Catador de latinha ignora jogo do Brasil e luta por sobrevivência

Em meio a manifestações e festa por parte dos torcedores que estão nos arredores do Mané Garrincha, Ezequiel Severino e o cachorro dele, Norte, perambulam no estádio à procura de latinhas. O Brasil e Japão deste sábado para o pernambucano servirá apenas de pano de fundo em meio a busca pela sobrevivência.

Natural de Caruaru (PE) e há nove meses em Brasília, Ezequiel prevê arrecadar R$ 54 até o fim do dia, valor considerado bom por ele.

- Espero conseguir 30 quilos de latinhas. Cada quilo é vendido por R$ 1,80 - disse.

Morador de rua, o pernambucano não se desfaz do carrinho em que ele carrega o cachorro e coloca as latinhas.

- Eles vieram comigo desde Caruaru. Cheguei em Brasília com ajuda de caronas. Foram seis carrinhos ao todo e Norte sempre esteve comigo - contou Ezequiel.

Apesar de estar alheio à estreia da Seleção no torneio, Ezequiel diz que torce por uma vitória e por Neymar.

- Tem de torcer, não é? Sou brasileiro como os outros. Eu conheço mais Neymar. Tomara que ele faça um gol - desejou Ezequiel.

Brasil e Japão se enfrentam às 16h deste sábado. Os portões do Mané Garrincha foram abertos às 12h e a movimentação já é intensa nos arredores do estádio.