa fase com os jogos fora de casa, o Rodeo Trip, onde a gente sempre faz a diferença - afirmou, admitindo que terminar a temporada regular na frente está muito difícil:
- Se ficarmos em segundo, terceiro está bom... Não sabemos quão bem o Warriors vai continuar nessa segunda parte, é difícil falar quanto tempo eles vão ficar nessa pegada que eles estão. Então acho que a nossa meta é subir na classificação.
Sensação da temporada da NBA, o Golden State Warriors é o líder da conferência Oeste, a mais equilibrada. Mesmo elogiando o time rival todo, Splitter admitiu que os desempenhos de Stephen Curry e Klay Thompson, ambos escolhidos para o All Star Game, são os que mais chamam a atenção.
* O repórter viaja a convite do Space